La Tri: a força da eliminatória ou o vexame da Copa América? (Foto: Wikipedia) |
O Equador inicia sua jornada buscando uma vaga para a Copa
da Rússia, em 2018, como uma verdadeira incógnita – fator natural de uma equipe
que costuma oscilar. Os equatorianos têm a oportunidade de participar pela
quarta vez das últimas cinco edições do Mundial, um feito importantíssimo para quem
estreou em 2002 na competição.
O grande desafio do técnico Gustavo Quinteros será diminuir
essa grande oscilação que tem sido característica da La Tri. A mesma seleção
que teve boa participação nas últimas eliminatórias sul-americanas acabou
eliminada na primeira fase da Copa América disputada no Chile. No meio do
caminho teve participação digna na Copa do Brasil: venceu Honduras, perdeu da
Suíça em jogo equilibrado e empatou com a forte seleção francesa.
Para disputar a Copa da Rússia, os equatorianos precisarão
de ainda mais energia e disposição, pois terão o retorno do Brasil, país que
nunca ficou de fora e, mesmo longe de arrancar suspiros, é uma das grandes
favoritas. Some-se a isso um ótimo momento vivido por Chile, Colômbia e
Argentina, além do sempre copeiro Uruguai e a missão fica ainda mais
complicada.
Nada, porém, que desanime os equatorianos: o histórico
recente motiva bastante, a seleção foi uma das que mais cresceu nos últimos 15
anos. Nas eliminatórias passadas, venceu ao menos uma vez praticamente todos os
adversários: apenas a Argentina escapou de uma derrota para a La Tri.
Vamos ver o que o Equador prepara para a disputa rumo à
Rússia!
O ELENCO
Valencia é o grande nome da seleção equatoriana. (Foto: Ecuador Times) |
A base da equipe é muito semelhante àquela que disputou as
últimas competições. O país está longe de ter uma infinidade de talentos, mas
também não passou por uma grande reformulação após as últimas decepções.
As caras conhecidas continuam as mesmas: Valencia, Noboa,
Walter Ayoví (aquele!), Felipe Caicedo e Enner Valencia. Destes, apenas
Valencia joga em um grande time do futebol mundial, o Manchester United, fato
que mostra a força do grupo sobre os talentos individuais. Outros jogadores
atuam em grandes centros europeus, mas em times de menor expressão.
A grande qualidade dos equatorianos segue sendo a força
física e a velocidade: o time é muito rápido nos contra-ataques e prefere a
correria e disputas pelo alto ao toque de bola no meio campo.
Por outro lado, a fragilidade defensiva pelo chão mostra-se
como o principal ponto de preocupação: o grande líder da defesa é Erazo, cara
conhecida dos brasileiros e que não é unanimidade por aqui.
A La Tri também deve sofrer com a reposição. Enner Valencia, um dos destaques do time, só volta a jogar em 2016 por conta de uma lesão e deve dificultar os planos do treinador Gustavo Quinteros.
O TREINADOR
Gustavo Quinteros: experiência internacional pela Bolívia pode ajudar na campanha. (Foto: Marca) |
Apesar de nascer argentino, Gustavo Quinteros teve uma
carreira muito mais ligada à Bolívia do que no país de origem. No país de La
Vierde, Quinteros jogou por muito tempo como zagueiro, inclusive na seleção.
A aposentadoria o levou a iniciar a carreira de treinador no
próprio país onde se naturalizou, treinando e sendo campeão por Bloomingo,
Bolívar e Oriente Petrolero. O desempenho levou para o primeiro desafio
internacional: a Bolívia, onde ficou até 2012 quando se desentendeu com a
federação boliviana.
Após o período passou para o Emelec e, finalmente, assumiu o
Equador em janeiro deste ano. Nos amistosos anteriores ao início das
eliminatórias, Quinteros perdeu do México, mas conseguiu empatar com a Inglaterra.
Com títulos regionais, mas sem grande expressão
internacional, Quinteros tem a oportunidade de aumentar seu potencial levando
os equatorianos a uma nova Copa do Mundo. Tarefa difícil, mas possível.
FATOR CASA
Estádio Olímpico Atahualpa deve ser a grande força do Equador. (Foto: Wikipedia) |
La Tri costuma mandar seus jogos em Quito, onde aproveita
vantagens do efeito altitude que, mesmo em menor escala que na Bolívia, costuma
gerar vantagem competitiva aos equatorianos. O aproveitamento é um dos três
melhores no período recente.
O grande problema é o desempenho fora de casa: a seleção
equatoriana tem um dos piores desempenhos das últimas eliminatórias, mesmo
contra seleções mais fracas. Esse fator acompanha o fator oscilação que tem
marcado o desempenho recente da equipe.
O fator casa será fundamental e manter um aproveitamento
alto quando joga dentro do seu país serão determinantes para a briga de uma
seleção caseira. Em uma das eliminatórias de maior nível técnico dos últimos
anos, arrancar vitórias contra equipes fracas e, por que não, empates contra as
mais tradicionais, farão a diferença no final.
EXPECTATIVA
O momento do futebol é sul-americano é muito bom e deve
gerar uma disputa muito legal na parte de cima. Longe do favoritismo de Brasil,
Argentina e Chile, o Equador pode perfeitamente sonhar com a vaga para a Copa
do Mundo de 2018, ao menos pensando em uma repescagem.
A Colômbia deve pegar a quarta vaga, mas deve ser ameaçada
por Uruguai, Peru e o próprio Equador. Os três, inclusive, devem disputar até a
última rodada pela quinta vaga. Para isso, o desempenho em casa vai ser muito
importante. Se a La Tri mantiver o desempenho forte jogando em Quito deve
buscar a quinta vaga e marcar presença em mais uma Copa!
Palpite: 5º lugar.
0 Comentários