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Para ser o primeiro tem que ser muito especial

   Menos de um ano para Olimpíada de 2016 e o Pan-Americano de Toronto nos aqueceu para essa disputa. Porém, com muita felicidade, podemos destacar os Jogos Parapan-Americano de Toronto. Este, com muitas histórias, recordes e superações traz mais esperança para os resultados em solo brasileiro.

Crédito:Toronto2015.org
   A quinta edição dos Jogos ocorreu de 7 a 15 de agosto. Participaram 24 países na disputa dos 15 desportos com mais de 1500 atletas paralímpicos. O Time Brasil Paralímpico teve representação em todas as modalidades, sendo a maior delegação participante. Juntos, os brasileiros bateram recorde de medalhas, foram 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze, somando 257 medalhas.

   Os esportes que mais ajudaram a alcançar este recorde foram natação, atletismo e tênis de mesa. Só na natação foram conquistadas 104 medalhas e destaca-se oito de ouro para o nadador Daniel Dias que a cada disputa continental aumenta o seu recorde de conquistas, agora em 27 douradinhas. Outros dois nomes que brilharam nas piscinas foram André Brasil e Joana da Silva que ficaram entre os maiores vencedores da natação. Mas, o Paparan de Toronto também serviu para despedidas, colecionador de 23 medalhas continentais, Clodoaldo da Silva, agora, se prepara apenas para os Jogos do Rio.

Clodoaldo da Silva e Daniel Dias
Crédito: CPB/Mpix 
   Soma-se 80 medalhas do atletismo ao quadro brasileiro. Alan Fonteles voltou às competições, após um período sabático, um pouco a cima do peso e mesmo assim teve duas conquistas, um ouro na prova dos 200m (T44) e uma prata nos 100m (T44). Pelo lado feminino, a sorridente Terezinha Guilhermina levou o ouro nas provas dos 100m, 200m e 400m (T11). Muito importante também, é exaltar o trabalho dos guias, muito essenciais em várias provas, como nas vitórias da paravelocista Terezinha. Uma história interessante de ser relatada é de uma menina americana cega que por não ter um guia foi afastada da competição, e foi assim que o campeão olímpico brasileiro Joaquim Cruz dividiu-se entre os treinos que ministrava nos Estados Unidos para também treinar e voltar a correr ao lado da jovem Ivonne Mosquera.

Terezinha Guilhermina e seu guia.
Crédito: Marcelo Regua/CPB/Mpix
   Tantas histórias que deixam mais bonitas todas as conquistas, como a vovó medalhista do tênis de mesa. Aos 64 anos, Maria Luzia Passos subiu duas vezes pódio na categoria C5, em prova individual e de dupla. A tenista leva para os seus netinhos duas medalhas de prata e pretende participar dos Jogos Olímpicos.

A vovó Maria Luzia Passos.
Crédito: Leandra Benjamin/CPB/Mpix
   Muitas vezes o hino brasileiro foi tocado nesta edição dos jogos do Parapan. A conquista da douradinha no futebol de 5 serviu para confirmar a hegemonia brasileira neste desporto. O Brasil sagrou-se tricampeão continental e a esta soma os três ouros paralímpicos e três Mundias, todos títulos conquistados por atletas com deficiência visual. E não foi muito diferente na disputa de futebol de 7, o time brasileiro ficou em primeiro lugar ao derrotar a seleção argentina. Esta disputa, com atletas que possuem paralisia cerebral, voltou ao calendário Parapan-Americano este ano.

Segue campanha das duas modalidades futebolísticas:

Futebol de 5
Futebol de 7
Brasil 6 x Chile
Brasil 7 x 0 Venezuela
Brasil 3 x Colômbia
Brasil 7 x 0 Argentina
Brasil 4 x Uruguai
Brasil 8 x 0 Canadá
Brasil 0 x 0 Argentina
Brasil 6 x 0 Estados Unidos (semifinal)
Brasil 4 x 0 México (semifinal)
Brasil 3 x 1 Argentina (final – ouro)
Brasil 2 x 1 Argentina (final – ouro)


   Em vários outros esportes, os brasileiros tiveram bons resultados. Na disputa ciclística, conquistamos duas medalhas de ouro com Lauro Chaman na prova de estrada masculina (C4-5) e mista contra o relógio (C1-5). O ciclista Lauro também disputou em pista (C4-5) e terminou na segunda posição. Edson Rezende ficou em terceiro lugar na pista da prova mista B.

   No levantamento de peso não existe a divisão por classes de acordo com a deficiência, uma vez que todos disputam deitados e o diferencial está apenas no preparo físico de cada halterofilista. Joseano Felipe (acima de 107kg), Evanio da Silva (até 80kg) e Maria Rizonaide (até 50kg) conquistaram o ouro das oito medalhas do levantamento. No judô foram sete conquistas e duas douradas com Abner Nascimento (até 73kg) e Michele Ferreira (até 52 kg).

   Com muita mira, acertamos duas douradinhas no tiro com arco, Luciano Rezende e Jane Karla Gogel foram os mais precisos. Foi por pouco e Thais Carvalho terminou em segundo lugar. A porta-bandeira da festa de enceramento foi a tenista Natalia Mayara que venceu a estadunidense na final individual e a dupla colombiana na final de duplas ao lado de Rejane Cândida. No masculino, terminamos em terceiro lugar individual e segunda posição em duplas.

   A disputa de vôlei feminino sentado fez sua estreia no Parapan deste ano e a equipe brasileira terminou em segundo lugar ao ser derrotada pelas estadunidenses na final. Já no vôlei masculino, os brasileiros conquistaram o tricampeonato continental ao vencer a equipe dos Estados Unidos. Abaixo, segue campanha do vôlei sentado do Parapan.

Feminino
Masculino
Brasil 3 x 0 Cuba
Brasil 3 x 0 México
Brasil 3 x 0 Canadá
Brasil 3 x 0 Canadá
Brasil 3 x 0 Estados Unidos
Brasil 3 x 0 Costa Rica
Brasil 3 x 0 Canadá (semifinal)
Brasil 3 x0 Colômbia
Brasil 0 x 3 Estados Unidos (final – prata)
Brasil 3 x1 Estados Unidos

Brasil 3 x 0 Colômbia (semifinal)

Brasil 3 x 0 Estados Unidos (final – ouro)

   Sobre cadeiras especiais e mais resistentes, o basquete e o rúgbi, esportes de muito contato, puderam apresentar segurança aos para-atletas. O basquete em cadeira de rodas feminino venceu a seleção argentina na disputa do bronze. Por outro lado, os homens perderam para, também, seleção hermana e terminaram em quarto lugar. Estreante, o rúgbi, ficou na quarta posição ao perder de 50 a 48 para a Colômbia.

Bocha
Crédito: Leandra Benjamin/CPB/Mpix
   Mais do que especiais, esportes voltados a pessoas com deficiências pode-se apontar a bocha e golbol (goalball). Modalidade esportiva em que se lança a bola o mais próximo do centro e também tenta afastar a do adversário, a bocha, trouxe seis medalhas de ouro. Nas disputas individuais, José Carlos Chagas (BC1), Maciel Santos (BC2), Richardson Santos (BC3), Eliseu dos Santos (BC4), na prova de dupla (BC4) e na prova de equipe (BC1/BC2). Além desse esporte, considerado o mais inclusivo e que necessita de muita precisão e cumplicidade com aquele que é o calheiro (um ajudante de fundamental importância da prova), tem o golbol. Nesta modalidade os atletas possuem uma venda nos olhos e lançam a bola sempre rasteira para o outro campo na tentativa de não permitir que adversário defenda, esta possui um guizo preso ao seu interior. E podemos dizer que os brasileiros dominam. As equipes brasileiras conquistaram ouro na categoria feminina e masculina. Segue a campanha brasileira no golbol, abaixo.

Feminino
Masculino
Brasil 11 x 6 Argentina
Brasil 3 x 1 Canadá
Brasil 10 x 0 Porto Rico
Brasil 10 x 0 El Salvador
Brasil 9 x 2 Estados Unidos
Brasil 3 x 1 Estados Unidos
Brasil 10 x 0 Venezuela
Brasil 10 x 0 Nicarágua
Brasil 12 x 2 Canadá
Brasil 10 x 0 Guatemala
Brasil 9 x 4 Argentina (semifinal)
Brasil 10 x 0 Guatemala (semifinal)
Brasil 10 x 4 Estados Unidos (final - ouro)
Brasil 7 x 6 Estados Unidos (final – ouro)

   E foi com essa belíssima campanha que o Time Brasil Paralímpico terminou liderando os Jogos Parapan–Americanos de Toronto, Canadá. Muito apoiado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), toda a equipe volta para casa feliz com o empenho e animada para os Jogos do ano que vem na cidade do Rio de Janeiro, à ele, almejam um quinto lugar no quadro geral de medalhas.

Com carinho, Cássia Moura (@cassinha_moura)

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