Faça Parte

Na final e com emoção: Especialidade do Bahia

Equipe consegue virada na segunda etapa e garante vantagem na final do Baiano


Primeiro tempo apático. Desvantagem no placar. Reação e virada. Gol no finalzinho do jogo. Poderia ser o resumo do jogo que garantiu a classificação do Bahia pela Copa do Brasil. Ou para a final do Baiano. Ou até para a final do Nordestão, se você suprimir o gol no fim do jogo.O torcedor tricolor pode dispensar o exame de coração esse ano. Ontem foi o terceiro teste cardíaco em uma semana.

A expectativa para o jogo de ontem não era essa, pelo menos por parte da torcida. A vantagem conquistada no jogo de ida possibilitava ao Esquadrão perder por até um gol de diferença para chegar à final. Mas apenas o triunfo garantiria vantagem independente do resultado de Colo-Colo X ECCP.

A Desportiva Juazeirense surpreendeu. Com um time muito bem postado em campo pelo excelente técnico Quintino Barbosa, o Cancão de Fogo tinha sempre dois jogadores abertos para forçar a ultrapassagem pelas laterais e criar jogadas para Júnior – aquele mesmo, o Diabo Louro. Além disso o sistema tático permitia a Juninho – em tarde inspiradíssima, lembrando em alguns momentos o irmão Zé Carlos campeão brasileiro pelo Bahia – flutuar às costas dos volantes tricolores sem ser incomodado e criar situações de gol sem ser importunado.

Posicionamento do Bahia no primeiro tempo: Real e Souza invertidos das sua posições habituais  [Foto: Alex Rolim]
O Bahia repetiu o expediente do primeiro tempo contra o Sport na Ilha do Retiro: Colocou Real para jogar pela direita para dar suporte a Tony, tentando evitar a combinação entre Willian e Adriano Chuva por aquele lado. Novamente a equipe não respondeu bem à mudança o que ocasionou um desbalanço defensivo da última linha. Bruno Paulista, desatento e desconcentrado, era o ponto mais frágil de uma defesa insegura. Por ali a Juazeirense construiu a vantagem que lhe classificaria aos 35 minutos da primeira etapa: 2 X 0. Antes disso Sassá já havia desperdiçado duas boas oportunidades. Na terceira foi fatal. Ele mesmo que já foi artilheiro do Campeonato Baiano e já foi contratado pelo Bahia, mas nunca jogou pelo time.

Jogada que originou o segundo gol mostra claramente a desarumação da última linha do Bahia: Quatro jogadores livres no lance e espaços generosos 
Não bastasse a desarrumação defensiva, o ataque do Bahia ressentia-se da apatia usual de Gamalho e da falta de chegada do meio campo. Maxi e Kieza se movimentavam bem mas não conseguiam furar a defesa interiorana. Mesmo assim, Max acertou a trave em bela cabeçada.

Duas alterações ajudaram a mudar o panorama do jogo. Pela Juazeirense a saída de Wilian, machucado, no fim do primeiro tempo. No Bahia, a entrada de Zé Roberto, o talismã, no intervalo. Sem Willian, o Cancão de Fogo perdeu a puxada de contra-ataque forte pela esquerda. Com Zé, o Bahia ganhou presença no ataque e movimentação ofensiva. O resultado apareceu logo: Com dois minutos, Real conectou Zé que partiu no mano-a-mano e chutou no gol. No rebote, Maxi diminuiu o placar. O resultado de 2 a 1 já garantia o tricolor na final.

Na segunda etapa Real passa a jogar pela esquerda. Nesse frame Bahia ainda perdia por 2 X 1 - [Foto: Alex Rolim]
A partir daí o panorama inverteu completamente. O Bahia já tinha Real pela esquerda e Souza pela direita: Essa formação permite melhor articulação no meio e chegada do volante emprestado pelo Cruzeiro para arrematar de fora de área. Com o trio de ataque invertendo de posições com frequência os espaços foram surgindo na defesa da Juazeirense e as chances de gol sendo criadas fluentemente. O empate seria questão de tempo e ele veio em um lance infantil do lateral Adriano Chuva que bloqueou intencionalmente com a mão cabeçada de Maxi que fatalmente beijaria as redes. Expulsão justa, bola na cal, Souza cobrando com tranquilidade e empate no placar. Faltava a virada para garantir de vez vantagens nas finais contra o Vitória de Conquista.

O Esquadrão tinha superioridade técnica, tática, numérica e física. Manteve o ritmo e chegou ao resultado positivo graças à participação decisiva de Zé Roberto: Aos 45 minutos ele desarmou jogada perigosa no ataque da Juazeirense. Aos 46 recebeu passe de Rômulo, limpou o zagueiro e concluiu com perfeição. Virada sensacional para acalmar os corações tricolores. Outro jogo que vale como eletrocardiograma. É preciso estar com o coração saudável: Vem duas decisões pela frente.

Gafe da Arena Fonte Nova antecipou o cara do jogo: Acertou a foto e errou o nome    [Foto: Alex Rolim]
AVALIAÇÃO BAHIA:

JEAN: Sem culpa nos gols, bastante tranquilo quando exigido e eficiente na reposição de bola. É o titular: 6,0
TONY: Pior atuação desde a contusão de Railan que o tornou titular. Inseguro na defesa, errando muito no apoio. Parece desgastado fisicamente: 4,5
THALES: Muito trabalho na marcação de Júnior, erros de posicionamento e o afobamento de sempre. Nem a vontade habitual compensou: 5,0
TITI: Segunda atuação ruim, depois da lambança contra o Nacional. Mas fará muita falta contra o Ceará mesmo assim: 5,5
BRUNO PAULISTA: Atuação para esquecer. Falhou nos dois gols e em outros lances, foi envolvido por Sassá com facilidade. Acertou um belo cruzamento e só: 4,5
PITTONI: Bastante abaixo dos últimos jogos. Não encontrou Juninho. Perdeu um gol incrível. Mesmo assim é essencial para distribuir a saída de bola: 5,5
SOUZA: Primeiro tempo ruim. Quando voltou a jogar pela direita cresceu demais e foi um dos pilares para a virada: 7,0
TIAGO REAL: Joga demais. Comandou a reação no meio-campo tricolor. Deve ter corrido uns 20 km: 7,0
MAXI: Um dos melhores do jogo. Grande fase: Confiante e decisivo: 8,0
KIEZA: Nunca joga mal. Impressionante. Perdeu um gol incrível, mas sua intensidade e inteligência são fundamentais para abrir as defesas adversárias: 7,0
GAMALHO: Novamente apagado e pouco participativo. Foi um peso morto. Ajudou bastante quando saiu do time: 4,0
ZÉ ROBERTO: Decisivo. A estrela brilha porque luta muito para conseguir espaço no time. Fez gol, criou jogadas, acertou a trave. Movimentação e qualidade: 8,5
RÔMULO: Entrou muito bem na partida, acelerando o jogo e fazendo os lances fluírem: 6,5
WILLIANS SANTANA: Entrou para recompor o time e fez bem essa função. Duas roubadas importantes no final do jogo: 6,0
SÉRGIO SOARES: Inverteu Real e Souza de lado e acabou envolvido pela proposta do Juazeirense. Corrigiu no intervalo e tem méritos demais pela proposta de buscar o triunfo sempre: 6,5

BAHIA 3 X 2 JUAZEIRENSE [FICHA TÉCNICA]

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 19/04/2015
Horário: 16h00
Árbitro: Diego Pombo Lopez
Auxiliares: Jucimar dos Santos Dias e Paulo de Tarso Bregalda Gussen
Cartões Amarelos: Bahia:  Kieza, Jean, Zé Roberto (Bahia) /Juazeirense: Sassá, Willian, Júnior
Cartões Vermelhos: Juazeirense: Adriano Chuva
Gols: Bahia: Maxi, Souza, Zé Roberto; Juazeirense: Juninho, Sassá
Bahia: Jean; Tony, Thales, Titi e Bruno Paulista; Pittoni, Souza (Tchô), Tiago Real e Maxi Biancucchi (Willians Santana); Kieza e Léo Gamalho (Zé Roberto).
Técnico: Sérgio Soares.
Juazeirense: Tigre; Maicon , Josemar, Fabiano  e Adriano Chuva; Waguinho, Naldo, Juninho; Willian (Daniel) (Nen), Sassá (Yerien) e Júnior.
Técnico: Quintino Barbosa

Postar um comentário

0 Comentários