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Amaiera, Xabi Prieto!

Emoldurem isso, por favor! (Reprodução: Facebook oficial do clube)
Em um esporte onde o adeus pode valer cada vez mais (dinheiro) e cada vez menos (palavra), o de hoje não tem preço nem dimensão.
Amaiera (adeus em basco), Xabi Prieto!
Amaiera, pois assim talvez soe mais familiar a ele. Nascido, criado e consagrado em San Sebastián como um dos maiores jogadores da história da Real Sociedad. De personalidade intrigantemente serena, que o formou um capitão singular, de imposição pela calma e pelo exemplo.
De técnica incomum, no trato diferente com a bola, um dos grandes batedores da história na marca da cal, com apenas um erro em 22 cobranças, há muito não vinha sendo o batedor oficial, cargo atualmente sob responsabilidade do brasileiro Willian José, mas mesmo antes já exercido por outros atletas como Vela e Griezmann. Não faz muito sentido que um atleta com a sua eficiência se permita um luxo desses, mas isso diz muito sobre Xabi Prieto.
Xabi, que em seu auge de popularidade lidou com inúmeras especulações não confirmadas, entre elas uma amplamente divulgada, a do Liverpool, acabou ficando no seu clube predileto, sem nenhum alarde, emulando ele próprio dentro de campo, um craque discreto.
Discrição que fará com que o camisa 10 passe despercebido por boa parte dos fãs do futebol espanhol, geralmente limitados às rotinas, cliques e repercussões de Barcelona e Real Madrid. Como um autêntico fã alternativo, eu apenas sinto pena de quem não conseguiu enxergar um pouco mais que a superfície e notar um tímido homem esguio vestido de azul e branco, aparentemente lento, aparentemente letárgico, aparentemente comum.
E estranhamente genial.
O homem do “passe para as assistências”, do controle do jogo, que enganou as estatísticas. Dos 530 jogos vestido com o manto txuri-urdin, apenas com o manto txuri-urdin. De mais alguns, quem sabe, até o fim da temporada, se conseguir voltar à tempo de sua lesão sofrida após, que ironia, voltar a bater um pênalti. E acertá-lo, claro.
São tantos jogos! Desde o já distante Real Oviedo em setembro de 2003 até o provável Barcelona, no Camp Nou, na última rodada do campeonato. Camp Nou que é badalado até demais para o gosto do nosso eterno craque, mas que acaba sendo um lugar mais que especial para o nosso ídolo pendurar as chuteiras profissionalmente. Não mais que o Anoeta, claro. Não mais que em San Sebastián. Nunca.
Xabi Prieto é San Sebastián.
Xabi Prieto é a Real Sociedad.
Vamos sentir sua falta para sempre, herói!
Amaiera…

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