A vontade era de falar do jogo contra o Sport, do
péssimo gramado do Allianz Parque que mais uma vez prejudicou o jogo
palmeirense, do péssimo primeiro tempo que permitiu várias chegadas com perigo
dos visitantes, da sorte de campeão do time que mesmo jogando mal virou o tempo
em vantagem no placar.
Só que não dá para ignorar o absurdo que aconteceu
antes do jogo, onde ao contrário do duelo contra os pernambucanos, saímos
derrotados. A barreira imposta pela polícia militar na Rua Turiassú (também
escrita Turiaçu) é uma das coisas mais patéticas que vimos no ano. Ela impedia
qualquer torcedor que não tivesse ingresso em mãos de entrar na rua mais
conhecida pelo torcedor alviverde que, de tão palmeirense, ganhou uma mudança de
nome para Rua Palestra Itália.
Jogadores comemoram gol contra o Sport. (Foto: Globo Esporte) |
Todos conhecem, participando ou não, que um jogo do
Palmeiras não começa quando a bola rola para o palmeirense. Ele começa horas
antes, com encontros de amigos, na Turiassú. Sim, de tanto amor que há pela
rua, não aderimos à mudança de nome. Afinal, não existe rua mais palmeirense
que a Turiassú – nem mesmo a Rua Palestra Itália que, não confundam, é a mesma
rua.
Acabar com uma das festas de torcida pré-jogo mais
tradicionais do país chega a ser absurdo. Primeiro porque, ao menos parece,
impede o tal direito de ir e vir em uma via pública. Não sou advogado, portanto
é apenas um palpite. Depois, e aí com total razão, é um atentado, de uma só
vez, ao comércio local (em especial os bares, que certamente contam com jogos
para suas receitas), à tradição palmeirense e aos torcedores excluídos.
Torcedores excluídos? Sim, e não são poucos. Ou você
acha que pagar cem reais em um ingresso é fácil para uma população cujo salário
mínimo mal resolve as necessidades essenciais do cidadão? Em jogo de grande
apelo, como neste domingo, o torcedor comum (aquele que não é sócio-torcedor)
só conseguiria comprar seu ingresso nas áreas mais caras do estádio com preço
dobrado. É óbvio que muitos estão impossibilitados de entrar no Allianz Parque
com preços deste nível. A eles, porém, restava ainda respirar os áres
alviverdes, reunindo-se com amigos e acompanhando pertinho de onde gostariam
estar. Neste domingo, nem isso puderam fazer.
Dentro de campo, a coisa não andou muito melhor do que
nos arredores do estádio. A defesa era tão esburacada quanto o gramado e
escapou de levar o gol em pelo menos quatro chances claras. Ironicamente,
Moisés achou Dudu no pior tempo do alviverde no returno para marcar um bonito gol.
O Sport seguiu melhor e empatou após cobrança de escanteio.
Depois disso, uma pequena melhora do Verdão que, ao
menos, também assustava o goleiro Magrão. E conseguiu o segundo gol quando nem
merecia ao melhor estilo Cucabol: Moisés jogou na área, Dudu tentou finalizar e
a bola sobrou para Tchê Tchê, livre, marcar o segundo, ainda que sem merecer.
Sorte de campeão?
Cuca corrigiu no segundo tempo com Thiago Santos. O
Sport não tinha mais os mesmos espaços para contra-atacar. O Palmeiras tinha.
Podia ter feito o terceiro em dois deles, assim como poderia ter levado o
empate em bonito chute de Diego Souza ou no recuo errado de Alecsandro que
deixou Apodi em condições de finalizar. E assim, mais na raça do que na
técnica, veio mais uma vitória.
Ao menos depois do jogo, a Turiassú voltou a ser
preenchida como deveria.
O DESTAQUE: O reflexo da
má partida do Palmeiras é que seu goleiro foi o grande destaque. Com mais uma
atuação segura, Jailson segurou
quase tudo e garantiu a vitória do Palmeiras. Será desfalque na Vila Belmiro
pelo terceiro amarelo.
BOLA MURCHA: A bola
murcha da vez é fora de campo. Mais uma vez em um show absurdo, a PM fica com o
voto. O texto explica o porque.
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