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Com susto e muita chuva, Chapecoense é campeã Catarinense


Cleber Santana, Rafael Lima e Nivaldo erguem a taça de campeão catarinense 2016. Foto: Cleberson Silva)
A Chapecoense escreveu mais uma página em sua história neste domingo (8). Com muita chuva, frio e sofrimento, os 15.279 torcedores que compareceram na Arena Condá, para ver Bruno Rangel marcar e empatar a partida em 1x1, e aguardar o apito final do árbitro Sandro Meira Ricci, para soltar o grito de É CAMPEÃO.

A festa começou cedo aos arredores da Arena Condá, muitos torcedores deixaram suas mamães neste domingo de dia das mães para o famoso churrasco com amigos na concentração, e antes da partida recepcionaram os pentacampeões com cantos e muita fumaça verde e branca.

Uma multidão recepcionou os jogadores antes da partida. (Foto: Cleberson Silva)
Guto Ferreira teve apenas um desfalque para a partida, o zagueiro Neto lesionado, o treinador fez apenas uma alteração em relação à equipe que entrou em campo em Joinville no último domingo (1), Ananias autor do gol da vitória, ganhou a posição de Maranhão no ataque.

Com a bola rolando, enquanto a torcida fazia a Arena Condá pulsar, o gramado todo encharcado dificultava a prática do futebol, a única alternativa era em bolas paradas. Sem chances de perigo, aos 14 minutos após uma disputa de bola mais forte entre Josimar e Naldo, o jogador do Verdão ficou caído e o árbitro chamou os capitães Cleber Santana e Bruno Aguiar, e decidiu paralisar a partida, a chuva foi diminuindo e depois de 9 minutos, a bola voltou a rolar na Arena Condá.

Com 34', o técnico Hemerson Maria já havia queimado duas alterações, a primeira por opção técnica, Juninho deu lugar a William Paulista, já a segunda por contusão, Naldo deixou o gramado sentindo dores após choque de cabeça, Kadu foi para a partida.

A chuva forte prejudicou o gramado da Arena Condá no primeiro tempo. (Foto: Cleberson Silva)
Aos 41 minutos, após cobrança de escanteio Pereira encontrou Diego Felipe livre na pequena área, o volante cabeceou sem chances para Danilo, abrindo o placar e colocando fogo na partida, o JEC precisava de mais um gol para ser campeão. A Chapecoense respondeu ainda no primeiro tempo, Cleber Santana aos 52', cobrou escanteio fechado e por pouco não marcou um gol olímpico.

As equipes voltaram para a segunda etapa sem alterações, a única alteração foi em relação ao gramado, agora sem poças de água. Quem aproveitou foi o verdão, e logo aos 7 minutos Kempes foi derrubado na área, o árbitro nada marcou, a bola sobrou para Ananias, depois de bate rebate a bola sobrou para o centroavante que de canhota finalizou nas mãos de Agenor.

A pressão da Chapecoense seguiu aos 10', Cleber Santana cobrou falta e quase surpreendeu Agenor, que caiu e espalmou, no rebote após confusão a bola sobrou para Lucas Gomes que finalizou em cima da defesa tricolor. Aos 12 minutos foi à vez do autor do gol dos visitantes salvar o empate, Lucas Gomes cobrou escanteio, Rafael Lima disputou com a zaga e a bola sobrou nos pés de Kempes que finalizou, o volante bem colocado salvou em cima da linha.

O Joinville ficou mais próximo do título aos 22 minutos, Felipe Alves ajeitou com o peito para Pereira que finalizou de primeira em cima de Danilo, perdendo grande oportunidade de ampliar o placar. E como diz o ditado, quem não faz toma, aos 23', Lucas Gomes deu belo passe para Bruno Rangel, que dentro da área teve calma, para na saída de Agenor, colocar a bola no fundo das redes, empatar o marcador, enlouquecer a Arena Condá e se tornar o artilheiro isolado do Campeonato Catarinense 2016 com nove gols.

Momento em que Bruno Rangel com categoria empata a partida. (Foto: Cleberson Silva)
Após o gol de empate, enquanto a torcida do verdão fazia a festa e aguardava o tempo passar, os jogadores com forte marcação seguraram o placar e depois do apito final do árbitro Sandro Meira Ricci aos 48 minutos, a Chapecoense se tornava pentacampeã do Campeonato Catarinense.

A festa que iniciou no gramado, se estendeu para a Avenida Getúlio Vargas, pintada de verde e branco, a emoção ficou ainda maior quando os jogadores em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros desfilaram, uma noite emocionante e histórica para a cidade de Chapecó.

O título vem como presente antecipado para a Associação Chapecoense de Futebol, que nesta terça-feira (10), comemora 43 anos de existência. Uma linda festa está sendo programada para comemorar mais um aniversário do Verdão, a inauguração da loja oficial e a apresentação dos uniformes para as temporadas 16/17.

A Chapecoense volta a campo na próxima quarta-feira (11), quando viaja para Curitiba, para enfrentar o Paraná na primeira partida, da segunda fase da Copa do Brasil, às 19h30, na Vila Capanema.

A CAMPANHA

Chapecoense Pentacampeã Catarinense. (Foto: Cleberson Silva)
O título é indiscutível, com uma campanha excepcional a Chapecoense permaneceu invicta por 15 rodadas, conquistou o primeiro turno com sete vitórias e dois empates, com a melhor defesa e o melhor ataque, entrou para história da competição ao atingir a maior pontuação (23 pontos), com 10 equipes disputando.

Da mesma forma o Verdão seguia imbatível no returno, quatro vitórias seguidas davam a crer que o time conquistaria novamente título, evitando uma futura final. Mas dois empates seguidos e a queda de rendimento, combinado com a ótima campanha do Joinville de Hemerson Maria, renderam a queda da invencibilidade na 7° rodada, na derrota de virada por 2x1 para o Metropolitano, em Jaraguá do Sul. O duelo seguinte diante do Joinville na Arena Condá ainda davam chances matemáticas do Verdão conquistar o returno, mas uma derrota por 3x1 acabou com qualquer chance. Na despedida em Criciúma, com todas as reservas novamente uma derrota, agora 3x2 para o Tigre.

Na tabela geral, com 37 pontos o Verdão conquistou de forma antecipada a vantagem de jogar a grande final em casa, e ainda jogar por dois resultados iguais. E com essa vantagem o Verdão mostrou superioridade sobre o JEC e com uma vitória e um empate sagrou-se pentacampeã Catarinense.

NIVALDO

Há dez anos vestindo a camisa do Verdão, o goleiro e o maior ídolo do clube conquistou seu segundo título. Aos 42 anos, o contrato do jogador se encerra, e agora aguarda o posicionamento da diretoria nesta segunda-feira (9), tudo indica que o jogador se aposente, mas continue na comissão técnica do Verdão.

RAFAEL LIMA

O xerife da zaga da Chape, depois de perder a posição na equipe titular, o jogador jamais reclamou, e sempre mostrou seu amor pelo clube. Rafael Lima esteve presente na final diante do Criciúma em 2013, foi ele o autor do gol na vitória no jogo da volta na Arena Condá, mas não foi o suficiente, deixando o gramado aos prantos. O futuro do jogador ainda segue como de Nivaldo, deve ser decidido nos próximos dias.

CLEBER SANTANA

O capitão do penta, com 32 anos foi um dos principais responsáveis pela campanha do título, um jogador experiente, soube colocar a bola no chão e se tornar o cérebro da equipe. O jogador para a maioria da imprensa é o craque da competição.

BRUNO RANGEL

Estive pensando em como descrever Bruno Rangel em poucas palavras, o jogador contratado em 2013 teve seu nome muito contestado, após sair como refugo do Joinville. No estadual do mesmo ano teve poucas oportunidades, mas foi na campanha da Série B que o atacante mostrou seu brilho, com 31 gols se tornou o maior artilheiro da competição. Em 2014 o jogador deixou o Verdão, embarcando ao Catar, sem muito sucesso acabou voltando no mesmo ano para a Chape, e de gol em gol ia conquistando novamente seu espaço. 2016 foi o ano de marcar seu nome eternamente na história do clube, após marcar três gols na partida diante do Avaí, o jogador atingiu a marca de 65 gols com a camisa verde e branca, superando o ex-atacante Índio com 62 e se tornando o maior artilheiro do Verdão. Mas Rangel não estava satisfeito, faltava o título, e foi dos pés dele que saiu o gol que fez a Arena Condá explodir, e se tornar isolado o artilheiro do Campeonato Catarinense.

GUTO FERREIRA

O treinador que ganhou o apelido de Gordiola fez história na Associação Chapecoense de Futebol, depois de pegar um time afundando em crise depois da demissão de Vinicíus Eutrópio, foi ele que ajeitou os pingos nos “is”, unindo um elenco, conquistando vitórias expressivas, uma virada histórica e levando a equipe até as quartas de finais da Copa Sul-Americana. Em 2016 teve nas mãos o poder de montar sua própria equipe, foi com ela que se manteve 15 rodadas invicta. Após a queda de rendimento foi criticado por algumas opções técnicas. Mas na primeira final, surpreendeu e conseguiu montar uma equipe forte, unida e foi coroado com o título.

TORCIDA

Não existe palavra para descrever essa paixão, o torcedor a cada ano que passa se apaixona mais por este clube, vimos uma cidade pintada de verde e branco nas últimas duas semanas. A cada grito, empurrou a Chapecoense para esta conquista. E como dizem, a união faz a força, e foi com ela que as três torcidas juntas, fizeram uma festa linda na Arena Joinville no último domingo, e mostrou que nem a chuva forte separou esse amor.

Chegamos ao fim de um Campeonato Catarinense com sorrisos no rosto e o orgulho mais do que nunca de um time guerreiro, que representa não só Chapecó, mas sim a região Oeste do estado, de um povo trabalhador e apaixonado por futebol. Para você que acha que o estadual não é importante, um forte abraço, enquanto vocês viram seus rivais disputando o título pela TV, eu estava gritando e comemorando mais um título.

Em 43 anos de existência, são cinco títulos Catarinenses, três acessos nacionais e três anos em uma Série A do Brasileiro, além do mais, nos últimos 10 anos, estivemos presente em cinco finais de estaduais, conquistando três títulos. Prazer, somos Associação Chapecoense de Futebol, e juntos SOMOS MAIS QUE ONZE, SOMOS CHAPECOENSE! Até 2017, querido Campeonato Catarinense.

Marcelo Weber || @acfmarcelo

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