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Leão surpreende e está na final da Copa Verde 2015

Imagine você, torcer por um time que após um dia de treino normal, os jogadores entram na sala de imprensa e comunicam que estão com os salários atrasados. Imagine ter que depender desses mesmos jogadores para ter a tão sonhada vaga na série D do Campeonato Brasileiro. Imagine esse time ter presidente e vice-presidente omissos e uma diretoria em guerra com os jogadores que os representam. Imagine esse time ter sido eliminado na primeira rodada da Copa do Brasil. Pois esse time enfrentaria o maior rival pela semifinal da Copa Verde e precisaria vencer por dois gols de diferença para poder levar a decisão aos pênaltis. E esse mesmo time, vem de duas derrotas seguidas para o mesmo. E não foram simples derrotas, foram verdadeiros bailes em campo. Do outro lado, o rival desse time vem de uma semana tranquila, sem confrontos, onde no ultimo jogo, venceu por 9x0. Então, imagine você o cenário desse jogo decisivo e pense comigo como seria o desfecho dessa história que teria tudo para optar seguir pelo obvio.

Mas e não é que o que mais nos fascina no futebol é isso, é ele não ter obviedade. É ele não seguir um padrão. É justamente se fazer singular a cada jogo. E foi o que aconteceu. Em meio às adversidades, o Remo superou o Paysandu. E essa palavra é o que se encaixa bem para lhes descrever o jogo: Superação. Remo veio para o jogo sem o seu principal jogador na temporada, o meia Eduardo Ramos, que está se recuperando de uma lesão na coxa e o zagueiro Ciro Sena, que estava suspenso. Cacaio, técnico do Remo, optou por usar vários jogadores da base ao longo do jogo, o que deu ao Remo mais velocidade. Por outro lado, o Paysandu sentiu muito a ausência de Yago Pikachu e Jhonnatan em campo, ambos suspensos.

Remo mostrou domínio de jogo e conseguiu anular a vantagem do Paysandu no placar
Fonte: globoesporte.com

Logo no inicio do jogo, o Remo se mostrou ofensivo e conseguiu armar duas jogadas perigosas antes dos dez minutos iniciais. O Leão utilizava o Rony como válvula de escape, que sempre partia em velocidade pela direita, causando muita canseira nos jogadores bicolores. Paysandu apresentou muita dificuldade para sair com a bola, e o Remo mesmo com o domínio de jogo, pouco apresentou criação de jogadas agudas, perigosas. Foram três jogadas até os trinta e cinco minutos do 1º tempo e todas com o Rony.  Aos quarenta minutos, Dadá fez um golaço, com um chute de fora da área que não deu chances para o Emerson, goleiro bicolor, conseguir defender. Foi uma pintura! Paysandu tentou uma reação com Willian Alves, que cruzou para Aylon cabecear perto do gol do azulino, mas não deu em nada e o primeiro tempo acabou.

Segundo tempo começou e o Remo já começou pressionando. Logo aos dezessete minutos, Val Barreto entrou no lugar de Rafael Paty, que fez uma partida apagada. Simplesmente não jogou nada e não acompanhava o ritmo de jogo imposto por Rony. Pelo Paysandu, Dado, fez uma alteração na lateral. Marlon foi substituído por Romário, e o curioso nessa substituição, foi que ambos apresentaram ao final da partida, certo esgotamento físico causado por Rony, que atuou o jogo inteiro ali pela lateral também. Paysandu mostrou certa apatia em campo e o Remo sempre acesso, porém sem um segundo jogador para atuar junto com o Rony e aproveitar as jogadas criadas por ele. Precisando de mais um gol para levar a decisão aos pênaltis, Cacaio decidiu deixar o Remo mais ofensivo, e o meia Ratinho foi substituído pelo atacante Silvio, menino da base azulina. Em um belíssimo chute de Val Barreto, onde o goleiro bicolor espalmou, Silvio aproveitou o rebote e marcou o segundo gol do Remo aos quarenta e dois minutos do segundo tempo. Paysandu pressionou um pouco no final do jogo, mas o juiz apitou o fim da partida e a classificação foi decidida nos pênaltis.

As duas equipes não vinham de um histórico muito bom em relação à decisão nos pênaltis. Pelo lado azulino, como não lembrar a eliminação da Copa do Brasil para o Atlético Paranaense? Pelo lado bicolor, como não lembrar a perda do título dessa mesma Copa Verde em 2014 para o Brasília? Bom, a verdade é que tudo poderia acontecer aqui no Estádio Olímpico do Pará. E aconteceu. O Remo acertou todas as suas cobranças e o Paysandu desperdiçou uma, na cobrança de Carlinhos, que chutou forte no travessão. Fim de papo, Remo mereceu e se classificou para a final da Copa Verde 2015.

Ilaílson deu uma declaração emocionante após o jogo, dizendo que os jogadores estão unidos em prol do Remo apesar da falta de compromisso da diretoria
Fonte: globoesporte.com

REMO: Fabiano, Ilailson, Igor João, Max, Alex Ruan, Ameixa, Dadá, Ratinho (Silvio), Bismarck, Rony, Rafael Paty (Val Barreto).

PAYSANDU: Emerson, Ricardo Capanema, William Alves, Marquinhos, Marlon (Romário), Augusto Recife, Radamés, Djalma (Carlinhos), Leleu (Leandro Carvalho), Aylon, Bruno Veiga.

PROXIMO JOGO
Remo enfrenta o Paragominas nesta terça-feira no Estádio Olímpico do Pará, pela semifinal do Campeonato Estadual.

FINAIS
Remo e Cuiabá vão se enfrentar na final da Copa Verde, com o primeiro jogo sendo no Mangueirão, em Belém, dia 29, e a grande decisão na Arena Pantanal, no Mato Grosso, dia 6 de maio. O campeão da competição ganha direito a disputar a Copa Sul-Americana 2016

Texto: Angélica Caldeira

@angel_caldeira




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