Divulgação: Foto/Liverpool FC |
Existe mais de um jeito de jogar futebol. O Burnley é um
grande exemplo de um time que é considerado ruim, por apresentar um jogo
retrógrado e feio. Mas o Burnley é bom no que faz. Eles fizeram isso contra a
gente na temporada anterior. Eles fizeram o jogo deles contra Tottenham e
Chelsea essa temporada, arrancando pontos de ambos. Eles podem não ser
agradáveis, mas são bons no que se propõem a fazer.
O empate contra o Liverpool não foi nada surpreendente e é
algo que não deve ser extrapolado. Dito isso, não é um resultado aceitável.
Longe disso. É algo que acontece com o Liverpool muitas vezes, mais do que o
normal, e é simplesmente inaceitável. O Burnley é bom, mas não deveria tirar
pontos do Liverpool, tampouco de Chelsea ou Tottenham. Eles não deveriam ser
capazes de visitar o Anfield esperando sair com alguma coisa de lá, e nós não
deveríamos tentar fazer sentido após um tropeço desses.
Mais uma vez, apresentamos os mesmos problemas. A defesa
chegou ao ponto onde absolutamente nada além de uma falha é esperado. Para um
zagueiro de 1.95, Matip sofre muito contra qualquer atacante mais físico e não consegue
se impor. Chris Wood fez o que quis com o camaronês nos primeiros 25 minutos, Ragnar
Klavan pouco fez para ajudar seu companheiro e numa jogada patética entre os
dois, Arfield aproveitou-se para colocar os Clarets na frente do placar.
Divulgação: Foto/Liverpool FC |
Mohamed Salah empatou o jogo logo em seguida, marcando seu quinto gol em 8 jogos, e dali pra
frente, só deu Liverpool, mas os Reds pararam nas mãos do goleiro Pope e de sua
própria ineficiência. Philippe Coutinho fez seu primeiro jogo como titular na
temporada e é uma partida a se esquecer por parte do brasileiro. Muitas
decisões erradas, jogadas forçadas, chutes sem direção, falta de efetividade...
Nada que alguns dribles bonitos aqui e ali compensem.
No segundo tempo, Sturridge, Milner, Salah, Firmino, Emre
Can, Alexander-Arnold e, depois, Solanke tentaram colocar o Liverpool em
vantagem, mas faltava capricho – e uma pitada de sorte. Klopp demorou 76
minutos para fazer a primeira mudança e, mais uma vez, sua hesitação pareceu
fatal. Dominic Solanke e Alex Oxlade-Chamberlain entraram bem no jogo, mas
pouco puderam fazer com o tempo tão escasso.
O Liverpool ainda poderia ter perdido o jogo! Em dois
escanteios seguidos, Ben Mee subiu sozinho para cabecear pro gol. Na primeira,
Matip tirou em cima da linha. Na segunda, Simon Mignolet fez milagre. Gols
perdidos, jogadas mal definidas, substituições tardias, erros defensivos,
problemas na bola aérea... É tudo muito previsível num jogo do Liverpool
ultimamente. Até demais.
Divulgação: Foto/Liverpool FC |
Perder pontos para o Burnley não é um absurdo, talvez nem
seja um desastre, como parece ser agora, mas não deveria acontecer e não deve
ser visto como aceitável. Isso não é uma diminuição do adversário, que merece
crédito por ser bom no que faz, mas simboliza o que deve ser nossa ambição na
liga. O Liverpool juntou-se a Tottenham e Chelsea no grupo de times que foram
parados pelos homens de Sean Dyche, e talvez mais alguns bons times sofram do
mesmo mal, mas todos estarão lamentando esse tipo de jogo caso não consigam
seus objetivos. Um resultado normal, previsível, mas inaceitável.
Por: Luiz Felipe Gomes Santos / @MakeUsDreamBR
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