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Em jogo caótico, Bahia apenas empata pelo Nordestão

Jogo ficou marcado por grave contusão do atacante Alvinho da equipe paraibana

Quinze minutos de um bom jogo. Foi esse o tempo decorrido antes que os deuses do futebol instalassem o caos no Estádio Ernani Sátiro. Uma escapada do atacante Alvinho pela direita, um carrinho lateral imprudente do lateral Patric, a chuteira presa ao gramado e a fatalidade: Dupla fratura na perna do jogador do Campinense. Desespero dos colegas de time, nervosismo de ambos os lados, tensão e discussões generalizadas. Ambulância remove Alvinho para o hospital e Sérgio Soares tira Patric – amarelado pelo lance – do jogo. Equipe do Campinense pilha-se com o acontecimento, segundo jogador que perdem por contusão grave em duas semanas, o que desemboca mais tarde na expulsão do técnico Francisco Diá e do preparador físico do time.

Antes disso o Bahia havia chegado ao ataque perigosamente em três oportunidades: Kieza arrematando boa jogada de Tony, Maxi concluindo boa trama com Tiago Real e novamente o argentino carimbando a trave em investida de Patric pela esquerda. Campinense tentava ter o controle do jogo, mas era dominado pelo ímpeto baiano revertido em bom volume de jogo. A contusão de Alvinho alterou completamente esse panorama.

A partir de então ficou difícil jogar futebol. Os lances passaram a ser rispidamente disputados, o árbitro passou a ter dificuldade em controlar os ânimos e a torcida, inflamada pela balbúrdia, atirou uma pilha de rádio na careca do quarto assistente. Nova interrupção para atendimento do auxiliar, novas discussões, simulações de agressão, protestos por marcações equivocadas, queixas exacerbadas. Como é comum denominar na Bahia “enojou o baba”. As equipes não conseguiam executar seus planos de jogo e a contenda se transmutou em uma agonia futebolística.

Bahia teve quinze minutos de domínio. Depois, o caos controlou a partida
Foto: João da Paz/ Site Oficial Bahia
A segunda etapa trouxe um pouco mais de serenidade ao ambiente, porém o bom futebol não reapereceu. O Bahia abandonou o estilo característico dessa temporada e apostou em bolas esticadas. Sem resultado. O Campinense pouco ameaçava a meta de Douglas, ainda que o atacante Felipe Alves impusesse algum sassarico à zaga central do tricolor. A essa altura o Esquadrão já tinha Bruno Paulista na lateral esquerda e passou a ter Tchô no meio campo – substituindo Maxi anulado pela marcação da segunda etapa e até um pouco irritado com a falta de espaço. Em uma última tentativa de arrancar o triunfo, Sérgio lançou Willians no lugar do mais uma vez acomodado Gamalho. Nenhuma reconfiguração foi capaz de alterar o panorama do jogo que acabou com um Campinense valente, com jogador machucado se arrastando em campo, nervos em frangalhos e aplicação sobrenatural, segurando um Bahia pouco inspirado e assustado com a noite desditosa. O trilo final do apito de Francisco Alves do Nascimento soou como um alívio a todos. Que o bom futebol reapareça no jogo de volta, sábado que vem, na Arena Fonte Nova. Na quente noite paraibana reinou apenas o caos e infortúnio.

AVALIAÇÃO BAHIA:

DOUGLAS: Pouco acionado, foi seguro quando precisou intervir. Precisa melhorar saída cm os pés e reposição de bola: 6,0
TONY: Começou muito bem e decaiu um pouco quando entrou no clima nervoso do jogo. Levou um cartão bobo e é desfalque para sábado: 6,5
THALES: Teve muita dificuldade em controlar Felipe Alves. Atabalhoado em alguns lances, compensou o nervosismo jogando sério: 5,5
TITI: O melhor do jogo. Antecipou todas e fez desarmes com tempo de bola admirável. Em grande forma: 7,5
PATRIC: Fez grande jogada na primeira subida ao ataque, mas precipitou-se na marcação e acabou sendo imprudente no lance que mudou o jogo. Substituído para ser preservado: 5,0
PITTONI: Não repetiu as últimas boas atuações, porém o jogo não ajudou seu estilo. Ficou devendo: 5,0
SOUZA: Fez bons desarmes no meio, mas precisa melhorar o tempo de reação nas jogadas. Chegou atrasado algumas vezes e cometeu faltas bobas. Não acertou uma bola parada. 5,5
TIAGO REAL: Regularidade positiva que impressiona. Ocupou os espaços certos e foi um dos poucos a valorizar a posse de bola. Faltou mais efetividade na frente: 6,5
MAXI: Início de jogo devastador, poderia ter colocado o Bahia na frente. Quando a marcação apertou, sumiu do jogo. 5,5
KIEZA: Não conseguiu achar o espaço ideal para jogar. Nas chances que teve para arrematar não foi feliz. 6,0
GAMALHO: Apagadíssimo, até que tentou contribuir saindo da área para levar a marcação. Não funcionou. Precisa se entregar mais quando a partida dificulta. 4,5
TCHÔ: Entrou com moral elevado pelas últimas partidas, mas não cumpriu sua função de organizar o ataque. Errou lances bobos: 5,0
WILLIANS: Movimentação dez, efetividade zero. Nada acrescentou tecnicamente sua entrada ao time: 5,0
SÉRGIO SOARES: Talvez influenciado pelo clima do jogo, não foi feliz nas escolhas que fez: 5,0

CAMPINENSE 0 X 0 BAHIA [FICHA TÉCNICA]

Local: Estádio Amigão, em Campina Grande (PB)
Data: 25/03/2015
Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento (AL)
Auxiliares: Otavio Correia de Araujo Neto (AL) e Luis Carlos Camara Bezerra (RN).
Cartões amarelos: Campinense: Jerferson Recife; Bahia: Patric, Maxi Biancucchi e Tony Jerferson Recife (Campinense)
Campinense: Glédson; Leyrielton (Edy), Gabriel Valongo Jairo e Jerferson Recife; Neto, Leandro Sobral (Paulinho), Leandro Santos e Luiz Fernando; Alvinho (Reginaldo Júnior) e Felipe Alves.
Técnico: Francisco Diá.
Bahia: Douglas Pires; Tony, Thales, Titi e Patric (Bruno Paulista); Wilson Pittoni, Tiago Real, Souza e Maxi Biancucchi (Tchô); Léo Gamalho (Willians Santana) e Kieza.
Técnico: Sérgio Soares.


Alex Rolim | @rolimpato

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