Faça Parte

Em reconstrução, Tufão renasce junto a sua torcida

Para quem acompanha futebol há alguns anos, provavelmente já ouviu falar do São Raimundo. O time de Manaus, chamado de Tufão, se notabilizou por alguns feitos notáveis, como o tri da extinta Copa Norte, participação em competição sul-americana, vitórias em cima de grandes times. Infelizmente, o clube foi totalmente esquecido por péssimas administrações e quase foi rebaixado para série B do Amazonense. A torcida, em sua grande maioria, abandonou o time, levando somente os mais fiéis e apaixonados para cancha nos últimos anos. Em meio a tamanho amadorismo da federação, o clube luta para sobreviver com tantos problemas financeiros e buscar as glórias alcançadas em outrora.


Junto com a seus feitos, vieram alguns "torcedores" e que até hoje continuam, de alguma forma, viver o clube. Mas por que o termo torcedor está entre aspas? Torcer é um verbo que designa a ação de "estimular os jogadores do time com gritos, palmas, gestos de mãos e braços, coreografias e cantos, em pleno estádio, como forma de somar, de contribuir, de participar do esforço dos atletas em campo na superação aos adversários e na busca da vitória". Algo que não estava sendo feito por alguns desses tais "torcedores", como gostam de ser chamados. Esses indivíduos frequentam os estádios com o intuito de brigar, espalhando a violência e dando uma fama ruim para o clube, onde a maioria dos torcedores são pessoas de bem. Devido a esses dos incidentes, muitos torcedores de verdade se afastaram do clube, para não se envolverem nas brigas. Isso refletia diretamente no comportamento dos jogadores, influenciando em seu rendimento. Por sorte, cada vez menos essas pessoas comparecem ao estádio, por motivos que não merecem ser mencionados aqui.


Em 2015, foi formado um time que batalha muito, corre e dá o sangue em campo. Não é um elenco técnico, porém que entende a grandeza do clube. Mesmo sem totais condições, faz de tudo para honrar o manto. Junto com o novo elenco, veio uma nova torcida, com velhos conhecidos e novos rostos, dispostos a mudar a atual situação do time.

Gostam de ser chamados pelo nome de Barra bravas”, pelo modo argentino como torcem. Além do apoio durante os 90 minutos, os Bucheiros da Colina, trazem junto aos seus cantos e clima de festa, algo que faltava nos jogos: A paz. Longe de qualquer tipo de confusão, essa galera tem conseguido resgatar torcedores que tinham se afastado, conquistar novos simpatizantes, renascendo junto com o clube. Os resultados são significativos, e depois de anos, o clube luta por uma vaga nas semifinais do Barézão. Como dito anteriormente, é um time que depende do apoio da torcida, e sofre quando joga fora de casa. A vaga pode vir, ou não. A classificação importa, porém o verdadeiro objetivo foi alcançado: Fazer do estádio um ambiente alegre, de festa e emoção, como deve ser. Definitivamente, é o maior legado que os bucheiros conseguiram proporcionar. 

Na partida de hoje (25/04), o clube perdeu em casa para o Princesa do Solimões, por 2x1. Xingamentos? Ofensas? Irritação? Não com eles. Conscientes da qualidade do adversário e mesmo jogando melhor durante boa parte do jogo, a derrota foi aceita, com aplausos e gritos de incentivo, reconhecendo a garra do time ao final da partida. Também há festa ao sair do estádio, na derrota ou na vitória, a paixão que eles têm pelo clube ninguém consegue entender. Quem ganha com isso é o futebol amazonense, que respira novos ares com essa energia positiva. 



Paz, futebol e cerveja!


Gabriel  Antony || @gabrielantony_

Postar um comentário

0 Comentários