Postura ereta, verticalidade corporal, disciplina,
leveza, harmonia e simetria: um verdadeiro balé subaquático, o nado
sincronizado mistura elementos da natação, dança e ginástica. A modalidade
olímpica consiste na execução, dentro de uma piscina, de uma rotina de
movimentos ao ritmo de uma música. Pode ser disputado em dueto ou equipe.
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Foto:
Gazeta Press
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No nado sincronizado, as atletas competem duas vezes,
tanto na disputa por equipe quanto no duelo, em apresentações de rotina livre e
rotina técnica. A diferença é que a rotina técnica tem elementos obrigatórios e
é disputada em um tempo de 2min20s para duetos e 2min50s para equipes, ao
contrário da rotina livre que não possui movimentos obrigatórios e o tempo é de
3min30s para duetos e 4min para equipes.
Para as notas, além da sincronia dos movimentos, a
empolgação torna-se um elemento importante. Por isso, a escolha da música acaba
sendo um fator de peso para o desenvolvimento das coreografias. A beleza nas
piscinas, durante as exibições de nado sincronizado, não está apenas na plasticidade
dos movimentos, mas também na maquiagem, à prova de água, das atletas. Cores e
desenhos dão um brilho especial e ajudam a compor a apresentação.
Os nadadores perdem pontos nas seguintes situações:
quando tocam o fundo da piscina, descansam na borda ou demoram na
apresentação fora d’água. Os juízes avaliam a execução, a impressão artística e
a dificuldade das coreografias. A melhor e a pior notas são descartadas e as
demais são somadas. A nota final é obtida pela soma das duas rotinas (a técnica
e a livre). Vence quem acumular mais pontos.
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Foto:
AL BELLO / AFP
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Lá vem história...
Surgido entre o final do século XIX e início
do século XX, o nado sincronizado era, inicialmente, praticado por homens.
Contudo, o esporte logo passou a ser dominado pelas mulheres. O primeiro
registro de uma apresentação é de 1907, feita pela australiana Annette
Kallerman, em Nova York. A primeira competição oficial foi disputada em 1940.
No Brasil, a primeira aparição do esporte foi em 1943, quando a ex-recordista
mundial de natação Maria Lenk organizou, no Rio de Janeiro, uma apresentação no
país.
Se comparado a outros esportes, o nado
sincronizado é uma modalidade que ainda engatinha. Foi em Los Angeles-1984 que figurou pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Das oito edições em que o nado sincronizado participou, a Rússia dominou o
pódio, tanto no dueto quanto por equipes, nas últimas quatro. De Sydney (2000),
passando por Atenas (2004) e Pequim (2008), até chegar a Londres (2012), as
russas levaram para casa todas as medalhas de ouro disputadas. A principal
responsável pela hegemonia russa é Anastasia Davydova. Aos 33 anos, a nadadora
é a maior vencedora olímpica do nado sincronizado, com cinco medalhas de ouro –
tanto em provas de dueto como em equipe. Depois da última edição dos Jogos, no
entanto, a russa anunciou a aposentadoria e virou técnica.
RIO 2016
Exclusivo para as mulheres, o nado sincronizado fará
parte pela nona vez dos Jogos Olímpicos em 2016. Por ser o país-sede, o Brasil
teve, desde o princípio, vaga assegurada, tanto na disputa por equipe, como no
dueto. Com isso, pela primeira vez na história, as brasileiras terão uma equipe
em Jogos Olímpicos na modalidade. Na Olimpíada, a seleção brasileira terá
nove atletas, incluindo as duas do dueto.
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Foto:
Ascom/ Setre
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Entre as destaques estão as irmãs gêmeas Bia e
Branca Feres, que participarão das provas de equipe, além de outras sete competidoras: Luisa Borges e Maria Eduarda
Miccuci, no dueto e também equipe, Lara Teixeira, Lorena Molinos,
Maria Bruno, Maria Clara Lobo Coutinho e Pamela Nogueira, completam a lista de convocadas para a disputa em equipe. Os temas das apresentação já estão
definidos: no dueto técnico, o tema será a "Capoeira". No duelo livre, será "Amazônia". Na equipe livre, o tema será "Carnaval" e na equipe técnica será "Motoqueiros".
A Federação Internacional de Natação (Fina) determinou
que cinco vagas de equipes seriam uma de cada continente. Brasil, Rússia,
China, Egito e Austrália ficaram com elas. Os outros três classificados foram
os melhores do Pré-Olímpico, disputado no Estádio Aquático Maria Lenk em 2015, competição que
serviu também como evento-teste para a Olimpíada. Ucrânia, Japão e Itália
subiram ao pódio.
As oito equipes classificadas garantiram seus respectivos
duetos no Rio 2016. Excluindo esses oito duetos, cada continente teve direito a
uma vaga: Canadá nas Américas, Coreia do Norte na Ásia, e Espanha na Europa.
África e Oceania fizeram do Mundial de Kazan seu torneio qualificatório
para a Olimpíada. O Pré-Olímpico classificou os melhores duetos até completar
o total de 24 países na prova.
Local de competição:
Centro Aquático Maria Lenk
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Construído em 2007 para a disputa dos Jogos
Pan-Americanos, o espaço conta com duas piscinas, além de plataformas de
saltos. O complexo sediará as disputas do nado sincronizado, bem como de saltos
ornamentais e polo aquático na Olimpíada Rio 2016.
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