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Com toda nossa raça para vencer

Atlético 2 x 1 Racing Club

Lutar, Lutar, Lutar com toda nossa raça para vencer. Clube Atlético Mineiro, uma vez até morrer.  

Nunca os versos de nosso hino fizeram tanto sentido. Se a Libertadores tem um espírito, ele esteve encarnado nos 22 jogadores que estiveram na cancha. Digo 22 porque nosso adversário foi brioso, valorizou cada dividida, cada chute, cada cabeçada. De fato os argentinos foram bravos, valorizaram cada gota de suor da nossa vitória.

Fonte: Tulio Kaiser, Portal Superesportes
Não sei se estou exagerando, talvez inebriado pela adrenalina do jogo, mas este duelo certamente foi assistido de camarote por todos os Deuses da bola, os velhos e os novos. O Futebol meus amigos gritou no Horto que está vivo.

A respeito do jogo, Diego Aguirre escalou o time com Victor, Rocha, L.Silva, Erazo, D. Santos, Carioca, Donizete, Jr. Urso, Robinho, Carlos (grande novidade, porém não me surpreendi como parte da torcida e da crônica especializada, tal opção foi coerente com o modo que o uruguaio enxerga futebol, ou seja, o ponta tem que participar do jogo defensivo, e o Chacal Alvinegro tem pulmão e tem disciplina para cumprir tal papel) e Pratto.

No primeiro tempo o time foi alinhado em um 4-1-4-1/4-3-3 (os números não importam, são apenas uma aproximação do desenho tático) com Carioca como primeiro volante, Donizete e Urso por dentro; Carlos aberto na direita, Robinho na esquerda e Lucas Pratto isolado na frente.

O primeiro tempo começou tenso, o Atlético até pela escalação mais conservadora não conseguia trocar muitos passes, ter o domínio territorial que geralmente tem em casa (não critico Aguirre pela escalação, considerando que o Cazares estava fora de combate, seja pela razão que for, a escalação era aquela, havia de ter recomposição pela lateral, grande problema no confronto com o América). Desse modo, o alvinegro foi obrigado a ser vertical, abusou das ligações diretas e de jogadas profundas pelas laterais. Por outro lado, o Racing se mostrava um time sóbrio, não veio ao Horto se defender, não estava cravado na defesa, os argentinos jogaram futebol, vieram para gastar a bola, o tempo, ter a posse quando necessário. Os portenhos queriam sobretudo angustiar o Atlético, a torcida, e consequentemente forçar erros.

Nesse sentido é importante salientar que o plano dos argentinos foi bem cumprido, os mesmos conseguiram encaixotar o Galo, que atacou de maneira mais desorganizada do que de costume (sim atleticano, vocês podem até discordar da formação ou de uma falta de ousadia, mas o time de Diego Aguirre é organizado. Hierárquico, como classificaram periodistas Argentinos), mas com valentia. Bravura esta, fundamental para abertura do placar: Aos 15 minutos do primeiro tempo Lucas Pratto rompeu como uma fera desembestada pela direita, descolou um cruzamento praticamente impossível que encontrou Carlos, que meio sem querer, com o peito do pé estufou as redes.

Fonte: Túlio Kaiser, Portal Superesportes
Os Argentinos (copeiros y peleadores) mantiveram a mesma cadência, não sentiram o gol, muito menos o caldeirão fervente que se transformou o Independência. Sob a batuta do Maestro Oscar Romero (o gêmeo “marvado”; o “bãozinho” foi eliminado em Itaquera), que explorou com muita eficiência a excelente combinação de Acuña e Licha Lopez em cima do lado direito da defesa atleticana, a fragilidade defensiva do lateral Marcos Rocha, que diga-se fez uma grande partida, completamente focado (algo completamente diferente do desinteresse demonstrado no jogo de domingo). A partir dessa dobra em cima do lateral alvinegro (Facundo Sava demonstrou ser um estudioso, ao lançar mão do mesmo truque que Givanildo Oliveira havia utilizado no fim de semana), surgiu o gol do Racing. Acunã recebeu livre, Rocha abandonou a linha de zaga, ao caçar o meia, deixando uma avenida para Licha se projetar dentro da área, sofrer o penal (cometido infantilmente por Donizete) e concluir em gol.

Esse momento talvez tenha sido a hora que a espinha do Atleticano tenha gelado, por que claramente time e torcida sentiram o baque. A arquibancada desceu o tom, e o time fez tudo que os argentinos queriam: se desconcentrou. A partir daí foi um festival de erros de passes, e contra-ataques bobos concedidos, com o Racing tendo chances de gol, e algumas delas até bem claras, como o chute de Lisandro que passou assobiando na trave de Victor. Dadas as circunstâncias, sair naquela altura do campeonato com um empate foi lucro. Diego Aguirre teria 15 minutos para reorganizar suas peças, e a torcida para reencontrar sua fé.

Dito e feito: O treinador, mesmo sem efetivar uma substituição, trocou com extrema felicidade o posicionamento dos jogadores. Junior Urso virou ponta direita (mesma variação utilizada contra o Melgar), Robinho saiu da esquerda e se tornou uma espécie de ponta de lança, enquanto Carlos agora teria que cuidar do lado esquerdo do ataque. O time encorpou, ganhou volume, presença, intensidade. A ocupação de espaços foi mais eficiente, e a equipe mesmo sem uma figura criativa no meio campo, avançava na imposição, ganhando terreno, ganhando jardas de falta em falta, como em um jogo de futebol americano. Novamente os volantes foram monstruosos no jogo, e fundamentais para o crescimento do time, cada um à sua maneira (Bom ressaltar também que dessa vez Clayton e Hyuri entraram ligados, algo bastante diferente da letargia observada nos confrontos ante o América).Assim, a cada vez que o time se aproximava, a cada falta recebida a torcida aumentava o tom em uma demonstração bacana de confiança, não no time ou no técnico, mas na instituição Clube Atlético Mineiro, clube do impossível.

Fonte: Bruno Cantini/Atlético. Portal Hoje em Dia
Doravante, apesar de ter tido dois contra-ataques extremamente perigosos, o Racing já não tinha tanto conforto com a bola nos pés. Porém, as voltas do ponteiro foram cruéis, o drama aumentava gradativamente. Até que aos 27 minutos, a pedra argentina furou de tanta água que bateu. Em uma falta lateral, Carioca ergueu a gorducha no bololô, e o dono da partida, Lucas Pratto, com uma chifrada daquelas afundou  a  bola dentro da casinha, sem chances para o goleiro Ibañes (substituto do titular e falastrão Saja).

A partir desse momento, como diria Galvão Bueno: “Haja Coração”. Um pouco antes do Galo balançar as redes, Facundo Sava havia lançado Gustavo “la pantera” Bou no lugar de Romero, com um intuito claro de puxar os contra ataques. E logo depois do tento, o temido tridente racinguista estava completo, com a entrada “del Príncipe” Milito. Os blanquicelestes claramente haviam entrado para o tudo ou nada. Se eu fosse fazer uma metáfora com o boxe, diria que naquele momento havia começado a “trocação”, era briga de rua.  O Atlético, desse modo, teve inúmeras oportunidades de ampliar, visto que o Racing já concedia muito campo. Os exemplos mais claros foram com Lucas Pratto, que perdeu um penal, oriundo de um toque de mão. E Júnior Urso, que talvez pela falta de perna, pelo cansaço perdeu um gol que até minha vó faria.

O Atlético poderia ter matado o jogo, não o fez, sofreu até o apito final. Mas a massa sabe que se não tiver um calorzinho, uma emoção, uma adrenalina a mais não é o nosso Galão da Massa. Portanto amigos, concluo este texto como comecei. O jogo de hoje foi importantíssimo para nos relembrar de nossas origens. Lutamos, Lutamos, Lutamos e vencemos!

Fonte: Túlio Kaiser, Portal Superesportes
P.S. Treinador de Goleiros do Racing fez gestos racistas para a torcida do Galo na saída do Horto. Esse cidadão deveria sair algemado e demitido do clube argentino. Tais manifestações, como qualquer tipo de descriminação são inconcebíveis e inaceitáveis. 

#AquiéGalo

POR: @Mhfernandes89

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8 Comentários

  1. Parabéns pela ótima e precisa leitura da partida. Classificação ao estilo Galo, que dá ânimo para o que vem pela frente. Vamos Galo, ganhar a Libertadores!

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  2. Parabéns pela ótima e precisa leitura da partida. Classificação ao estilo Galo, que dá ânimo para o que vem pela frente. Vamos Galo, ganhar a Libertadores!

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    1. Obrigalo! meu amigo! Satisfação o retorno positivo que vocês tem me dado!

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  4. Parabéns Matheus, texto brilhante! GALOOOO

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  5. Parabéns Matheus, texto brilhante! GALOOOO

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    1. Obrigado brother! Continue lendo e participando. Como não sou dono da verdade é importante demais ter a opinião de outros atleticanos ou até de torcedores de outros times. Até para refinar um pouco os argumentos.

      Muito Obrigado pelo Elogio!

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