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Em duelo de gigantes, Alemanha e Espanha ficam no empate

Estamos nas vésperas da Copa do Mundo e nessa sexta a Die Mannschaft enfrentou a Fúria espanhola num amistoso e não saíram de um empate em 1 a 1. Quando duas seleções de alto nível se encontram dentro de campo, a expectativa dos torcedores ao redor do mundo é de um grande jogo. E mesmo se tratando apenas de um amistoso preparatório, Alemanha e Espanha, as duas últimas campeãs mundiais, não decepcionaram e protagonizaram uma partida excelente em Dusseldorf.


 Foto: Reprodução/Twitter

O JOGO

A peleja começou aberta mas nos momentos inicias a superioridade espanhola já era evidente. Montado sem nenhum jogador agudo pelos lados no meio campo, o time espanhol dominou a campeã mundial de 2014 durante os primeiros 30 minutos de jogo, com uma movimentação exuberante e troca de passas rápida entre seus meio campistas. Contando com um vacilo na marcação alemã e um sensacional passe de Iniesta, Rodrigo anotou um belo tento que coloca a Fúria na frente do placar logo no início. O gol de Rodrigo logo aos 6 minutos, foi uma mostra da superioridade espanhola no início da partida, que em seguida perdeu boas chances de ampliar o marcador, mas pecou nas finalizações e viu Ter Stegen fazer boas intervenções.

Buscando o empate nos momentos posteriores, a Alemanha sobe sua marcação mas acaba não surtindo efeito, embora o jogo daqui pra frente comece a ficar mais equilibrado. Embora com um aparente equilíbrio, a Espanha teve muito mais volume de jogo, jogadores como Draxler e Ozil estavam sumidos e já aos 29' do primeiro tempo a Alemanha só consegue parar a Fúria com faltas e dá muito espaço pro ataque espanhol. Mas como a velha máxima de "quem não faz leva" é insuperável, os alemães encontraram o gol de empate após um belíssimo chute de Thomas Muller aos 35.

A etapa complementar começou com uma leve vantagem para Alemanha porém o equilíbrio se manteve na grande parte do jogo. Num jogo muito equilibrado, aberto para os dois times e bom de se assistir, as duas últimas campeãs mundiais não saíram do 1 a 1. As  invencibilidades foram mantidas num ótimo jogo de preparação pro mundial.

por Pedro Henrique e Matheus Morais

ALEMANHA

Alemanha não perde pra Espanha em casa desde maio de 1935, até então são 5 vitórias e, agora, 4 empates. E a seleção de Joachim Löw, que está desde 2006 no comando, entra na reta final de preparação para a Copa, embora tenha passado por uma forte renovação nos últimos anos, com 8 remanescentes do título mundial de 2014.

Tradicionalmente a Alemanha joga no 4-2-3-1 e até especulou-se que nesse jogo a fosse a campo com 3 zagueiros, assim como contra a França. Mas Löw optou pela primeira formação com Kimmich na lateral direita. Contando também com a experiência de Sami Khedira no meio campo, jogando como protetor da defesa e Kroos mais adiantado quase encostando em Ozil. Outro ponto que é interessante observar foi a expectativa na atuação de Draxler, que é titular constantemente no PSG, já que Sané deve ser o titular absoluto no lado esquerdo. E o jovem Timo Werner aspira o posto de centroavante que era de Miroslav Klose, lembrando que veteranos como Mario Gomez foram convocados, mostrando que a lógica de renovação segue firme.


Foto: @DFB_Team_EN/Twitter
Hummels e Boateng, jogadores do Bayern de Munique que sobra na liga alemã, pareciam um pouco despretensiosos e não entraram ligados no jogo. Parece que não são exigidos na Bundesliga e se depararam com um jogo disputado. Porém, o grande problema da Alemanha continua sendo as laterais. Desde a última Copa a seleção alemã joga com laterais improvisados e esse pode ser um ponto fraco da equipe de Löw. Na Copa de 2014 Lahm passou a jogar como volante e as laterais foram ocupadas por Boateng e Howedes. Durante a competição Mertesacker foi sacado do time titular, Boateng realocado para o miolo da zaga junto com Mats Hummels e Laham trazido para a lateral direita. Howedes continuou do lado esquerdo. Hoje a ala direita, como falamos anteriormente, é ocupada por Kimmich que geralmente joga como volante no seu clube Jonas Hector, o ala pela esquerda, é quem mais jogou na seleção alemã desde a última Copa.

Na primeira jogada trabalhada da partida, na primeira triângulação do time alemão, passando por Ozil, Kroos e Khedira, mesmo com a marcação forte da Espanha, Muller acerta um bonito chute pra deixar tudo igual. Esse é o melhor momento da equipe alemã até então e, embora renovada, veteranos como Muller ainda fazem a diferença. Aliás, o craque vai para a Copa em busca, não só pelo título mundial, mas também para superar o compatriota Klose como maior artilheiro das Copas.

Gundogan, Sané, Goretzka e Mario Gomez tiveram oportunidade de entrar mas não se destacaram. A crítica para a seleção alemã fica na demora ao se encontrar no jogo. Boateng se demostrou inseguro na zaga e a seleção alemã só conseguiu chegar ao gol de empate a partir do momento que Khedira e Kroos começaram a puxar a responsabilidade no jogo. Para Löw esse jogo era pra dar as repostas mas acho que o treinador alemão acabou saindo com mais perguntas do que já tinha: os jogadores que entraram não tiveram muito tempo pra mostrar serviço além de jogadores que geram expectativas de convocação para o mundial como os aurinegros Reus, Gotze e Schurrle, não foram convocados. Marco Reus sofre com constantes lesões e se estiver bem fisicamente irá para a Copa sim, porque tecnicamente ele é incontestável sendo um dos melhores nomes da atual geração alemã; Gotze tem um problema crônico de metabolismo que precisa ser tratado permanentemente e isso afeta seu rendimento técnico. Se estiver bem, será convocado também; já Schurrle não tem problema físico mas tem problema técnico, tá jogando mal. Se estiver bem, pode ser que seja convocado também. Se forem os casos, quem vai ficar de fora? O time está se organizando e quase preparado mas ainda faltam algumas arestas a serem aparadas como dissemos aí em cima. A expectativa da Copa do Mundo é que ela seja exigente e a Alemanha ainda assim está entre as favoritas. Será que Löw terá suas respostas? Próximo compromisso da Alemanha é terça num amistoso contra o Brasil. A partida promete e todo mundo sabe porquê.

por Matheus Morais.

ESPANHA

Ainda em processo de renovação, Juan Lopetegui deixou de fora jogadores renomados no futebol espanhol como Morata, Juan Mata, Pedro e Fabregas por exemplo, e promoveu as primeiras convocações de Rodrigo Moreno, Marcos Alonso e Parejo.

Foto: Getty
Ainda sem contar com Busquets em processo de recuperação, o time espanhol parece muito bem definido para Copa, com apenas algumas lacunas pontuais nos laterais reservas e as últimas posições no meio campo. Outro ponto importante, foi a volta de Diego Costa numa convocação, o que não acontecia desde junho do ano passado.

Há poucos meses da Copa, o torcedor espanhol vê seu goleiro fazendo uma temporada extraordinária, sua dupla de zaga mantendo um nível aceitável e meio campistas como David Silva, Isco, Thiago e Iniesta jogando o fino da bola em seus clubes. Se juntarmos isso à juventude de Asensio, Rodrigo e Vázquez como boas armas para aparecer no banco, a seleção espanhola se coloca como uma das favoritas a no mínimo chegar entre as 4 melhores equipes na Copa do Mundo.

Agora a equipe tem outro confronto pesadíssimo com a Argentina (27\03), mas desta vez atua em casa e deve contar com apoio do seu torcedor.

por Pedro Henrique

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