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Rui Patrício salva nos pênaltis e Portugal passa sobre a Polônia

Jogadores de Portugal comemoram a classificação (Fotos: Agência Reuters)

A seleção portuguesa mais uma vez matou do coração os onze milhões de portugueses espalhados pelo mundo, mas mais uma vez avançou de fase. Desta vez, após empate em 1 a 1 no tempo normal e prorrogação a vaga foi confirmada nos pênaltis, após o susto de ter tomado o gol com um minuto de jogo.

Portugal não podia nem se "diagnosticar" por realizar mal partida no momento que sofreu o gol, pois ele ocorreu com um minuto de jogo em um erro individual de Cédric que falhou no bote e deixou Grosicki cruzar rasteiro e ali o artilheiro polonês, Levandowski, não iria perdoar e abriu o marcador. O gol no início de jogo foi o suficiente para causar o desespero na seleção portuguesa que nos primeiros dez minutos jogou de forma totalmente desorganizada em campo.


Com o passar do tempo, as chances que a Polônia havia criado foram ficando escassas e Portugal começava a se aventurar mais no ataque, com belas tramas, principalmente com os jovens João Mário e Renato Sanches, Nani estava apagado e Cristiano Ronaldo havia arriscado de longe, mas Portugal na segunda metade do primeiro tempo "acordou".  Foi então que aos 33 minutos, em uma linda jogada pela direita, Renato tabelou com Nani, que devolveu de calcanhar e o camisa 16 português de perna canhota chutou e empatou o jogo no Vélodrome, 1 a 1. E a partir dali, só Portugal jogou até o fim do primeiro tempo, a Polônia se acoou em seu campo de defesa esperando o contra-ataque e os portugueses queriam a virada.


Na segunda parte do jogo, a dinâmica da partida continuava semelhante a do primeiro tempo, Portugal conseguiu passar em termos de número a posse de bola polonesa, mas insistia nos passes longos e cruzamentos na área. Então o treinador Fernando Santos, optou pela entrada de João Moutinho para a vez de Adrien Silva, buscando um toque mais refinado, o que deu certo, o jogador do Mônaco deixou Cristiano Ronaldo na cara do gol, que só precisava desviar, no entanto CR7 furou. O treinador promoveu também a entrada de Quaresma, no lugar de João Mário. Só que este, também não conseguiu fazer muito na forte marcação polaca, a última grande chance de Portugal saiu dos pés de Pepe, que em uma roubada de bola armou contra-ataque e ia lançar Ronaldo, Piszczek deu um carrinho e quase traiu Fabianski. O jogo perdurou por 1 a 1, e também nada mais aconteceu inclusive na prorrogação, a Polônia parecia satisfeita com os pênaltis e Portugal não conseguia achar meios para furar a defesa polonesa.

O HERÓI



Em jogos com disputas de pênaltis, sempre há um herói e claro, não podemos deixar de citar o arqueiro português Rui Patrício, responsável pela única defesa na disputa e sucessivamente responsável pela classificação lusa às semis-finais. Todos os penais foram bem cobrados, inclusive o que Rui defendeu, no canto forte, o "guarda-redes" leonino saltou no tempo certo e esticou o braço na quarta cobrança polaca para defender o penal de um dos craques e principais jogadores da Polônia, o meio campista Blaszczykowski. Precisamos lembrar, ou até informar que o goleiro do Sporting é muito questionado quanto a sua titularidade a frente da seleção, inclusive por mim, mas desta vez e neste jogo até mesmo no tempo normal foi brilhante e seguro. Sem dúvida, o herói do jogo.

Portugal converteu as cobranças com Cristiano Ronaldo, Renato Sanches, João Moutinho, Nani e correu para comemorar a classificação com a conversão executada por Quaresma

POLÔNIA: O fim do sonho

As coisas começaram muito bem para a Polônia em busca da inédita vaga na fase semifinal. Se passou em branco em toda primeira fase, Lewandowski precisou de apenas dois minutos para balançar as redes portuguesas e abrir o placar para os polacos. A seleção precisava do seu maior astro e ele respondeu imediatamente.

O gol foi importante para dar confiança aos poloneses que seguiram melhor no começo do jogo. Não foram muitas chances claras de gol, mas poucos riscos. Sem conseguir ampliar, aos poucos o selecionado polonês passou a recuar, cometendo erro semelhante ao que fizera diante da Suíça na fase anterior. O preço acabou sendo o mesmo também. Ainda no primeiro tempo, após igualar o jogo e ficar mais com a posse de bola, Portugal conseguiu o empate.

No segundo tempo, os poloneses mantiveram a postura do final da etapa inicial e ficaram mais recuados e apostando em um contra-ataque para marcar o segundo gol. Milik teve ótima chance, mas parou em Rui Patrício. As melhores chances, porém, foram do adversário que perderam boas chances de matar a disputa.

O empate levou o jogo a mais uma prorrogação para os poloneses que, ao contrário do jogo anterior, não tinha o time tão defensivo. A formação permitiu duas boas chances no nono minutos de cada tempo. O gol não veio e a disputa foi para os pênaltis e a eliminação foi cruel com uma única cobrança perdida de Kuba, ironicamente um dos melhores jogadores poloneses na competição.

A eliminação foi dolorida, mas deve ser enaltecida pelos torcedores. Foi a melhor campanha polaca em um torneio europeu e a vaga na semifinal escapou nos detalhes. Uma história bonita foi redigida na França e deverá ficar marcada com orgulho para os poloneses.

Rodrigo Ferreira e Stéfano Bozza

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