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Festa, falha e frustração

Bahia joga mal e perde o primeiro jogo da final em falha do goleiro Jean

Mosaico. Bandeirão. Hino Nacional na guitarra de Luiz Caldas. Recorde de público. Foi bonita a festa, pá. Até a bola rolar. Na prática, Bahia e Ceará fizeram um jogo muito abaixo das expectativas e do que as equipes haviam apresentado até agora.

Bahia fez um belo mosaico antes do jogo. A maldição permanece. O expediente não tem sido auspicioso no Brasil
O Ceará do técnico Silas mostrou uma equipe bastante compacta no meio, fechando os espaços para que o Bahia articulasse jogadas. Bahia repetiu o seu padrão habitual, porém sem a intensidade esperada para quem precisava buscar o resultado por jogar em casa. O ritmo mais cadenciado e quebrado no meio, ajudado pelo critério da arbitragem de não deixar o jogo correr, beneficiava a equipe cearense que tinha em Ricardinho e Uilian Correia os regentes do ritmo no meio campo. 

No Bahia era visível a fragilidade dos laterais no jogo. Patric bastante nervoso e Tony sem conseguir dar sequência às jogadas. O time não se encontrava em campo e só chegou com perigo ao gol de Luís Carlos em cabeçada de Gamalho que passou raspando a trave. Muito pouco para quem tinha o apoio de 40 mil vozes no estádio.

Patric teve outra atuação ruim. Garoto sentiu novamente o peso de uma partida decisiva   [FOTO: Felipe Oliveira/Divulgação Bahia]
O panorama não mudou na segunda etapa. Até que Sérgio Soares resolveu fazer a mudança mais óbvia: Zé Roberto no lugar de Gamalho para tentar encontrar brecha na boa defesa cearense. Gilvan e principalmente Charles tinham atuação irrepreensível. Aos 16 minutos o goleiro Luís Carlos levou amarelo por retardar o reinício de jogo, comprovando que o time cearense estava satisfeito com o jogo até ali. E estaria muito mais dez minutos depois quando, em mais uma jogada às costas de Patric – sem o auxílio do extenuado Souza – Samuel Xavier teve liberdade para chegar à linha de fundo e cruzar para trás. Ricardinho arrematou com alguma força, porém em cima do goleiro Jean que falhou clamorosamente. A bola escapou entre suas pernas na cena mais clássica e cruel do famigerado frango futebolístico. O destino sorria para o Vovô: Um a zero no placar.

Souza e Pittoni tiveram muito trabalho com o bom meio campo cearense. Marinho está suspenso para o jogo de volta [FOTO: Felipe Oliveira/Divulgação Bahia]
Imediatamente Sérgio Soares tirou o cansado Souza para colocar Rômulo no jogo, tentando reoxigenar o meio. O jogo ganhou em emoção, pois os espaços vazios passaram a aparecer com mais frequência. Exposto ao contra-ataque Bahia passou riscos e viu Marinho simular pênalti e ser advertido com amarelo – está fora do jogo final. Mas criou pouco e não teve felicidade nas conclusões: Zé Roberto falhou uma e Maxi falhou duas vezes. Dessa vez faltou fôlego, tempo e futebol para a virada. Se quiser trazer a Taça da Lampions para casa, o Esquadrão vai precisar vencer em Fortaleza dia 29. Um desafio do tamanho do clube. E ele é gigante.

AVALIAÇÃO BAHIA:

JEAN: Foi pouco exigido e falhou decisivamente no lance que definiu o resultado. Não tem como escapar do castigo: 3,0
TONY: Segue o calvário dos últimos jogos. Não consegue chegar à frente e deixa o corredor desprotegido. Visivelmente sentiu os ritmos dos jogos: 5,0
THALES: Não passa confiança, a saída de bola é horrorosa, mas joga sério e não comprometeu no geral. Segue devendo na bola aérea ofensiva: 5,5
ROBSON: Fez o dele, tem velocidade apesar de ser bastante verde no posicionamento e cobertura. Mas não foi mal, vigiou bem o MAGNATA: 6,0
PATRIC: Nervoso e claudicante desde o início, errando bobagens. Melhorou um pouco na segunda etapa, mas vacilou na hora do bote e permitiu a passagem de Samuel Xavier na jogada que definiu a partida. Precisa maturar: 4,5
PITTONI: O mais efetivo do meio. Carimbou todas, distribuiu o jogo. Mata a torcida do coração com sua confiança e seus passes na defesa. Joga demais: 7,0
SOUZA: Lutou bastante na primeira etapa e não vinha tão mal. Mas acabou o gás e perdeu a capacidade de recomposição. Visivelmente desgastado: 6,0
TIAGO REAL: Correu como sempre, mas não conseguiu vencer o embate contra o bom meio campo cearense. Não achou espaços para articular o time: 6,0
MAXI: Jogo muito abaixo. Anulado a maior parte do tempo, tentou sair da marcação com muitas jogadas individuais que não tiveram sequência. Concluiu mal as chances que teve: 5,5
KIEZA: Lutou e incomodou a defesa como sempre, levou vantagem em alguns lances em cima de Gilvan, mas não conseguiu ser efetivo na partida: 6,5
GAMALHO: Quase marcou em uma bela cabeçada no início do jogo. E só. Parece fadado à reserva em pouco tempo: 5,0
ZÉ ROBERTO: Não conseguiu mudar o panorama do jogo desta vez. Teve muita dificuldade em achar espaços na defesa adversária. Mesmo assim teve grande chance: 5,5
RÔMULO: Conseguiu dar mais dinâmica ao meio campo. Era para ter entrado antes: 6,0
WILLIANS SANTANA: Farei valer meu direito constitucional de não comentar nada sobre esse rapaz. Não sou obrigado: ZERO só por existir.
SÉRGIO SOARES: Time não conseguiu achar espaços na defesa do Ceará e ele não conseguiu mudar o panorama. Demorou a mudar e mudou mal. Noite infeliz: 5,0

[FICHA TÉCNICA]
Copa do Nordeste - Final (ida)
Cidade: Salvador (BA)
Local: Arena Fonte Nova,
Data: 22/04/2015
Horário: 22h00
Público: 40.982 pagantes
Renda: R$ 1.070.457,00
Árbitro: Pablo dos Santos Alves (PB)
Auxiliares: Felipe Gonçalves Correa e Márcio Freira Lopes (PB)
Cartão Amarelo: Charles, Luís Carlos, Marinho, Thales
Bahia: Jean; Tony (Willians Santana), Thales, Robson e Patric; Pittoni, Souza (Rômulo), Tiago Real e Maxi Biancucchi; Kieza e Léo Gamalho (Zé Roberto).
Técnico: Sérgio Soares.
Ceará: Luís Carlos; Samuel, Charles, Gilvan e Fernandinho; Uilliam Corrêa, Sandro Manoel, Ricardinho e Marinho; Assisinho (Wescley) e Magno Alves (William e Eloir).
Técnico: Silas.

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