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Botafogo e o trauma chamado Copa do Brasil

Hoje o texto na verdade é mais um desabafo do que uma análise de jogo. É o desabafo de um torcedor apaixonado que voltou do estádio com uma eliminação vexatória do Botafogo na Copa do Brasil (mais uma). 

Renan Fonseca, cabisbaixo, e Jefferson, inconformado, lamentam a eliminação.
(Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)

Bom, não deve ser segredo para ninguém que a relação entre Botafogo e Copa do Brasil é péssima. Eliminações traumáticas são normais, cada vez mais comuns na história do clube. E mesmo acostumado, sempre bate aquela revolta. Não pelo fato de ter sido eliminado, mas pela maneira como a queda acontece.

Após o vice de 1999 e a eliminação injusta em 2007, o clube nunca mais obteve sucesso na competição. Times de todas as regiões já tiveram o gosto de despachar o Botafogo. O carma, o emocional, a história, o passado, todos esses fatores reúnem-se e unem-se negativamente quando o time participa. Eu, caso fosse o presidente, baniria a Copa do Brasil do calendário alvinegro. É aquele tipo de competição que não serve absolutamente para nada. Quer dizer, serve para que o torcedor reviva fantasmas do passado e saia do estádio ou do sofá com uma baita dor de cabeça.

Até poderia relembrar aqui as diversas eliminações do clube na Copa do Brasil, mas em respeito aos demais irmãos de camisa, pouparei. O fato é que o Botafogo é freguês do Figueirense (que inclusive, foi um dos times que já teve o "prazer" de eliminá-lo). Em 14 de julho de 2015, novamente, o clube catarinense, fora de casa, conseguiu tal feito. E a crueldade aconteceu aos 47 minutos do segundo tempo com um gol de letra. Detalhe: o 0 a 0 classificaria o time da estrela solitária. Um gol aos 30 segundos do primeiro tempo revoltaria menos.

O JOGO

O Botafogo tratou de jogar contra o Figueirense no Nilton Santos com o regulamento debaixo do braço. Afinal, empates de 0 a 0 ou 1 a 1 garantiam a classificação do time carioca para as oitavas de final. E o primeiro tempo da equipe até que não foi ruim, embora não tenha sido brilhante. O time criou, arriscou e até chegou a levar certo perigo, mas não foi o suficiente para abrir o placar. O que assustou mesmo foi a etapa final, amplamente dominada pelo Figueirense, que chegava ao ataque do Botafogo com a maior facilidade do mundo. Marcão, autor do gol de letra responsável pela eliminação, havia perdido um cara a cara minutos antes. Em outro lance, Jefferson fez um verdadeiro milagre ao defender com os pés uma bola que tinha endereço certo: o gol. Esses são apenas alguns exemplos que ilustram a superioridade do Figueirense. E eu nem citei o quase gol contra do zagueiro Roger Carvalho. Em uma trapalhada ao tentar cortar o perigo, acertou a trave do goleiro Jefferson.

O Botafogo acertou a trave com Tomas. Ainda com o jogo empatado, Rodrigo Pimpão, cara a cara com o goleiro, tentou garantir a classificação com uma finalização pífia, mesmo tendo Sassá livre para só empurrar a bola para o fundo da rede. Era o prenúncio de que uma tragédia aconteceria instante depois.

A classificação do Figueira foi mais do que merecida, e consequentemente, a queda do Bota mais ainda.

René Simões enrolou-se completamente na hora da última alteração, principalmente. Observando um Botafogo recuado, pressionado, que cedia espaços, tentou partir para o tudo ou nada. Preferiu colocar em campo um atacante mediano do que reforçar a defesa, que aparentava um nervosismo fora do comum. O lateral Jean, da base, foi, a meu ver, o mais prejudicado. Foi a típica partida que serviu para queimar o menino, que fez péssimo jogo. Não há ponto positivo algum a ser destacado.

OBSERVAÇÕES

#ForaRené é a hashtag do momento. A cada jogo o time piora.

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Felipe, ex-goleiro do Fla, ironizou a torcida fazendo o chororô. Parabéns, René!

Fui ao estádio, paguei meu ingresso, saí 11 da noite de uma terça-feira após ver meu time ser eliminado com um gol aos 47 minutos do segundo tempo. Vaiei é claro. Um torcedor ainda me recriminou. #dramasreais

O público não foi dos piores. Esperava um bom público no jogo de sábado, porém, com a eliminação, acho que muitos torcedores desistiram.

Tomas Bastos é a maior decepção do ano. Veio para ser o cara e, no entanto, amarga a reserva. Quando entra nos jogos, nada faz.

Sábado tem Botafogo x Náutico pela Série B do Brasileiro. É confronto direto e o jogo não será fácil. Vários outros times encostaram-se ao alvinegro na tabela de classificação. A fase não é boa. #oremos

FICHA DO JOGO

Botafogo 0
Jefferson, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Roger Carvalho, Jean; Diego Giaretta, Willian Arão, Elvis (Tomas), Octavio (Daniel Carvalho); Rodrigo Pimpão, Luis Henrique (Sassá). Técnico: René Simões.

Figueirense 1
Alex Muralha, Jefferson (Dudu), Marquinhos, Saimon, Marcos Pedroso; Ricardinho, Paulo Roberto, Fabinho, Rafael Bastos (Yago); Thiago Santana (Everaldo), Marcão. Técnico: Argel Fucks.

Estádio: Nilton Santos (RJ).
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP).
Assistentes: Carlos Augusto Nogueira (SP) e Anderson José de Moraes (SP).
Cartões amarelos: Rodrigo Pimpão, Daniel Carvalho (Botafogo); Dudu (Figueirense).
Público: 7.116.
Renda: R$ 132.710,00. 


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