Faça Parte

Heroínas do Futebol: Pretinha #07

(Foto: Getty Images)

No sétimo episódio da série “Heroínas do Futebol” escolhemos nada menos que Delma Gonçalves, mais conhecida como Pretinha. Mas antes de começarmos a explicar a história dessa grande pioneira do futebol feminino, você já conferiu o último texto da série? Clica aqui

Pretinha nasceu quando a proibição do futebol feminino ainda vigorava no Brasil, porém isso não a impediu de se tornar uma das maiores responsáveis pelo crescimento da modalidade no país. Ela surgiu aos 15 anos em Campo Grande-RJ, era só uma garota, mas encantou desde o seu primeiro jogo no Mendanha. O encantamento foi tamanho que no ano seguinte ela foi chamada pela Seleção Brasileira para disputar a primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino e aí não parou mais de vestir a amarelinha. 

(Foto: Arquivo pessoal)

Em 1992, Delma passou a atuar no Vasco da Gama, jogava futebol e futsal pela equipe carioca, foi umas das poucas atletas da Seleção que não atuou em São Paulo, ficando até o fim da década no Rio de Janeiro. Pretinha foi pentacampeã estadual de 1996 a 2000 no clube, sendo artilheira em todos os títulos cariocas. Quando saiu do Rio foi para alçar voôs maiores, queria jogar em lugares em que o futebol feminino fosse mais valorizado, ela foi para os EUA jogar na liga experimental do país. Nos Estados Unidos jogou pelo Washington Freedom e o San Jose Cyberrays, em 2002 chegou a fazer 27 gols em 21 jogos. A atleta ainda jogou no Inac Kobe Leonessa, no Japão e no Icheon Daekyo, na Coréia do Sul. 

Pretinha sempre recebeu o apoio da família, mas isso não a impediu de pensar em desistir, afinal, ser atleta de futebol feminino não era considerado uma profissão pela maioria das pessoas. Uma das principais incentivadoras dela foi outra jogadora, Fanta sempre disse para Delma insistir na carreira e ela estava certa. Graças a isso, Pretinha se tornou a primeira jogadora brasileira a marcar em 3 diferentes edições de Copa do Mundo (1995, 1999 e 2007). Uma marca digna para uma pioneira, que esteve presente em 4 de 5 Copas enquanto era atleta (em 2003, uma lesão no joelho a tirou do mundial) e em 4 Jogos Olímpicos. Ela também carregou outras marcas históricas, foi também a 1º artilheira e a 1º a marcar em gols em Olímpiadas pela Seleção. Pretinha encerrou a carreira em 2014, aos 39 anos, quando atuava na Seleção Permanente, criada pela CBF para manter jogadoras que não estavam tendo espaço em clubes. Naquele ano ainda recebeu sua última convocação. 

Em 2019, Pretinha foi chamada pela CBF junto de Michael Jackson (outra atleta que já foi assunto da nossa série) para integrar o conselho de craques da Instituição, que tem como objetivo criar e discutir projetos para o desenvolvimento do futebol como um todo, inclusive o feminino. Em 2016 a ex-jogadora chegou a ser auxiliar-técnica pontual na Seleção Brasileira. Ela quer investir numa carreira que ajude no crescimento da modalidade. Em uma das suas poucas entrevistas recentes nesse mesmo ano, Pretinha falou que todo mundo que gosta de futebol feminino precisa ajudar. 

Apesar dos feitos históricos e da grande importância no futebol feminino, na internet a história dessa grande atacante e craque brasileira acaba passando em branco e é repleta de informações desencontradas. Pretinha é mais uma história que o Brasil insistiu em não valorizar. 

Postar um comentário

0 Comentários