Faça Parte

Na guerra ou no jogo, qualquer erro pode ser fatal

Na tarde deste domingo (03/05), o Grêmio foi ao estádio Beira-Rio enfrentar o Internacional, em jogo válido pela final do Gauchão. Com uma vitória pelo placar de 2 a 1, os colorados ficaram com a taça.

Foto: Lauro Alves/Agencia RBS
Lembram-se daquela máxima do futebol: não se leva gol no início nem no final do jogo? Pois então, o Grêmio parece ter se esquecido. Logo aos 6 minutos, em contra-ataque, Nilmar abriu o placar. Antes disso, Grohe já havia sido obrigado a efetuar uma monstruosa defesa. O Grêmio, que a essa altura já estava todo desorganizado, quase empatou em cobrança de falta de Fellipe Bastos. Entretanto, o tiro saiu pela culatra. Logo após a cobrança, a bola sobrou novamente para Fellipe Bastos, que tentou fazer o recuo. O passe não saiu como o desejado e Nilmar se antecipou e tocou para Valdívia que ampliou o placar. O Grêmio dava um show de horrores em campo. Até que, já nos acréscimos, Giuliano diminuiu e deu uma sobrevida ao tricolor. Ainda estão lembrados da máxima citada há pouco? Dessa vez, ela serviu para o Internacional. Foi o gol no final que garantiu a emoção para o segundo tempo.

Na segunda etapa, o jogo era um “toma-lá-dá-cá” sem fim. Um time defendia e o outro atacava. Foi assim até o último instante. A equipe gremista pressionava, faltou a tão falada eficiência. O Inter não tinha mais o ritmo frenético do primeiro tempo e o Grêmio não conseguiu aproveitar o fato. Vitória colorada pelo placar de 2x1. No final da partida, alguns pseudo-torcedores gremistas ainda começaram um tumulto e quebraram ao todo 166 cadeiras do estádio, cada uma com o valor de R$ 300,00. Valor este, que será pago pelo clube.

Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Raiva. Decepção. Tristeza. É esse o sentimento de qualquer gremista hoje. A derrota doeu muito, isso é inegável. Mesmo naqueles que já esperavam por isso. Porém, se formos pensar, para um time que corria risco de rebaixamento, chegar até a final já foi algo muito bom. O time foi até onde conseguiu. Mas é claro que ficou um gostinho de que poderia ter conseguido algo mais (o título). Parece um típico discurso de perdedor, eu sei, mas só a evolução que o Grêmio teve ao longo do campeonato já é algo a ser comemorado. E a evolução continua. O time não está pronto, ao contrário do time do rival. A seca de títulos continua, e ao que tudo indica não vai terminar esse ano. Por mais que o Grêmio tenha um time, na medida do possível, bom, as falhas individuais sempre acabam sendo responsáveis por deprimentes derrotas. E foram elas que deram o título ao Inter, que conseguiu dois gols em erros grotescos. O Grêmio começou em cima do adversário, e isso em si já foi um grande erro, visto que não era preciso recuperar nenhuma diferença no placar e o colorado possui jogadores velozes e muito habilidosos, que aproveitaram o contra-ataque e abriram uma boa diferença.  O Grêmio entrou precisando de um só gol para ser campeão, ou até manter o empate sem gols para levar a decisão às penalidades. Não precisava ir de forma desenfreada ao ataque. Essa afobação gremista custou muito caro.  

Em resumo: o Grêmio perdeu por causa de seus erros. O time não marcou, não atacou com qualidade e se defendeu com dificuldades. No meio de campo, o tricolor perdia todas as bolas e estava em inferioridade numérica. Fato que somente mudou com a entrada de Walace QUE NÃO PODE EM HIPÓTESE ALGUMA CONTINUAR SENDO RESERVA (!!!!!). Méritos todos do rival, que soube aproveitar muito bem tudo isso.

Diego Vara/Agencia RBS

Vida que segue. Há mais duas competições no ano: Brasileirão e Copa do Brasil. O Grêmio precisa se reforçar. O tricolor não possui um elenco completo e competitivo. A direção continua adotando o discurso de retenção de gastos, mas é notável a necessidade de contratações. Não exageradas, como em anos passados, quando a direção gastava valores exorbitantes e o time continuava na mesmice. Mas de mais alguns jogadores pontuais. A principal carência é de um matador. Braian Rodriguez, que além da estreia não teve nenhuma atuação boa, não mostrou ser aquele jogador que todos imaginávamos. Além disso, é importante que se contrate um meia que saiba pensar o jogo, porque além do lento Douglas pança de cadela e do jovem Lincoln de 16 anos, não temos nenhum jogador assim. Outra posição que precisa de reforços é a lateral direita. Os dois atletas do elenco na posição, Galhardo, que ainda não mostrou por que veio, e Matías, quem vem deixando a desejar nos últimos jogos, não deram resposta positiva em campo.

No próximo domingo, 10 de maio, o duelo é contra a Ponte Preta. O Tricolor estreia no Brasileirão e estreia também um novo e bizarro horário. Gremistas e pontepretanos terão que dividir as atenções do almoço de dias das mães com seus times, já que o jogo foi marcado para as 11h.

FICHA TÉCNICA:

INTER: Alisson; William, Alan Costa, Ernando e Geferson (Alan Ruschel); Rodrigo Dourado, Aránguiz, Valdívia, D'Alessandro (Alex) e Eduardo Sasha; Nilmar (Lisandro López). Técnico: Diego Aguirre.

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Matías Rodríguez, Erazo, Rhodolfo e Marcelo Oliveira; Fellipe Bastos (Walace), Maicon, Giuliano, Douglas (Everton) e Luan; Braian Rodríguez (Yuri Mamute). Técnico: Felipão.

ARBITRAGEM: Leandro Vuaden;
AUXILIARES: Rafael da Silva Alves e Marcelo Barison.
GOLS: Nilmar e Valdívia (INT); Giuliano (GRE).
CARTÕES AMARELOS: Aránguiz, Valdívia, Ernando (INT), Fellipe Bastos, Marcelo Oliveira, Walace (GRE).
CARTÃO VERMELHO: Rhodolfo (GRE).
PÚBLICO: 41.791 torcedores;
RENDA: R$ 1.993.870,00.



Janaína Wille | @janainawille
Linha de Fundo: Twitter Facebook

Postar um comentário

1 Comentários

  1. eu amo vc porque até em derrotas como a de hoje vc consegue fazer uma bela crônica. Tens futuro!

    ResponderExcluir