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Confronto do ano de 2016. Fonte: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/
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A partida final a ser disputada no estádio de Saint-Dennis colocará um confronto marcado por adversidades
e contradições desta UEFA EURO 2016. De um lado, a seleção portuguesa, que
pegou um chaveamento sem bicho papão e, mesmo com apenas uma vitória no tempo
normal, outra na prorrogação e mais quatro empates (sendo três na primeira fase)
conseguiu alcançar o feito de 2004, quando sediou o torneio e foi derrotada pela Grécia. Já o time francês, que pegou um chaveamento mais forte,
mas contou com uma sorte nos cruzamentos de oitavas e quartas de finais, por
conta dos adversários que enfrentou (2x1 contra a Irlanda e 5x2 contra a
Islândia), mas virá muito bem embalada após a vitória sobre os atuais campeões
mundiais e favoritos desta edição, podendo faturar seu terceiro título.
Sobre
a seleção portuguesa, tudo levava a crer que poderia ser uma seleção que não
avançaria muito de fase nesta competição por conta da atual geração. Portugal teve uma campanha segura na fase eliminatória, quando terminou na liderança do Grupo
I com Albânia, Dinamarca, Armênia e Sérvia. Por conta disso, esperava muito que
Cristiano Ronaldo fosse a esperança de gols e melhores jogadas da equipe. Mas
na fase de grupos desta edição, o que se notou foi uma maior dificuldade da
seleção lusitana em se impor nos jogos contra as equipes de menor porte no seu
grupo, tanto que o tríplice empate nestes jogos teria tirado equipe portuguesa
das oitavas de finais se o regulamento fosse outro (caso fosse o número de
vitórias o primeiro critério). Em ambos os jogos, mostraram problemas
defensivos que comprometeram o curso das partidas (1x1 contra a Islândia, 0x0
contra a Áustria com pênalti perdido por Cristiano Ronaldo e 3x3 contra a
Hungria).
A
partir das oitavas de finais, a seleção portuguesa mostrou maior competência
defensiva embora tivesse mais dificuldades na criação de jogadas. Contra a
Croácia, o time foi inteiramente dominado durante os 120 minutos, mas foram
cirúrgicos no lance de contragolpe e Quaresma começou a ser o cara das decisões
para a seleção. O seu gol de cabeça, após a finalização de Cristiano Ronaldo
com um rebote do goleiro matou a partida nos minutos finais e colocou a equipe
na próxima fase. Nas quartas de finais, a partida mais difícil contra a seleção
da Polônia. O jogo foi bem equilibrado com o gol dos poloneses marcado por
“Kuba”, mas Portugal empatou ainda na primeira etapa com Renato Sanches, após
desvio em Krichowiak.
O restante do jogo continuou intenso e nas penalidades os portugueses foram
mais efetivos e, após o pênalti perdido por “Kuba” ficou novamente a cargo de
Quaresma a decisão de levar os portugueses na fase seguinte. Por fim, a partida
contra País de Gales mostrou o melhor jogo de Cristiano Ronaldo em duelo
particular com o seu companheiro de clube, Gareth Bale. O craque foi
o principal nome do jogo fazendo o primeiro gol, após subir muito de cabeça e
vencer o goleiro Henessey
e ser o responsável pelo gol de Nani após chute mascado desviado pelo atacante.
Pelo
lado da seleção francesa, por se tornar o país sede da competição a seleção
aproveitou as eliminatórias para realizar grandes jogos em sua casa por conta
de se ambientar com o ambiente competitivo, assim como fizeram na Copa de 1998.
Contou com uma geração bem talentosa e que vinha de uma ótima Copa do Mundo de
2014, além da revelação recente de grandes nomes, como o atacante Martial, do
Manchester United. Na fase de grupos desta edição os franceses encontraram
algumas dificuldades contra as seleções menores, principalmente pela questão do
jogo defensivo praticado pelas equipes, As duas primeiras vitórias contra a
Romênia e a Albânia (por 2X1 e por 2X0 respectivamente) mostraram que os
franceses tiveram muitas dificuldades para furar o bloqueio dos times
adversários, principalmente pelo centro de campo. Já no jogo contra a Suíça
criaram mais chances de gol, mas a boa atuação do goleiro Sommer fez com que o
jogo terminasse sem gols.
A
partir das oitavas de finais, a seleção francesa começou a crescer
gradativamente, junto com o futebol de um dos seus principais nomes da equipe.
A ascensão de Antoine Griezmann fez com que a seleção elevasse ainda mais o seu
nível de jogo. O jogo contra a Irlanda começou muito difícil para os franceses,
com o gol do time celta saindo no começo do primeiro tempo com XXX, mas o
craque francês decidiu no segundo tempo sendo o grande responsável da virada.
Nas quartas de finais, a grande partida da seleção veio contra a sensação desta
edição, a Islândia, mas o time anfitrião não mostrou cerimônia e terminou o
primeiro tempo já goleando por 4X0 com outra boa atuação dos atacantes
Griezmann e Giroud. No segundo tempo, o
valente time islandês ainda foi a vera para conseguir dois gols, mas Giroud
ainda marcou o 5º gol dos franceses garantindo a classificação. Nas semifinais,
a bola da vez foi o jogo contra a seleção alemã. Muito se ansiava por este jogo
por se tratar de duas das melhores equipes do futebol mundial, mas novamente
Antoine Griezmann foi decisivo e com os dois gols, além de se tornar o grande
artilheiro da competição, foi determinante para a vitória sobre a Alemanha, em
Marseille.
O
jogo acontece às 16 horas (horário de Brasília), no estádio Parc de
France, em Saint-Dennis. Espera-se uma partida muito bem disputada e
equilibrada, com um pequeno favoritismo dos donos da casa, mas antes de
qualquer coisa, um duelo entre dois dos grandes jogadores: Cristiano Ronaldo x Antoine Griezmann, além de um jogo melhor de grandes coadjuvantes, como Nani,
Renato Sanches, Pogba e Payet.
Produzido pelo colunista:
Marcos Paulo || @makavista
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