Uma canoa ou caiaque, uma ou
quatro pessoas. Assim pode ser disputado o esporte em que o Brasil jamais
conseguiu uma medalha. Este desporto é divido em duas modalidades, a Canoagem
de Velocidade e Salom.
Competições nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 (foto:csul) |
Canoagem
de velocidade: Este é, sem dúvidas, o mais popular. É considerado olímpico desde 1936
e é disputado em canais de 2 km de comprimento. Hoje em dia, nas Olimpíadas, as
competições são disputadas em percursos de 200m, 500m e 1000m e podem ser
realizadas por um, dois ou até quatro atletas e em caiaques e canoas.
São dois tipos de embarcação, por
isso, cada prova é classificada de uma forma. Quando é utilizado caiaque,
usa-se K e o número de atletas, quando é canoa, utiliza-se o C e o número de
atletas. Ou seja, C-2 seria a prova realizada por dois canoístas em uma canoa.
Canoagem
Slalom:
Esta modalidade é menos conhecida, um dos motivos para isso é que se tornou
olímpica bem depois da Canoagem de velocidade, apenas em 1972. Nos percursos do
Slalom, os canoístas devem passar por até 25 “portas”, que ficam penduradas por
arames no local da competição, seguindo uma sequência e um sentido indicado
nela. Este percurso deve ser percorrido duas vezes e o canoeiro que conseguir
percorrer no menor tempo, somando também suas faltas, vence a prova.
Mas como percorrer sem faltas?
Para isso, o atleta não pode tocar com o corpo, tipo de embarcação ou com o
remo nas “portas”. Caso faça isso, será penalizado com acréscimo de dois
segundos no seu tempo. Também não é permitido passar por uma “porta” na direção
inversa ou deixar de atravessá-la. Essas infrações são mais graves e caso
cometidas, o atleta “ganha” mais cinquenta segundos de acréscimo no seu tempo
total.
Essa modalidade é disputada nas
categorias K-1, C-1 e C-2.
Lá
vem história...
Antes de se tornar olímpica, a
Canoagem de Velocidade participou dos Jogos de Paris em 1924 como esporte de
demonstração. E apesar de ter entrado como para as Olimpíadas de 1936, as
mulheres só participaram desta modalidade em 1948.
Já a Canoagem Slalom se tornou
olímpica somente em 1972, mas ficou fora de quatro edições olímpicas, voltando
apenas em 1992, em Barcelona.
Josefa Idem, 5 vezes medalhista de Velocidade (Foto: sportlive) |
Um dos grandes nomes da Canoagem Velocidade, Josefa Idem,
ganhou sua primeira medalha olímpica nas Olimpíadas de Los Angeles (em 1984)
pela Alemanha. Aos 20 anos, a atleta conquistou um bronze na modalidade K2
500m. Josefa não parou por aí, ela passou a disputar os campeonatos de Canoagem
pela Itália e em uma nova modalidade: K1 500m. Nas Olimpíadas de Atlanta (em
1996), ela ganhou sua segunda medalha de bronze. Em Sidney (2000) veio a sua
primeira medalha de ouro, seguida de uma de prata (Atenas – 2004), 15 meses
após ter dado à luz. Sua última medalha veio aos 44 anos, em Pequim. Se
tornando uma das atletas mais velhas a chegar ao pódio.
Na Canoagem Slalom, quem tem história longa para contar, é a dupla
eslovaca Peter Hochschorner e Pavol Hochschorner, os irmãos são os canoístas
com mais ouros olímpicos da história, tendo subido ao pódio em quatro edições
olímpicas, três vezes para ficar no lugar mais alto e uma vez para ficar no
terceiro lugar. Em Sidney, Atenas e Pequim eles conquistaram o ouro e em
Londres, levaram seu primeiro bronze.
Rio
2016
A promessa de Ouro, Isaquias Queiroz. (Foto: Veja Abril) |
O nome brasileiro mais forte na Canoagem de Velocidade é Isaquias
Queiroz, o baiano de apenas 22 anos, vem para a sua primeira Olimpíada,
entretanto já tem suas conquistas, em 2011 foi o primeiro brasileiro Campeão Mundial
Júnior, em 2013 garantiu o ouro no Mundial de Duisburg, no C1 500m (modalidade
não olímpica). No seu primeiro Pan, em 2015, Isaquias garantiu dois ouros e uma
prata, no C1 1000m, C1 200m e no C2 1000m, respectivamente, o último ao lado de
Erlon de Souza. Ele ainda não definiu quantas provas disputará, mas é provável
que dispute as três categorias novamente, a última com a mesma dupla. Mas não
será nada fácil para o brasileiro, pois seu grande adversário é o alemão
Sebastian Brendel, medalhista de ouro em 2012 e tricampeão mundial do desporto.
A jovem promessa, Ana Sátila (Foto: globoesporte) |
Já na Canoagem Slalom o grande nome é Ana Sátila, que com apenas 20 anos
tem uma grande lista de conquistas na carreira. A hexacampeã brasileira no K1 e
tricampeã brasileira no C1, é a promessa feminina do Slalom e recentemente, no
Pan de Toronto, conquistou um ouro no C1 e uma prata no K1, aumentando ainda
mais seu “currículo”. Sua grande adversária é Jéssica Fox, medalhista de prata
na Olimpíada de Londres e melhor atleta do mundo na categoria Sub23.
Local
de competição: Lagoa Rodrigo de Freitas e Estádio de Canoagem Slalom
Estádio da Lagoa (Foto: Rio 2016) |
A Lagoa Rodrigo de Freitas virou
o Estádio da Lagoa e vai receber provas de Canoagem Velocidade e também de
Remo, ela fica situada na Avenida Borges de Medeiros.
Estádio de Canoagem Slalom (Foto: diariodorio) |
Localizado no Parque Radical do
Rio, o Estádio de Canoagem Slalom, vai receber todas as provas de Slalom, ele
tem dois canais, um para provas e outro para treinos, ambos em forma de corredeira.
Por:
Cássia Gouvêa
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