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Respirando por aparelhos


Ando preocupada com o que será de nossas arquibancadas em alguns anos. Me pego imaginando como será a cultura futebolística dentro de um período de tempo que nem é tão longo assim. Qual será o tamanho do maior esporte do mundo em quinze ou vinte anos?

Lembro-me de quando meus pais e avós me contavam dos grandes tempos do nosso futebol. Tempos estes em que o amor à camisa e à pátria não podiam ser comprados. Os anos de ouro contagiaram os torcedores e é difícil encontrar um fã do esporte que não tenha saudade, mesmo que não tenha vivido do antigo futebol.

Quantas pessoas você conhece que ainda amam e acreditam em nossa seleção depois de 2006 ou 2010? Quantas pessoas você conhece que acham o futebol brasileiro o melhor e mais requintado do mundo? Por quanto tempo a identificação e a paciência ainda irão durar até que o sangue verde e amarelo seja substituído por outras cores ou simplesmente pela aversão ao que um dia foi o nosso Brasil?

Estamos perdendo nossa identidade. Procure pelos mais jovens e pergunte a eles por qual time jogariam se pudessem escolher. Antigamente, ouvíamos Flamengo, Corinthians, Brasil. Hoje, na maior parte dos casos, temos Barcelona, Real Madrid ou qualquer outro europeu rico. Quando foi que perdemos nossa essência? Em que lugar deixamos de ser o “país do futebol”?

Estamos perdendo para a “geração Playstation”, para a corrupção, para a modernização, para nós mesmos. O “futebol moderno” não é contra apenas as festas nos estádios, ele é contra o futebol. É mais do que a ausência de sinalizadores e bandeiras, é a falta do real torcedor. Hoje não temos mais o torcedor pobre, ou o que ama o clube, como grande maioria presente. Os “novos frequentadores” parecem estar mais preocupados em fazer show para o telão e registrar tudo no celular do que com o próprio jogo. Não é difícil achar o problema, o complicado é encontrar a luz no fim desse interminável túnel de falhas.

Os soldados estão desistindo, as batalhas estão sendo perdidas e a guerra parece caminhar para o trágico. O 7x1 acontece todos os dias, mas talvez só os torcedores se preocupem realmente com isso.

Adeus futebol, descanse em paz.

Mariana Sá || @imastargirl

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