Indiana Galo e os Homens Penitentes

São Paulo 1 x 0 Atlético

Fonte: Globo.com

Alo amigo leitor, sócio torcedor do Linha de Fundo. Não sei quanto a vocês, mas sou fã confesso de cinema, principalmente das aventuras do Indiana Jones. O arqueólogo vivido por Harrison Ford, para conseguir caçar suas relíquias passava por maus bocados. Indy podia muito bem fazer as coisas do jeito fácil, mas o herói enquanto fugia de nazistas, passava por armadilhas das mais diversas, caminhos tortuosos, sendo que era até perceptível identificar saídas mais simples ao personagem. Nunca foi fácil, o herói sempre parecia que iria se x#%&* a qualquer momento, mas no fim das contas o herói de muitas Sessões da Tarde (se você cresceu nos anos 80 e 90 sabe disso) salvava o dia. Em Indiana Jones e a Última Cruzada, terceiro da trilogia clássica, o protagonista na sua busca pelo Santo Graal se deparou com a seguinte frase, um versículo bíblico de São Marcos (não o do Palestra, o evangelista): "Apenas o homem penitente passará". Uma espécie de eu acredito, um mantra de que somente os crentes na fé são dignos ao Graal. Alguma semelhança Atleticanos?

Fonte: wall.alphacoders.com

Você deve estar pensando que o blogueiro enlouqueceu, em plena Libertadores, decisão contra o São Paulo e esse cidadão vem falar de Indiana Jones? De pronto respondo que foi algo intencional, vejam só a trajetória do nosso Galo desde a catarse de Riascos, que como diriam Cassia Eller e Leo Bertozzi, realinhou a órbita dos planetas. É sempre assim, sempre uma aventura, um sufoco, uma dose cavalar de adrenalina capaz de ressuscitar qualquer morto. É óbvio que contra o São Paulo não seria diferente, a começar pela escalação. Quando vi o pior melhor jogador do mundo entre os 11, o folclórico Patric (que não é o estrela), e Juanito Cazares fora do banco já sabia de duas coisas: 1 – Diego Aguirre é muito convicto de suas ideias (para não dizer muito macho, porque não é fácil aguentar essa barra e bancar uma decisão dessas com tamanha pressão) visto que aos olhos da torcida essa era uma opção digamos impopular; 2 - prenúncio de fortes emoções.

Aguirre escalou o time com Victor, Rocha, L.Silva, Erazo, D.Santos, Carioca, Urso, Donizete, Patric, Robinho e Lucas Pratto. Atacou com um 4-3-3 e se defendeu em um 4-4-2. A opção por Patric teve muita relação com a vitalidade do carismático jogador, e a necessidade de uma recomposição eficiente. É notório que Marcos Rocha precisava de ajuda.

Os 45 minutos iniciais foram dignos do mais puro futebol portenho, não há muito que falar, partida mais guerreada do que jogada, certamente não parecia Atlético e São Paulo (Se Marty McFly assistisse o confronto lá em 2013, pegasse seu DeLorean,  logo na sequência avançasse no tempo e fosse expectador do jogo de hoje, não acreditaria que as mesmas equipes mudaram tanto). O jogo mais parecia um Peñarol e Rosário Central clubes formadores de la Fiera e del Patón.

Não aconteceram chances claras de gol, ou lances de perigo (mais perto disso foi uma cabeçada de Ganso por cima da meta e um gol bem anulado de Pratto), muito menos lances de efeito. Apenas faltas, faltas e mais faltas. Contudo há de ser feita uma ressalva, o Atlético foi excessivamente amarelado, cinco jogadores (Leo Silva, Robinho, Donizete, Urso e Carioca), dentre eles os três volantes, enquanto os tricolores foram advertidos apenas duas vezes, e Thiago Mendes merecia certamente ser expulso em uma delas. Parece-me que houve certa falta de critério do soprador, fator preocupante para a sequência do jogo. Um adendo importante, ainda sobre o primeiro tempo: Robinho, referência do ataque sentiu uma fisgada na coxa, sendo substituído por Hyuri, o que pouco acrescentou ao jogo e ao time.

Fonte: Rodrigo Fonseca. Portal Super Esportes

Para descrever o segundo tempo bastava dar um Ctrl C + Ctrl V no parágrafo anterior. Nada aconteceu além de muita luta por espaço, muitas faltas, pouco futebol. O Atlético teve um controle maior da bola, porém não chegou a ameaçar o gol de Dênis, idem o São Paulo para com Victor. O marasmo se arrastou até os 34 do segundo tempo, pernas um pouco mais pesadas propiciaram um raro contra ataque ao São Paulo, os paulistas avançaram pela direita, por incrível que pareça quem dava combate por ali era Lucas Pratto, que foi obrigado a cometer uma falta lateral. Na batida uma bola manjadíssima, rasante no primeiro pau, desviada por Michel Bastos, ninguém subiu, ninguém se antecipou. 1x0 São Paulo. Nem os alambrados do Morumbi resistiram, propiciando cenas lamentáveis, visto que um grupo de torcedores caiu no fosso do estádio, gerando grande preocupação.

Fonte: Rodrigo Fonseca: Portal Super Esportes

O jogo, muito pobre tecnicamente ficou nisso, e novamente está desenhada uma revanche de altíssima voltagem. Muito sofrimento a vista. Assim como Indiana Jones, nos perdemos na primeira encruzilhada, estamos com um fuzil na cabeça, mas a taça ainda está lá, o Santo Graal do Futebol Sul-americano ainda não tem dono. E acreditem Atleticanos, tenham fé. Somente os homens penitentes passarão.

AQUI É GALO!!!

Por: @Mhfernandes89