Definitivamente 2016 foi um ano pra se esquecer no
Goiás. Várias quebras de expectativas consecutivas fizeram a torcida e o time
passarem por momentos conturbados, resultando em mais um ano na segunda divisão
e um monte de dúvidas para um 2017 que muitos esmeraldinos têm medo.
Imagem que ilustra muito bem o ano do time, onde um cão (objetivos) persegue o lateral esquerdo Juninho (Goías) no jogo contra o Brasil de Pelotas |
Início promissor, um título que virou rotina
2016 era tido como o ano da recuperação, e todos
esmeraldinos sabiam disso. Era a hora de reerguer o clube após o rebaixamento e
campanha desastrosa advinda do ano passado. Logo de início, ainda em janeiro o
clube anunciara nova parceria para material esportivo, a DryWorld seria
responsável por fazer nossos uniformes e com eles viriam uma nova loja (que
nunca ficou pronta) e uma bolada de dinheiro para o time.
Além da enorme quantia em dinheiro que entrara no
clube, um pacote de contratações já visando à disputa da Série B animou e muito
a torcida. Trouxeram jogadores para todas as posições, dentre elas Daniel
Carvalho, Wendel e Rafhael Lucas eram as que criaram maior expectativa no torcedor.
E como um conto de fadas a estreia no campeonato goiano não podia ser melhor,
com 2x0 no maior rival e sete novas peças em campo.
Sobre o comando de Enderson Moreira (técnico com
grande aprovação da torcida na hora da contratação) o Goiás fez um campeonato
estadual "morno", vencendo sem apresentar o melhor do futebol.
Batendo seu maior rival na semifinal, e o Anápolis na grande final o clube se
consagrou campeão goiano pela 26ª vez.
Mesmo com campanha apática, o clube foi campeão estadual. (foto: globoesporte.com) |
Primeiros sinais de um ano negativo
Ainda durante o estadual, o Goiás encarou na estreia
da Copa do Brasil o River de Piauí. Um adversário que para muitos era garantia
de vaga na próxima frase, aprontou pra cima de nós goianos vencendo o jogo de
ida no nordeste por 2x1. Na volta, a torcida ainda "tranquila" com a
questão de classificação, viu a zaga se atrapalhar e entregar um gol que levou
a disputa para os pênaltis. Resultado: Eliminação precoce para um time sem
expressão nacional e aumento da pressão sobre Enderson Moreira.
Se não bastava a eliminação, dos seis primeiros jogos
do campeonato Enderson conseguiu perder quatro. E bastaram estas mesmas seis
rodadas para fazermos nossa primeira troca de técnico (o que foi um péssimo
sinal) o Goiás agora apostava em Léo Conde que tinha feito campanhas notáveis
na Série B.
Condé era a nova aposta da diretoria para a sequência da temporada. (foto:globoesporte.com) |
Um ano jogado fora
Novamente as expectativas aumentaram com a chegada de
um novo técnico. O futebol apresentado por Condé de início agradava, com
vitórias sobre Avaí e Bragantino e a ascensão de Rossi, o Goiás veio empolgado
para o clássico contra o Vila Nova. A equipe esmeraldina até saiu na frente,
mas o colorado conseguiu empatar, contando com a ajuda de erros absurdos por
parte da arbitragem, e também de nossa defesa (novamente).
Com muitas lesões de peças importantes durante sua
passagem, Léo Conde não conseguiu realizar o que todos esperavam dele, uma
simples sequência. O treinador tinha como característica recuar o time no final
da partida, independente do resultado, ou se o Goiás estava melhor em campo do
que o adversário e isso custaram empates muito caros, e amargos. A diretoria
demorou a perceber que Condé não era o cara certo para o Goiás, e que o elenco
precisava de melhores peças, o treinador mineiro foi embora tarde e acabou
sendo ao lado da diretoria os responsáveis por jogar nosso ano fora.
Outro fracasso, foi o contrato com a fornecedora de matérias
esportivos DryWorld, que rescindiu no fim do ano sem deixar a loja prometida
pronta, além de deixar a categoria de base sem uniformes. O Goiás chegou ao
absurdo de pedir para os jogadores não trocarem camisas ao final de partidas,
já que a empresa canadense não oferecia o material necessário.
Infelizmente Goiás e Dryworld foram uma parceria que não deu certo |
Pontos positivos
Se há algo de positivo em 2016 para o Goiás além do
título estadual (mesmo o torcedor tendo se acostumado isso) são as surpresas
relacionadas aos jogadores. Enquanto 95% do elenco foram dignos de serem
dispensados no fim do ano, o Goiás conseguiu revelar um ótimo meio campo e
reviver um artilheiro esquecido pelo futebol brasileiro. Além de contar
novamente com Walter em seu elenco.
É unânime, para a torcida o jovem Léo Sena é a grande surpresa de 2016. (foto:globoesporte.com) |
A) Léo Sena
Com início das categorias de base no São Paulo,
Leonardo de Souza Sena ainda passou pelo Paraná antes de chegar ao time da base
esmeraldina. Em 2016 foi promovido ao elenco profissional junto com outros três
jogadores (Thales, Rezende e Jefferson) e estreou no Campeonato Goiano na
vitória por 1x0 sobre o Goianésia. A partir dali não saiu mais do time titular,
ganhando cada vez mais espaço e marcando seu primeiro gol como profissional na
final do Goianão, se tornando nosso melhor meia (disparadamente) na Série B.
Demonstrando um controle de bola excelente, sua visão
de profundidade é acima da média, fazendo bons passes que quebram linhas de
marcação. Ele também busca o avanço através de dribles curtos, nessa
característica é muito bom e consegue normalmente se livrar da marcação. Mesmo
não sendo um jogador que tem grande presença de área, Léo Sena é um jogador que
tem grande inteligência, é um meio campista com bons recursos técnicos e
capacidade de organização. Por ser jovem, apresenta alguns pontos de melhorias
que com certeza vão melhorar com o tempo. Mas já tem o carisma e conquistou a
"moral" com os torcedores.
B) Léo Gamalho
Após ser rebaixado com o Avaí em 2015 e marcar apenas cinco
gols, o centroavante Leonardo Gamalho de Souza (Léo Gamalho) foi parar no
Nacional do Uruguai (clube de tradição que disputou a Libertadores de 2016)
onde marcou dois gols em 16 jogos e acabou ficando sem espaço.
Artilheiro esmeraldino de 2016, Léo Gamalho já chega em 2017 com status de "matador", e é o 9 que a torcida quer. (foto:espn.com.br) |
Léo Gamalho estreou sem fazer muita coisa em Londrina,
depois só voltou a ter chance saindo do banco na partida contra o Ceará e foi
aí que começou sua sequência de gols. Ele marcou o segundo nesta partida,
empatou o placar contra o Vasco, marcou na derrota contra o Bahia, abriu o
placar contra o oeste e fechou setembro marcando dois contra o Paraná. O Ibra
do Cerrado escalava a artilharia com seis gols em cinco jogos, carregando o
time já que Walter seguia lesionado.
E não parou por aí, ele ainda marcou dois gols contra
o Bragantino, um contra o Atlético, e virou a partida contra o Joinville com
mais dois gols. Sem sombra de dúvidas Léo Gamalho conseguiu ressurgir aqui na Serrinha
e voltar a ser o artilheiro que sempre foi. Com apenas 15 jogos ele conseguiu
terminar o campeonato em 4º lugar na artilharia com 11 gols no total, animando
a torcida pelo ano que vem.
Um ano que fica como lição
2016 foi um ano de aprendizado, com um início
promissor, entramos na Série B de cabeça alta achando que seria fácil voltar
pra elite. No fim das contas, aquela foto no início do texto traduz o que
aconteceu, ficamos sendo perseguidos por nossos próprios objetivos, aliados a
uma pressão enorme em garantir o acesso.
Fica o aprendizado, ano que vem temos que jogar nosso
futebol, sem nos acharmos favoritos a nada. Além disso, temos que ser pacientes
com a equipe e deixarmos o lado "corneta" pra depois, visto que nosso
time está com um processo de reformulação a todo vapor nas mãos de Harlei.
Mais do que nunca, o clube precisa de você torcedor! (fonte: familiaesmeraldina.com) |
Que pra você torcedor esmeraldino, o fim de ano seja
ótimo! Boas festas e feliz natal! Um próspero ano novo! (é o que todos
queremos) e que ano que vem seja cheio de alegrias na arquibancada, afinal, desistir não está no nosso sangue.
Artur Pinheiro ll FaceBook
Linha de Fundo ll @SiteLF
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