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O medo dentro e fora de campo

(Foto: Fim de Jogo)
Frequento estádios há mais ou menos 15 anos. Vivi momentos indescritíveis, para o bem e para o mal, dentro do sagrado Maracanã. Vi times fracos tecnicamente conseguirem vitórias na raça e equipes sensacionais perderem por detalhes. Os clássicos sempre foram momentos diferentes, mais emocionantes. Eu nunca senti medo de estar nos domínios do que costumo chamar de casa. Ontem, pela primeira vez na vida, fui atingida por esse sentimento de todos os lados.

Primeiramente, vamos ao jogo. É inadmissível que um time faça nada como o Flamengo fez ontem. Não tem explicação pra isso. De todos os elencos ruins dos últimos tempos, esse parece ser o pior com os melhores nomes. Ontem não houve um jogador em campo que mostrasse pelo menos um pouco de vontade. Inúmeros passes errados, milhares de chutões ao vento, ninguém corria para as bolas ou tentava melhorar.O medo dentro de campo certamente é de fazer o simples: jogar futebol.



De uma vez por todas, não existe um mundo onde o capitão, que deveria ser a base do time, é infantil, explosivo e simplesmente joga a faixa no chão e dá chilique pois foi criticado pela torcida. Não fomos nós que erramos naquela hora. É um desrespeito ao clube ter um jogador como Wallace sendo uma referência em campo. É ridículo que a torcida tenha que aguentar isso.

Cristóvão não suportou a pressão e pediu para sair. Não havia mais clima, não existia mais um pingo de chance da relação melhorar. A culpa dos resultados é exclusivamente dele? Não. Entretanto, o time claramente não é bem treinado e durante a partida ele é praticamente nulo na lateral do campo.



O momento dentro do clube é muito conturbado. O técnico saiu, os jogadores parecem um bando sem rumo, vamos perder três peças para suas seleções e a diretoria de futebol se mostra cada vez mais incompetente. As eleições estão cada vez mais próximas e Eduardo Bandeira de Mello pode perder graças à inutilidade de alguns.

Sinceramente não sei mais o que esperar. O segundo turno está ai, o jogo de volta da Copa do Brasil também e os momentos mais importantes dos Campeonatos chegou. Um novo treinador pegará o elenco quebrado e terá que fazer milagre para organizá-lo.

Por último, um pedido de uma rubro-negra desesperada.

(Foto: Fim de Jogo)
Como se já não bastasse o show de horrores em campo, tive vontade de chorar com o que vi fora dele. Uma torcida organizada não pode ser mais importante do que um time. Você não torce por ela, mas sim pelo clube. Transformaram o Maracanã em uma guerra do lado de fora e uma tensão insuportável se estabeleceu do lado de dentro. Dói ver o local que eu tanto amo se transformar em um campo de batalha.

Chega disso. Chega de briga, de correria, de não pensar que a vida das outras pessoas também está em risco. Chega dessa bobagem de desunião nas arquibancadas, de um xingando o outro. Somos Flamengo, apenas isso.


Que a mudança comece dentro de campo e fora dele também.

Mariana Sá || @imastargirl 

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