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A fé esmeraldina nos deu o título goiano

Pela 26ª vez, o estado se torna esmeraldino. A soberania, a grandeza e a união desse elenco deu o título ao maior clube do Centro-Oeste com uma disputa de pênaltis onde brilhou a estrela do nosso goleiro reserva, Ivan. Eu, como todo torcedor do Goiás, não queria que tivesse ido para as penalidades, mas entendi o porquê daquilo ter acontecido e aproveitei o momento pra colocar toda minha fé em jogo. Deus me ouviu, e o Verdão conseguiu. Essa matéria será um misto de análise com elogios e críticas, agradecimentos e muita emoção de minha parte. O que pra muitos foi só mais um Goianão, pra mim significou muito mais do que isso.

Goiás vence Anápolis nos pênaltis e conquista o 26º título goiano. Foto: globoesporte.com
Como toda vez, fui empolgado para o Serra Dourada esperando não só uma vitória, mas o troféu de campeão goiano. Era um jogo complicado. O Anápolis vinha de um ano brilhante e conseguiu ir até a final do campeonato, sendo assim, queria coroar a campanha com o título. Ele não temeu o Goiás e foi pra cima no início ao fim. Praticamente, a bola só rodava nos pés de Felipe Baiano, Lucas Sotero e Marcelinho. O goleiro Ivan já aplicava algumas boas defesas nos primeiros minutos de jogo e a angústia do torcedor verde só crescia.

Ao menos, quando íamos ao ataque, a bola chegava com mais consistência e melhor para os atacantes. Nós criamos um pouco mais. Enderson percebeu que o jogo se ganha no meio de campo, e com o Léo Sena de titular, vimos uma boa melhora. No nosso primeiro ataque, Juninho cruzou rasteira para o garoto chegar no carrinho e marcar o primeiro gol dele como profissional logo na decisão do campeonato. Memorável.

Nós vencíamos, mas o Anápolis atacava mais. Não sei se poderíamos julgar tanto a defesa do Goiás no jogo de hoje, pois a forma como Waldemar Lemos conduzia o ataque do Goiás foi impressionante. Era uma velocidade extraordinária e não tomamos muitos gols porque a sorte estava do nosso lado. O Galo conseguiu um empate que nos deixou com um gosto amargo em um chutaço de Welder no finalzinho do primeiro tempo. O clima de penalidades começava a parecer mais real naquele momento.

Enderson fez boas mudanças colocando Patrick no lugar do Juninho, Cassiano no lugar de Carlos e Daniel Carvalho, depois de muito tempo voltando a campo, no lugar de David. O Goiás estava mais adaptado ao jogo, mesmo com Galo da Comarca criando cada vez mais e com mais perigo. Veio o pesadelo, vieram os pênaltis. O empate persistiu no placar mesmo com o Goiás dando uma engrenada no finalzinho e quase Rafhael Lucas foi o cara da partida, mas desperdiçou a chance mais clara de gol.

Eu apenas me lembrei da disputa de pênaltis contra o River-PI na Copa do Brasil desse ano, e achei que perderíamos de novo. Foi quando me veio em mente o momento daquela derrota. Eu estava na arquibancada de trás ao gol e me lembrei de uma garota no qual fui apaixonado (ainda sou) e como eu sonhava muito com aquele título nacional que nunca ganhamos, eu olhei para o céu e disse: "Eu já perdi ela, mas me deixe ganhar isso". Nós perdemos. Eu fiquei cabisbaixo e achei que era um sinal de que eu realmente não teria nenhuma chance de retornar à uma paixão do passado. Quando me vi, nesse domingo, na mesma situação, eu rezei muito ao lado do meu melhor amigo que estava de mudança e era o último jogo em que veríamos juntos no Serra Dourada. Ajoelhei-me e repetia "Eu tenho fé", "Nós vamos ganhar".

Jogadores do Verdão comemoram a conquista do título estadual. Foto: globoesporte.com
Quando Ivan fez a defesa no pênalti cobrado por Leandro Euzébio, eu caí em lágrimas e agradeci muito a Deus por ter ouvido minhas preces. Só ele sabe o que eu passei nesses dias difíceis de angústia, saudades e carências de amor. Rafhael Lucas bateu o pênalti e confirmou o título, e eu, ainda emotivo, não parava de agradecer. Esse sim foi um sinal de que eu tenho que ter fé de que em um futuro próximo, tudo dará certo e eu vou recuperar as pessoas que eu amo. Por isso, esse título goiano teve muito mais significado para mim do que o normal. Foi uma fé esmeraldina que me deu motivos pra continuar acreditando e indo em frente, a aprender mais e encarar aquilo que os outros chamam de "loucura".

Foi o meu time, mais uma vez, que me deu aquela vontade de viver e de agradecer as pessoas que estão por perto de mim. Eu começo essa semana, com certeza, com ânimos renovados e também com mais um jogo para guardar na cabeça. Isso sim foi emocionante. Agora é pensar na Série B, pensar em quem vem para reforçar o elenco e pensar em mais um título para a nossa conta. Eu tenho fé de que somos capazes. Se for pra ser, será!

A fumaça verde sobrevoou o Serra Dourada nesse domingo. Foto: globoesporte.com
Wagner Oliveira || @wagneroliveiraf
Linha de Fundo || @SiteLF

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