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Entre crenças e críticas

O sofrimento santista em uma imagem
Imagem: Arquivo Santos FC

O Santos Futebol Clube é um dos casos mais inexplicáveis do futebol brasileiro na última década. Um time que faturou mais de 1 bilhão de reais em vendas, ganhou títulos, viu o maior jogador brasileiro dos últimos anos vestir sua camisa e ainda assim, hoje o clube vende o almoço – quando o têm – para comprar a janta.

Inclusive, é tão difícil explicar como o clube não faliu ou nunca caiu para segunda divisão que muita gente apela a boa e velha crença na “magia da Vila Belmiro” e mesmo os mais céticos são obrigados a se render. Porém, há anos o Santos não vive, ele sobrevive (entre raios e tempestades).

A atual gestão assumiu o clube com promessas e projetos voltados a reestruturação, saúde financeira e recuperar a marca “Santos FC” no mercado. E embora existam bons exemplos no futebol brasileiro de que é possível, esses mesmo exemplos evidenciam bem o quão difícil e doloroso é esse processo.

Não existe uma gestão em nenhum lugar do mundo que conseguiu tirar um clube do buraco (e o buraco em que o Santos se enfiou é dos mais profundos) com um time competitivo e que disputasse títulos.

O Palmeiras caiu em 2012 e por 2pts não repetiu o feito em 2014 (ano de seu centenário) com alto investimento do ex-presidente Paulo Nobre. Aliás, aos mais desavisados, o time só não caiu porque nosso Peixão ganhou do Vitória na última rodada do brasileirão e ajudou o rival a não amargar o rebaixamento pela 3ª vez na sua história.

O todo poderoso Flamengo que contrata quem quer e quando quer hoje, passou anos com Hernane Brocador comandando seu ataque e chegou a ver a série b de pertinho em 2013 após um imbróglio judicial que rebaixou a Portuguesa.

O Santos está pagando pelos erros das antigas gestões, mas não está condenado ao fracasso pelo resto da sua existência. Longe de mim querer idealizar um “papo de coaching” com você, caro leitor e\ou torcedor santista, mas como todo processo em nossas vidas, acreditar é a parte mais difícil.

Apelar para violência, contra seja qual for o dirigente, treinador ou jogador que veste a camisa do clube não vai fazer ninguém correr ou jogar mais bola. Torcer com viés político também não. Acreditar e apoiar o time na medida do possível vai.

Sim, o time é ruim. Não, não existem perspectivas suficientes que nos façam acreditar num time que consiga competir de igual para igual com Galo, Flamengo e Palmeiras. Mas é aquela coisa que a gente só vive quando se está loucamente apaixonado: O sentimento é maior do que a razão.

Então seja no viés crítico ou nas crenças que só torcedor de futebol sente, nós não precisamos apelar ao irreal, ao inviável e nem a todos os Santos. Nosso apelo é a um só: o Santos Futebol Clube. Orgulho - e as vezes desespero - que nem todos podem ter.


Pedro Ramos |  @peedrohramos

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