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Precisa acontecer.

 


(Imagem: Coluna do Flamengo)

    Todo garoto sonha. Meninos que crescem com pensamento lá em cima, nas nuvens, torcendo para que lá em cima ele encontre alguém ou alguma coisa que lhe dê só uma coisa: uma chance para realizarem seu sonho.

    Mas a chance nem sempre é só a oportunidade para realizá-lo. Essa na verdade muitos meninos tem. Todos aqueles que encontram a bola algum dia e tem uma base de família e sobrevivência para se dedicar.

    O que poucos tem é o que diferencia todos os sonhadores daqueles que podem viver os sonhos: potencial. Chamem de talento, ou do que for.

    Mas não basta isso. É preciso concretizá-lo.

    Não adianta ter um milhão de chances ou ter o talento, a manha, e não agarrá-la com todas as forças. Não basta se esforçar. Precisa acontecer. 

    Não adianta só nascer pra brilhar. A luz precisa se tornar real para que o sonho vire realidade.

    Poucas vezes vimos tanto potencial em um lugar só. Existe alguma dúvida de que Hugo tem tudo para ser um monstruoso goleiro?

    Corpo, agilidade, reflexo, destreza, potencia física, e mais do que isso, a massa do lado.

    Aliás, é que o faz o Flamengo um potencial tão absurdo. Que por diversas vezes concretizou. Mas que, na era do dinheiro, tornou-se ainda maior.

    Naquele Flamengo x Palmeiras, tive para mim que tínhamos encontrado um novo Júlio César. Talvez com bola para ser dos melhores do mundo. Na época da possível venda, defendi-o como um dos possíveis grandes ídolos da história do Flamengo. 

    "Esse garoto tem que ficar. É para ser goleiro do Flamengo por anos e anos. Vai ser o goleiro dos anos de dominação."

    Era 2020, depois daquele 2019 absurdo, que parecia só o começo de uma era. Naquela festa do 24 de novembro, tive para mim que era só o início. Com mais dinheiro, sem nenhuma zica ou tabu absurdo, com a massa do lado, teríamos tudo para ser um dos maiores do mundo em todos os quesitos. Na época, eu tinha certeza que viveria possivelmente a maior era de títulos da história do Flamengo.

    Mas não foi. Por que é futebol? Por mérito dos outros?

    Também. Mas não só.

    O Flamengo continua com o mesmo potencial. Foi só um ano sem título importante desde então, e chegamos mais uma vez a uma final de Libertadores.

    Mas entregamos. Por falha nossa.

    Deixamos de ser um time absurdo e imparável, por erros de nossos dirigentes.

    Pagamos o preço da nossa incompetência, mesmo sendo os potenciais mais competentes. Os melhores.

    Potenciais. Não concretizados.

    Não adianta só torcer. Não adianta só ter ou criar as chances. Elas precisam acontecer.

    Não adianta ter todo o potencial do mundo e perder a bola pro atacante adversário aos 45 do segundo tempo. Ninguém se importa com treinos absurdos se a mão amolece no fim do clássico. A defesa fantástica no meio do jogo pouco importa se você rebate no pé do atacante. As pessoas não se importam com os pênaltis que você pegou, se você perder o seu e deixar um passar por baixo do seu corpo.

    É claro que o azar também ajuda. Quantas vezes Diego Alves errou e saiu impune porque o time virou o placar ou simplesmente os atacantes não aproveitaram. Parece que todo erro de Hugo acaba em final trágico.

    Do mesmo jeito que o Flamengo. Não adianta nada atropelar nas eliminatórias se você entrega a paçoca no final. Ninguém se importa com o gol de falta se você entrega a bola na zaga e ele mata a Libertadores. Ninguém se importa com seus gols se você perde cara a cara com o goleiro.

    Tudo ainda pode se resolver? Claro que pode.

    O futebol é cheio de vida e de histórias de heróis tardios, redimidos, ressurgidos.

    Hugo pode mudar tudo daqui para frente e se tornar o monstro que pode vir a ser.

    O Flamengo pode se acertar com o romântico Paulo Sousa e emplacar uma série de títulos. Hoje vimos que o potencial existe mais uma vez.

    Mas ele precisa acontecer.

    Quanto mais ele demorar, mais difícil de se concretizar.

    A torcida pode continuar lá. Mas a paciência pode acabar.

    Pro Flamengo não. A torcida sempre estará lá.

    Mas e pra Hugo? Torci mais para ele do que pelo próprio Flamengo na disputa por pênaltis hoje. Mas até quando?

    Quantas chances? Não adianta só potencial. Você precisa acontecer.

    Pelo bem do Flamengo. Por tudo de bom que existe no mundo. Por tudo que um goleiro negro pode sofrer.

    Por você.

    Que 2022 seja um de ano de reconstruções, reformulações e recuperações. De alegrias, risos e potenciais concretizados. De sonhos de meninos virando realidade.


No mais,

Saudações Rubro-negras.

    

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