Foto: Gustavo Serebrenick
Após
um longo período de dificuldades na diretoria, - o que refletiu diretamente no
desempenho da equipe em campo - um jejum insuportável de 12 anos e um
retrospecto que não visava colaborar com a equipe, ontem os vascaínos puderam
deliciar-se ao ganhar o título do Campeonato Carioca.
É
possível vislumbrar através de cada torcedor o orgulho que seus sorrisos
carregam, mas para que isso fosse possível, houve uma árdua jornada que levou
muitas pessoas a perderem a fé de que um dia seria possível relembrar “O
Expresso da Vitória”.
Com
duas quedas para a série B do Brasileirão em menos de 5 anos, atritos na
presidência do clube e atrasos nos salários dos jogadores, tudo levava a crer
as coisas piorariam. Até os mais otimistas portavam-se desanimados. O primeiro
acesso à série A deu-se com o título, mas a recente jornada pela série B foi
melancólica. A temporada do clube foi alternada entre empates e derrotas. O
resultado foi apenas à volta para a elite do futebol brasileiro, o que fez com
que os torcedores perdessem ainda mais a confiança. As eleições também foram
bastante conturbadas, propiciando brigas internas, entre muitos outros
problemas.
A
pré-temporada foi marcada por derrota no jogo-treino contra o Volta Redonda e
no torneio Super Series perdeu para seu rival Flamengo e para o São Paulo, em
Manaus.
Com
um cenário completamente desanimador, ouvia-se constantemente da boca dos
torcedores “que o time lutaria para não cair”. O início do campeonato foi
regular e o time manteve-se nas primeiras posições durante toda a competição,
todavia, “vencia, mas não convencia”.
Até
que pudemos finalmente ver o resultado de uma campanha regular, a classificação
para a semifinal, que foi contra o rival, Flamengo. Os tabus eram gigantescos,
a fama do outro time também, mas nada foi capaz de superar os atletas e a
imensa torcida que tinham sede de vencer.
Os
dois jogos da final, contra o também rival Botafogo, marcar-se-iam por grande
convicção de que, finalmente o campeão havia voltado. E não foi diferente. A
torcida mostrou-se incansável. Foi possível ver o desempenho e os cruz-maltinos
brilharam literalmente. Os jogadores mostraram que não há jejum que não se
possa vencer, e realmente foi isso que eles ensinaram. Todos que puderam ver e
ouvir aprenderam que a magia do futebol transcende qualquer tipo de obstáculo
que surge no caminho.
Por
Bia Pessôa, @biapessoaguiar
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