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A ditadura da FERJ

A confusão entre clubes e Federação pode ter diminuído na mídia, mas nos bastidores ela está longe de ter um fim e o novo capítulo não é só sobre o futebol carioca.

Foto do julgamento na segunda. (Fonte: Cahê Mota)
Em um passado nem tão distante, a população brasileira lutou contra a Ditadura Militar. Foram muitos protestos, mortos, torturados e anos buscando apenas uma coisa: o direito da liberdade em todos os seus sentidos. Até hoje o país sofre com as consequências de um dos períodos mais complicados de nossa história, mas isso tudo está longe de ser um problema antigo.

Se considerarmos apenas o futebol, um caso em particular vem chamando a atenção nos últimos meses e definitivamente ainda renderá mais do que algumas alfinetadas por notas oficiais. Depois da volta de Eurico Miranda ao Vasco da Gama, o Campeonato Carioca virou uma zona de guerra. Sempre cultivando a cultura de ódio, o presidente cruzmaltino chegou decidido a infernizar a vida do Flamengo e de quem quer que se juntasse a ele. Para isso, suas antigas e sujas alianças foram retomadas e ele conseguiu o trunfo que precisava: a Federação do RJ estava dominada.

Eurico Miranda sentado na cadeira da presidência da FERJ.
Tudo começou com a imposição do preço tabelado nos ingressos. De um lado, Vasco, Botafogo e FERJ apoiavam a ideia de que o problema do baixo público do campeonato eram os preços. Do outro, Flamengo e Fluminense lutaram pelo direito de determinar o custo das partidas. Depois de muita briga, notas oficiais, debates e insultos, o problema foi resolvido na prática. Com a receita de todos os times, exceto o Fla, negativadas em todas as rodadas, algumas coisas foram alteradas, mas ninguém deu o braço a torcer.

Na última semana o treinador Vanderlei Luxemburgo disse em entrevista coletiva que deveriam "dar porrada na Federação", no sentido de criticá-la e não de "bater nela". Essas palavras tão simples renderam um julgamento nesta segunda-feira, onde o técnico foi condenado a 2 jogos de suspensão por "incitar a violência". Voltando a referência inicial à ditadura, uma declaração contrária a instituição que comanda o Carioca vira motivo de punição. Será que isso é certo?


Não é de hoje que a federação persegue tando Flamengo quanto Fluminense. Esse ano foi e ainda está sendo, como já citado, uma grande guerra. Conflitos de interesses tão grandes que vão além das quatro linhas, coisa que não deveria acontecer quando se trata de algo que deveria melhorar as coisas dentro delas. O que pode ser feito?

Os times cariocas deveriam se unir contra essa postura ditatorial imposta, além de deixar a rivalidade de lado e lutar pelo bem do esporte. Aqueles clubes que continuam em cima do muro ou simplesmente não se importam deveriam perceber que isso muda sim a vida deles. A ideia no início do ano sobre a criação de um novo torneio no Rio DEVE ser considerada e posta em prática. O futebol do Rio de Janeiro não pode ser submisso à uma federação que só visa o lucro próprio e não tem o menor interesse em melhorar o que precisa.

Punição de Luxemburgo se deu por infração ao Artigo 258 do código de justiça desportiva (Fonte: Cahê Mota)
Encerro esse texto com uma mensagem direta a Federação Carioca. FERJ, você é uma vergonha. O problema do Campeonato Carioca não é o preço do ingresso, o Sócio-Torcedor, o Flamengo ou o Fluminense, o problema é você.

Mariana Sá (@imastargirl).

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