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Guia dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 - Parte 2

Superação, coragem, grandeza, emoção e igualdade, valores que permeiam os Jogos Paraolímpicos. No Rio de Janeiro, de 7 a 18 de setembro, a cidade estará mais colorida com as competições de vários paradesportos e o Linha de Fundo preparou com muito carinho um guia.

Futebol de 7

Futebol, a paixão nacional está presente em dose dupla na Paraolimpíada. Oito seleções masculinas irão competir a modalidade para sete jogadores. É uma versão adaptada para atletas com paralisia cerebral, cujas posições são determinadas de acordo com as limitações individuais. No Estádio de Deodoro, os jogadores desfilarão suas habilidades em dois tempos de 30 minutos, em finais, caso termine o tempo regulamentar, poderá estender a decisão em dois tempos de 10 minutos e depois pênaltis.

Diferenças do futebol tradicional, o futebol de 7 não existe impedimento, a cobrança de lateral pode ser feita com uma das mãos e no banco de reserva tem outros sete jogadores. Os jogadores são classificados de acordo com o grau de comprometimento físico, em uma escala vai de 5 a 8, cuja cada equipe deve ter em campo pelo menos um atleta das classes 5 ou 6 - maior limitação - e no máximo, um atleta da classe 8 – menor limitação.

Dos dias 8 ao 16 de setembro, as seleções da Argentina, Grã Bretanha, Brasil, Estados Unidos, Irlanda, Irã, Holanda e Ucrânia disputarão vaga no pódio paraolímpico. As seleções da russa e ucraniana conquistaram medalhas nas últimas quatro edições dos Jogos e estão na competição como favoritas.

Time brasileiro de Futebol de 5 (Foto: Divulgação)
Futebol de 5

A versão com cinco jogadores em campo é para atletas com deficiência visual, com exceção do goleiro. Todos jogam com vendas nos olhos para equipararem-se na partida, eles são guiados pelo som produzido no interior da bola e pelo técnico, chamador e goleiro. As partidas de 50 minutos ocorrerão no Centro Olímpico de Tênis, caso empate na fase de mata-mata, decide-se o vencedor nos pênaltis.

O campo de 40mx20m é cercado para a bola não sair, nele há duas marcações: pênalti à 6m da linha central de meta e o pênalti duplo à 8m que é marcado a partir da quarta falta acumulativa da partida.


O Brasil é o tricampeão Paraolímpico, na Rio 2016, as seleções de Argentina, China, Espanha, Irlanda, Marrocos, México e Turquia também buscarão suas medalhas olímpicas entre os dias 9 a 17 de setembro.

Bocha

Apesar de praticada em versão adaptada desde a década de 70, a bocha estreou em Jogos Paraolímpicos só 1984, nas categorias feminina e masculina. Em Atlanta, 1996, a modalidade passou a ser disputada também em duplas.

A primeira medalha Paraolímpica do Brasil veio justamente no esporte que foi antecessor da modalidade, o lawn bowls, que é nada mais que bocha jogada na grama.

Dirceu Pinto, detentor de quatro ouros Paralímpicos e Eliseu dos Santos, detentor de dois ouros e dois bronzes (Foto: www.paralympic.org)
O objetivo dos atletas é lançar bolas coloridas o mais próximo possível da bolim/jack (a bola alvo), quanto mais perto dela, maior a pontuação acumulada, vence quem somar mais pontos.

A modalidade em que o Brasil é detentor de oito medalhas olímpicas é dividida em quatro classes e os atletas são classificados de acordo com o grau de comprometimento motor.


BC1- Atletas CP1 ou CP2 com paralisia cerebral que podem competir com assistência de ajudantes. 


BC2- Atletas CP2 com paralisia cerebral que não recebem auxílio.


BC3- Atletas com deficiências muito severas e que usam um instrumento auxiliar, podendo ser auxiliados por outra pessoa.


BC4- Atletas com outras deficiências severas, mas que não recebem assistência.

Nas provas individuais, as partidas são divididas em quatro ends e os atletas lançam seis bolas em cada parcial. Já nas provas realizadas por duplas são três bolas e em trio são duas, mas ocorrem seis ends.


Goalball

Criado para reabilitação de veteranos de guerra, o goalball é disputado por atletas com deficiências visuais. Desde 1976, em Toronto, no calendário paraolímpico, dez seleções masculinas e dez femininas disputarão a Rio 2016. O time é formado por três jogadores que tem os olhos vendados. A partida tem dois tempos de 12 minutos, contudo, se uma equipe abrir uma vantagem de dez gols, a partida é encerrada.

Os jogadores tentam fazer gols lançando com as mãos, no tempo de dez segundos, a bola com um guizo no seu interior que deve tocar na sua parte da quadra, porém, eles não podem invadir a área do adversário, assim, devem voltar rapidamente para defender.

Os 11 árbitros são fundamentais para a dinâmica do jogo, dois árbitros principais são os responsáveis pela condução da partida, os quatro árbitros de linha que atuam perto das traves são responsáveis pela reposição de bolas e pela orientação a atletas substituídos, além de auxiliar na manutenção da quadra, os demais atuam na mesa, com funções de súmula e cronometragem.

Nos dias 8 a 16, será preciso muito silêncio na Arena do Futuro para a realização das partidas de goalball.


Jogo de goalball no Parapan de Toronto 2015 (Foto: Jornal Folha de Ouro)
Vôlei Sentado

A modalidade surgiu de uma junção de dois esportes, o vôlei comum e o sitzbal, um jogo praticado por pessoas sem mobilidade, sem rede. O vôlei sentado entrou na Paraolimpíada de Toronto como exibição e desde os Jogos de Arnhem, em 1980, é disputado oficialmente. Entretanto, só em Atenas, 2004 que as mulheres passaram a competir.

O sistema de classificação do esporte é dividido entre les autres e amputados. Para os segundos, existes nove classes. Confira:

AK- Amputação acima ou através da articulação do joelho.

BK- Abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear.

AE- Acima ou através da articulação do cotovelo.

BE- Abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso.

Classe A1
Duplo AK

Classe A2
AK Simples

Classe A3
Duplo BK

Classe A4
BK Simples

Classe A5
Duplo AE

Classe A6
AE Simples

Classe A7
Duplo BE

Classe A8
BE Simples

Classe A9
Amputações combinadas de membros inferiores e superiores.

Nos les autres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora. 

Uma das principais regras deste esporte é que os atletas estejam em contato com o solo no momento em que baterem na bola e os sets são como no vôlei convencional.

O Brasil ainda não possui medalhas olímpicas, mas teve uma boa atuação no Pan-Americano de Toronto, onde conquistou o ouro no Masculino e a prata no Feminino.

Rúgbi de cadeira de rodas

O Rúgbi em cadeira de rodas já existe desde a década de 70 e tem seu "nascimento" comprovado em Winnipeg, no Canadá. Mas, o esporte só se tornou Paralímpico oficialmente nos Jogos de Sidney, em 2000.


Cada equipe conta com quatro atletas e oito reservas, que têm como objetivo passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola na mão.


Essa modalidade tem muito contato físico e não é dividida por gênero, homens e mulheres disputam juntos uma partida dividida em 4 tempos de 8 minutos. O esporte ainda ainda não tem tradição no Brasil, visto que esta é a primeira Paraolimpíada do Rúgbi Brasileiro.

Os jogadores são categorizados em sete classes que dependem da sua habilidade funcional: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5. As classes inferiores são destinadas aos atletas que têm menores níveis funcionais e as classes mais altas são para jogadores com maior funcionalidade. A classificação é baseada em três testes. O teste de banco, o funcional do tronco e o de movimentação funcional.


Basquete em cadeira de rodas


Duelo de basquete feminino em cadeira de rodas (Foto: Divulgação/CPB)
Desde a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos, em Roma, 1960, o basquete em cadeira de rodas encanta a todos. Times com cinco jogadores representarão 12 seleções masculinas e 10 femininas. Com quatro períodos de 10 minutos cada, cada equipe tem até 24 segundos de posse de bola para arremessar, dentro do garrafão, o tempo diminui para três segundos até o lance.

É uma das penalidades do esporte, quando o atleta dá mais de dois impulsos na cadeira, sem antes driblar, passar ou arremessar a bola. Entre os dias 8 a 17 de setembro, na Arena Carioca 1 ou Arena Olímpica do Rio aconteceram os jogos de basquete nas cadeiras de rodas mais que especiais e únicas aos jogadores.



Cássia Moura (@cassinha_moura) e Cássia Gouveia (@_cassiagouveia)

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