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E DEUS CRIOU O GALO | Especial Clube Atlético-MG 107 Anos|

Foto: Thomas Santos
25 de Março de 1908.
25 de Março de 2015.

O mesmo nome. As mesmas cores.

Todos nós sabemos que o Atleticano é um ser sem explicação. De coração gigante, emoção à flor da pele e grito forte na garganta. Não dá para explicar o inexplicável. Mas convoco a todos para refletirem onde essa paixão surgiu... de onde veio... quem foi o ser humano que te ensinou a amar uma Divindade.

Particularmente meu amor veio do meu pai. Não por ser um atleticano doente, nem tampouco daqueles que acompanham cada jogo presente no estádio, mas sim um torcedor de radinho, mas daqueles fervorosos... não há uma viagem que eu tenha feito nessa vida aos domingos à tarde que eu não tenha ouvido o meu Galo jogar. Eu não fui obrigada a torcer para o Atlético, eu escolhi amar um clube como amo um membro da minha família. Minha primeira camisa do Galo eu não ganhei, eu pedi. A primeira vez que fui ao estádio foi porque eu fiz questão de estar presente. Me lembro como se fosse hoje, Galo 2, São Paulo 1, no antigo Mineirão, arquibancada de cimento, cerveja liberada, charanga mais alta que nunca, faixas, bandeiras... sem regras na torcida, futebol antigo... daqueles que você diferencia pelo cheiro... o cheiro de liberdade, de vontade, de paixão... um grito diferente, gostoso de ser lembrado. Entravam milhares de criança com os heróis em campo, cabiam mais pessoas em um estádio do que jamais seria previsto... nada de futebol moderno, de chuteira colorida, de marketing, Era a bola, o jogador e o gol.

Tive a oportunidade um tanto quanto única de ser criada sobre o futebol antigo e passarei o sentimento aos meus filhos. Porque amar o Galo quando muito se ganha é fácil, mas o grande amor a um time é aquele demonstrado nos momentos mais difíceis. Eu estive com o meu Galo quando as coisas estavam complicadas. O grito foi exatamente o mesmo. Lógico que o torcedor fica triste com a má fase, mas o levantar, colocar o manto e sair pra rua, na verdade é uma declaração de amor. E a mais pura delas.

Foto: arquivos do Clube Atlético Mineiro
Hoje essa entidade... esse clube... ESSA PAIXÃO faz mais um ano de vida. Contra tudo e contra todos. Conquistando gerações e apaixonando multidões. O Galo não respeitou a ordem de entrarmos com um número limitado de mascotinhos em campo quando isso foi imposto pela CBF ano passado, porque cada uma daquelas crianças é a prova viva da imortalidade do clube. Como limitar o amor? Enquanto houver uma criança atleticana, o Galo será imortal e enquanto pudermos lutar contra o futebol moderno, mais apaixonante será o jogo.

Não quero que meus filhos amem o Galo pelo que ele tem, quero que o amem pelo que ele é. É bonito uma estante cheia de troféus, é magnífico ter títulos. Mas o mais sensacional de tudo é amar sem esperar nada em troca. Não amamos o Atlético pelas conquistas, nem passadas nem futuras, nós amamos porque faz parte do que somos, da nossa pele, do nosso sangue, do nosso suor. Amamos porque quando seu goleiro defende a bola com o pé esquerdo depois de milhares de vozes gritarem Eu Acredito, você chora, você vibra, faz tatuagens, doa sangue, sobe escada de joelhos, promete... e cumpre. Amamos porque quando Deus criou o Galo ele não fazia ideia do que vinha pela frente, ou simplesmente sabia que sua fé jamais seria posta à prova. Amamos porque apesar de inexplicável, é transcendente. Amamos porque o coração atleticano é diferenciado, à prova de balas e emoções absurdas. Simplesmente amamos.

Parabéns Clube Atlético Mineiro pelos 107 anos.

Obrigada pelo amor. Pela paixão. Pelo carinho. Pela dor. Pela vitória. Pela derrota. Pela recompensa. E principalmente, obrigado Galo por nunca desistir.

E Pai, obrigada por me ensinar nos mais simples gestos que torcer contra o vento é bem melhor do que viver cheio de vaidade.

Foto: arquivos do Clube Atlético Mineiro
"Serei Galo mesmo que a bola não entre,
Mesmo que o Horto se cale,
Mesmo que a vitória esteja longe,
Serei Galo.
Seja longa a jornada,
Seja dura a caminhada,
Galo no peito e na alma,
No grito e nas palmas,
Serei Galo até morrer."

 Saudações Atleticanas. #Galo107anos

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3 Comentários

  1. O Galo pra mim também vem de berço... Quando criança, já escutava do meu avô, Sr. Bié, as maravilhosas historias do glorioso... Falava do Trio maldito, Vavá, Mario de Castro e Carlyle...Matadores de Maria desde 1927. Meu pai, grande atleticano, tambem tinha historias maravilhosas. Foi ao Maraca em 1971, e nas finais de 1977. Também esteve no Marrocos... Pulemos essa parte...
    E me fez um atleticano autentico, não mais fanático que qualquer um, pois o atleticano já nasce fanático. Desconheço um simpatizante. E como agradeço à Deus por me fazer atleticano! Hoje, mais do que nunca, saberei que isso passará para o meu filho, "de gerações à gerações".
    Só posso me sentir orgulhoso de fazer parte dessa torcida, desse time, dessa historia.
    Clube Atlético Mineiro, EU TE AMO!!!

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    1. Sensacional! É o Galo contagiando multidões, de gerações à gerações. Veio do seu avô e com certeza passará aos seus filhos! #GALO107anos

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  2. Meus olhos estão suando aqui! Sensacional!

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