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Inglaterra sendo Inglaterra, mais uma vez

Croacia x inglaterra

(Getty Images)

Na mais louca das Copas, onde gigantes caíram e as zebras foram frequentes, de jogos emocionantes mas pobres tecnicamente, foi possível achar que mais um milagre aconteceria. Ingleses na final, fora de casa? Era bom demais pra ser verdade. E quando, por conta da loucura dessa Copa, achamos eu por isso talvez o futebol voltasse pra casa, os ingleses decepcionaram novamente e pararam nas semifinais. Inglaterra sendo Inglaterra.

Deu pra empolgar bastante quando aos 5min de jogo já estava 1x0 para os ingleses. Falta batida com perfeição por Trippier. O lateral não era nada há um ano atrás e deve a Guardiola sua vaga na seleção. Foi o técnico quem tirou Walker do Tottenham, abrindo espaço para Trippier nos Spurs, e foi ele quem transformou o agora citizen em zagueiro, dando a chance para o lateral de Poccetino no English Team. Que história seria se a Inglaterra tivesse se classificado com seu gol.

E nos minutos seguintes parecia mesmo que seria assim. O primeiro tempo foi todo dos inventores do futebol que desperdiçaram uma série de chances. Harry Kane falhou em pelo menos duas delas, enquanto Subasic mostrava ao artilheiro um pouco da sua sorte com a qual vem contando a Copa toda. Enquanto isso Modric e Rakitic faziam partida apagadíssima e os croatas pouco ameaçavam o gol de Pickford.

A volta pro segundo tempo não alterou o formato do jogo que continuava na mesma toada. Mas o futebol, amigos, é um jogo de detalhes. O fator que deu campo a ascensão de Trippier foi o mesmo que causou a queda inglesa.

Kyle Walker destacou-se no Tottenham por ser uma lateral ofensivo. Com muita força física, chegava com frequência ao ataque com Poccetino. Por isso mesmo, Guardiola pagou 50milhoes de libras por ele e em uma de suas inovações pôs o lateral na zaga de trás. E ali, ainda se adaptando, mostrou que não é zagueiro e cometeu variadas falhas durante a temporada.

Fez pênalti infantil contra o Hull City que quase custou uma eliminação na FA Cup. Cometeu a falha que tirou o City na Copa da Inglaterra aproveitado por Will Grigg, fazendo Guardiola perder para um time da terceira divisão. Falhou em dois gols do Liverpool nos jogos que tiraram o City da Champions League. E na Copa mesmo, fez penalti que quase custou a primeira vitória inglesa em jogo contra a Tunísia. Contra a Croácia, sua cru condição de zagueiro fez com que Perisic se antecipasse e fizesse um heróico gol de sola, do empate croata

Dali em diante o jogos seria croata e, pela segunda vez na copa, a pouca idade do time inglês foi fator fundamental. Sentiram a pressão e o medo de serem eliminados, junto com o histórico de todos os vexames e derrotas dos 3 Lions em Copas.

Depois do gol, os croatas tomaram conta. Perisic pôs na trave e a grande área britânico virou um pandemônio mesmo em tranquilas saídas de bola. Pickford, goleiro destaque da Copa, quase entregou o ouro variadas vezes. E assim o.jogo encaminhou-se para a prorrogação.

De novo, a mudança de tempos do jogo pouco alterou sua configuração. Os croatas dominavam o meio de campo e ameaçavam mais do que eram assustados. No início do segundo tempo, após rebatida da zaga, Mandzukic se viu livre dentro da área pra decretar a eliminação inglesa. Croácia 2x1 e o English Team vai pra disputa do terceiro lugar.

É, não deu. O futebol não vai voltar pra casa. Mas como resultado a Inglaterra superou muito as expectativas. A semifinal alcançada, no início da Copa, era apenas um sonho distante. É bem verdade que os ingleses deram bastante sorte no chaveamento e jogaram bem mesmo apenas contra Panamá e Suécia, tendo bons momentos contra Tunísia, Colômbia e Croácia. Voltam para casa de cabeça erguida, mas sabendo que mais uma vez foram Inglaterra em Copas do Mundo. Resta um possível honroso terceiro lugar contra a Bélgica, mas a Inglaterra sai da busca pelo título. Quem sabe em um possível copa mais louca do que essa?

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