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Ode ao craque: O prazer de viver na mesma época que Éverton Ribeiro

Prazer, Everton Ribeiro: meia faz das suas e se 'apresenta' a Dome no  Flamengo | Goal.com

(Fonte: Alexandre Vidal/Flamengo)

Não vim aqui hoje para falar sobre o time de Domenec. Afinal, elogiar o Flamengo depois deste 5x3 é chover no molhado. Assim como é obviedade apontar que o Bahia já vinha fragilizado, que Isla tem jogado bem, e que o goleiro Gabriel Baptista falhou feio em pelo menos um dos gols. Também é ponto comum afirmar que este foi o melhor jogo do Flamengo sobre o comando de Domenec. 

De comentários a mais, só diria que o ritmo de jogo já melhorou, alguns jogadores parecem melhor fisicamente e certas peças chamam atenção, como Pedro e Thiago Maia. De específico da minha opinião, se este fosse um texto comum, eu estaria falando sobre o time ainda não ter estruturado bem seu sistema defensivo. Mas este não é um texto comum.

O linha é um site de torcedores. Sendo assim, venho aqui falar como um deles, sobre a minha sensação ao ver o Flamengo entrar em campo ontem. Foi jogo para cravar mais uma certeza na minha cabeça: Éverton Ribeiro é craque.

Talvez seja o único em terras brasileiras. É, para mim, o melhor jogador do Flamengo. E já falo isso há tempos, como o leitor pode conferir em outras colunas.  

Mas hoje venho aqui para embasar esta opinião. Vamos então ao dicionário:


Craque

1. Indivíduo muito capaz no que faz

2. Substantivo masculino.


Só isso já seria o suficiente para qualificar Éverton. Mas valeria para vários jogadores também, que eu não chamaria de craques.


No dicionário informal:

1. Inicialmente era usada para definir um bom jogador de futebol e hoje para todos aqueles que se destacam em atividades esportivas com bola.

Sinônimos de craque:

ás, mestre, conhecedor, especialista, professor, perito, expert.


Aqui Éverton também entra.

Éverton é um expert. Jogador de nível elevadíssimo. São gols e gols, assistências e assistências, uma atrás da outra, uma mais brilhante do que a outra.

Éverton é um perito. Sua perícia nas enfiadas de bola, na construção das jogadas e nos lances de habilidade impressionam.

Éverton é professor. A cada vez que pega na bola ele ensina aos outros qual é a melhor jogada. Dá aula de futebol, liderando a equipe pela técnica e pelas escolhas que faz em campo. É, em muitos casos, aquele que mostra aos companheiros o caminho do gol.

Éverton é especialista. Na arte de furar defesas e fugir dos adversários em poucos toques. Diria que sua maior especialidade é a fuga de jogadas difíceis com jogadas simples que, ou clareiam o jogo, ou lhe dão a vantagem no gramado.

Éverton é conhecedor. Aos 31 anos, o canhotinho conhece os atalhos do campo. Seu jeito de jogar futebol passa a impressão de que sabe muito melhor do que os outros quais são os caminhos da bola e do ataque. Parece levitar sobre o gramado, jogando com uma leveza serena de quem sabe os meandros e estradas até gol. 

Éverton é mestre. Mestre da arte de criar espaços. Tem todas as armas para isso. O drible, o passe, o chute e, mais do que isso, tem a criatividade.


Mas acima de tudo, Éverton é ás. Nos jogos de baralho, o ás é a carta diferente, a carta que surpreende, a que vale mais. 

Para mim, no time que tem um rei, Gabigol, e uma série de cartas altas, Éverton é esta carta maior.


E por quê?

Porque Éverton é aquele que preenche minha categorização própria de craque. Permitam-me:


Craque para mim é aquele que encanta. É o jogador que você se deliciosa com cada toque e se impressiona em cada jogada. É o jogador que, quando pega na bola, você sabe que vem algo especial.

Existem jogadores que fazem mais gols. Existem jogadores que são mais eficientes.

Mas poucos são aqueles que te maravilham. São únicos aqueles que elevam o espírito. São craques aqueles que excitam só com a expectativa, antes mesmo do ato consumado. É aquele te dá prazer. É aquele que te entrega a magia tão rara.


Ontem, vendo o jogo pelo link pirata, fui recebendo as informações por aplicativos ou pelos grupos de Whatsapp.

E eu estava bem atrasado. Eram quatro minutos de delay.

Antes do terceiro gol, recebi a mensagem:

"Éverton Ribeiro. Só isso".

Óbvio que a empolgação cresceu. E claro, a expectativa vai lá em cima enquanto o tempo vai passando. 

Mas mesmo assim Éverton consegue surpreender. O gol foi todo espetacular. Mas o passe do craquinho é o diferencial. A classe, o estilo, a tranquilidade, o nojo com que bate na bola é que é o detalhe. Um toque. Magia. Craques como ele são feitos de detalhes.

Antes do quarto gol - o segundo tempo ainda nem tinha começado no meu delay - recebo três mensagens em grupos de whatsapp.

"Ah não. Isso é pornografia"

"Isso é +18"

"Éverton Ribeiro é sacanagem. É covardia".

Quatro minutos esperando o lance. Quando ele chapelou o zagueiro, achei que dali ele faria o cruzamento. Isso já seria o suficiente. 

Mas não. Éverton é craque. Consegue excitar pela expectativa e surpreender com a realidade.


Ouso dizer aqui: Nenhum jogador no futebol brasileiro é tão craque quanto Éverton Ribeiro. O craquinho da camisa 7 desfila nos gramados um futebol absolutamente apaixonante, que faz brilhar o olho, que encanta os corações rubro-negros.

São inúmeras as vezes que vemos comentaristas ou outros personagens do mundo do futebol falando sobre como devemos valorizar a possibilidade de vermos craques como Messi e Cristiano Ronaldo jogarem.

Pois bem. Venho aqui defender o maior craque em terras brasileiras e, para mim, melhor jogador do futebol nacional nesta década.

Neste Flamengo estrelado e multicampeão, por muitos eu tenho idolatria. Tenho a alegria ser rubro-negro na época de Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.

 Mas o Éverton eu não tenho apenas idolatria. Tenho prazer.


É um prazer viver na mesma época que Éverton Ribeiro.


No mais

Saudações Rubro-negras!


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