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Retrospectiva de Klopp no Borussia Dortmund

Em maio de 2008, Jurgen Norbert Klopp era anunciado como técnico do Borussia Dortmund. Após uma bela passagem pelo Mainz, classificando o time para a UEFA Europa League na temporada 2005/06, ele foi o escolhido para assumir o clube. Tido como aposta pelos dirigentes, ele vinha para substituir Thomas Doll, com passagem de um ano pelo clube, terminando em 13º na temporada anterior.

Rapidamente o técnico alemão atendeu às expectativas da diretoria, vencendo a T-Home Supercup em cima do Bayern. Com boas atuações, Klopp foi conquistando a torcida e colocando em prática toda sua capacidade, desenvolvendo o famoso gegenpressing. Era um time rápido, letal e de boa marcação, principais características do time aurinegro enquanto Klopp dirigiu o time. O 4-4-2 marcava em bloco alto, era compacto e ofensivo. Ainda jovens, Kuba, Subotic, Hummels e companhia começaram a formar uma espinha dorsal bastante vencedora. Começava ali uma trajetória de sucesso, onde um técnico carismático e vibrante escrevia sua história em um dos maiores clubes da Alemanha, senão o maior.

Dedé apoiava bastante. Zidan e Frei eram letais. Time eficiente.
Com o grande sucesso da equipe e boas apresentações dentro de campo, logo veio a conquista da Bundesliga, na verdade, o bicampeonato (2010/11 e 2011/12). O time jovial, que tinha suas peças experientes, como o meia Tinga e o atacante Zidan, encantava o país e voltava a ganhar destaque fora dele. Entretanto, a equipe fracassou no principal campeonato da Europa, caindo ainda na primeira fase (2011/12). Por contar com muitos jovens, a inexperiência pesou e os comandados de Klopp terminaram em último. Aquele time contava com boas opções ofensivas, Barrios e Lewandowski. O atacante paraguaio já era mais consagrado, enquanto o polonês ainda era uma promessa e começava a despontar. Kagawa era um dos cérebros da equipe, e estava bem encaixado e entrosado no time. Como dito anteriormente, era um time veloz, de muita marcação e com um atacante de ofício para finalizar. Havia muita garra, suor, entrega. Surgiu nessa época também Gotze, peça fundamental nos anos seguintes. Estava se formando um time que seria lembrado eternamente, por seus feitos históricos.

Jovens promessas e Barrios definindo. Equipe começava a encantar a Europa.
Na temporada de 2012/13, o clube vinha de um bicampeonato na Bundesliga. Com a moral mais alta, colocava pressão nos adversários e vinha em grande ascensão. Foi nessa temporada que chegamos à final da Uefa Champions League. Um time mais leve, mais técnico e muito entrosado. Foram embora talentos como Sahin e Barrios e chegaram Gundogan e Reus. Já era uma equipe mais experiente, calejada, acostumada a grandes desafios. Podemos dizer que Lewandowski e Gotze estavam no auge e foram extremamente importantes para o desempenho do conjunto. O time fez uma excelente campanha naquele campeonato, fazendo história na competição. Terminou em primeiro no grupo da morte, enfrentando os campões nacionais da Inglaterra, Espanha e Holanda. Já nos playoffs, duelou em embates históricos, vencendo o Málaga nos últimos minutos (quartas-de-final) e o Real Madrid por 4x1 no Westfalenstadion (semifinal). Era um time agressivo, habilidoso e que decidia na frente. Gundogan era uma das peças chaves da equipe. Time cascudo, difícil de ser vencido, conquistando vários adeptos no Brasil. Nem tudo são flores, e na final, o Bayern se sagrou campeão em um jogo apertado. Talvez o título não daria esse ar de superação e carisma para equipe. Saímos vencedores dali.
          
Quarteto ofensivo de respeito, responsável por uma campanha época. Entrou pra história.
Perdendo vários jogadores e sem a mesma intensidade como conjunto, o time regrediu. Com apostas erradas e contratações duvidosas, não foi possível repetir as boas atuações de todas as temporadas anteriores. É incrível a apatia do time nessa temporada, com uma posse de bola que não ocorria em outrora, não sabe-se o que se fazer com ela. Além de perder a intensidade, a defesa, que era segura em outras temporadas, começou a ficar “frouxa”, levando gols em jogadas simples, que não dá pra entender. Somado isso a várias lesões e desempenho abaixo da expectativa de jogadores importantíssimos, pode-se dizer que a equipe fracassou e culminou em não classificação para o mais importante campeonato da Europa.

Equipe com apostas que não deram certo. Temporada de rever conceitos.
Muitos torcedores estão tristes com sua saída, acreditando que o treinador poderia fazer diferente na temporada de 2015/2016. Porém a verdade é que foi a melhor solução para os dois. Klopp construiu uma grande carreira no clube, vitoriosa e com momentos épicos, entretanto todos os ciclos tem seu começo, meio e fim. O treinador alemão é competente, sem sombra de dúvida, só que é necessário essa mudança de ares para o seu próprio bem. Devido a sua grande história no Dortmund, outra temporada irregular poderia manchar todos os seus feitos. Não são todos os torcedores que pensam assim, mas há gente pensando assim. Já está no DNA aurinegro se reerguer. O clube é acostumado a se reconstruir temporada após temporada, então é necessário dar confiança e apoio ao novo técnico, para ter sucesso novamente.


Um abraço galera, Gabriel Antony.
@gabrielantony_

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