O placar do Maracanã ficou assim. |
Depois
de toda confusão da última semana envolvendo Flamengo, Fluminense e FERJ, o
clima da partida era de protesto. Repetindo o gesto de Vanderlei Luxemburgo,
que colocou um esparadrapo na boca na entrevista coletiva de sexta-feira – o
treinador foi notificado que seria impedido de treinar na noite anterior, os
torcedores lotaram as cadeiras do Maracanã para o último clássico antes das
semifinais do Carioca. A vitória daria os troféus do Torneio Super Clássicos
(da federação) e do Torneio Fla x Flu (da Adidas) ao rubro-negro.
O
Flamengo teve que contar com muitos desfalques, além de Luxa. Samir, Canteros,
Everton, Arthur Maia, Nixon e Paulinho, que foi cortado no vestiário, ficaram
fora por lesão, já Cáceres e Thallyson ficaram fora por questões técnicas. O
clube entrou em campo classificado, ao contrário do Fluminense, que precisava
vencer para se manter vivo na competição.
LEIA: A ditadura da FERJ
Com
uma tarja preta no escudo em sinal de luto pelo futebol carioca e a mão na boca
como protesto e apoio a Vanderlei, os dois times se uniram na manifestação
contra a Federação. A ideia inicial era tocar a bola por dois minutos em campo,
como já feito pelo Bem Senso no ano passado, porém rumores de que todos os
atletas seriam punidos com cartões amarelos mudaram o rumo das coisas.
Contra a ditadura da federação. (Foto: GE) |
A
primeira etapa foi problemática para os dois times. A equipe rubro-negra
começou jogando muito mal, o sistema defensivo estava confuso e as coisas não
iam bem. Mesmo com todas as dificuldades, aos 17 minutos Jonas conseguiu ganhar
uma dividida com Jean e acertou um chutaço no gol de Cavalieri. O primeiro
tempo foi marcado pela vitória parcial do Fla e por outro lance que deixou os ânimos
exaltados.
Com
quase 30 minutos de jogo, o Flu chegou próximo da área do seu adversário, mas
acabou perdendo a chance. Anderson Pico tentou dominar, perdeu e conseguiu
tirar a bola do domínio de Fred rapidamente. O atacante tricolor caiu no chão e
pediu falta, coisa que não era absurda, visto que o lance deixa dúvida, mas, ao
cair, o jogador acertou a bola com a mão. O juiz deu a ele o segundo cartão
amarelo e, consequentemente, o vermelho. A dúvida é: a advertência foi por
simulação ou mão? E será que foi realmente necessária a marcação de alguma coisa
no lance? Ao sair de campo, o camisa 9 disse que “o campeonato carioca
deve acabar” e reforçou todos os protestos feitos anteriormente. No fim da
partida, o vice-presidente Mario Bittencourt disse: "De bobo eu tenho a
cara, mas não sou. Flamengo veio a campo. Jogou dignamente e disputou a partida
com lealdade. Não tira os méritos da vitória do Flamengo. Não vamos cair
na pegadinha de querer virar a coisa contra o Flamengo”. É FERJ, não foi dessa
vez.
AlecGol inovou mais uma vez na comemoração |
O segundo tempo foi de domínio quase total do Flamengo. A equipe soube
segurar o tricolor e fez a festa da torcida. Aos 10 minutos, Alecsandro recebeu
na entrada da área, fez o que quis com o zagueiro do Flu, parou, pensou, tirou
uma selfie, escorregou e marcou. Já no fim da partida Matheus Sávio, jovem
promessa da base, brilhou mais uma vez depois de uma troca de passes incrível
de Alec e Marcelo Cirino, que o encontrou sozinho. Cavalieri falhou de forma
bizarra no lance e foi considerado o vilão do jogo.
Após o termino da partida, o Flamengo se recusou a levantar o Troféu
Super Clássicos, já que ele é entregue pela Federação. Os protestos devem e tem
que continuar até o fim do campeonato. Além disso, os clubes precisam seguir
com a ideia de sair o patético Cariocão.
O próximo jogo é contra o Nova Iguaçu na quarta-feira em Macaé. Para
essa partida, Bressan e Márcio Araújo estão fora por conta do terceiro amarelo
e Luiz Antônio deve ser avaliado depois de lesionar novamente o ombro. Uma vitória
dá ao Flamengo o título da Taça Guanabara sem precisar torcer por um empate do
Botafogo.
Deivid foi o técnico hoje. |
Escalação do Flamengo: Paulo Victor; Pará, Bressan, Wallace e Anderson Pico; Luiz Antônio (Lucas Mugni), Jonas (Frauches) e Márcio Araújo; Gabriel (Matheus Sávio), Alecsandro e Marcelo Cirino.
Cartões Amarelos: Gabriel, Jonas, Bressan e Márcio Araújo.
Mariana Sá (@imastargirl)
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