Lá em agosto, quando o
Flamengo começou a levar gols de escanteio em todos os jogos, o zagueiro César
Martins disse, mais de uma vez, que não era um problema. Hoje, quando o time
praticamente não entra em campo ou não consegue colocar a bola no fundo da
rede, outras peças do elenco se juntam ao jogador em declarações de um mundo
colorido que não existe. A atual realidade do rubro-negro é, e provavelmente
ficará mais, preocupante.
No jogo contra o
Figueirense, há duas rodadas, o time claramente não entrou em campo. Já no
duelo contra o Internacional, poucos minutos de consciência mostraram que é
possível sim voltar a ser metade do que aquela equipe que venceu seis jogos
seguidos foi. Mas o baixo controle emocional pesou depois do gol e todas as
tentativas foram em vão. Detalhe: são os mesmos jogadores em todas as etapas do
processo.
Contra o Corinthians, jogo
que muitos acreditaram que seria um massacre, o Flamengo até conseguiu encaixar
um bom jogo, mas, como não se ganha sem marcar gols, foi impossível vencer. O
que Oswaldo de Oliveira citou na coletiva, após a partida contra o Inter, como “detalhes
acabam decidindo as partidas a favor ou contra” são detalhes que são
exaustivamente repetitivos. Perdemos de apenas 1-0 do líder do campeonato, fora
de casa e com um a menos? Sim, mas não é motivo para orgulho.
Do que adianta arrumar os
problemas antigos se novos acabam surgindo sempre? Como elogiar a atuação de um
time que se desestabiliza depois de levar gols, perde peças importantes por
puro descontrole emocional e não consegue fazer o básico do futebol, que é
marcar gols? Não há nada de elogiável nisso.
Hoje faltam apenas 18 pontos
para serem disputados no Campeonato Brasileiro. São apenas seis jogos, sendo três
fora e três – com possibilidade de virarem dois, já que talvez o clube precise
vender o mando de campo por conta de um show no Maracanã – em casa:
Grêmio – fora
Goiás – casa
Santos – fora
Ponte Preta – casa
Atlético-PR – fora
Palmeiras – casa
Oswaldo insiste em dizer que
ainda dá pra sonhar com G4 e que o time está mentalmente e numericamente
capacitado para entrar na Libertadores. Olhando os confrontos, quatro são
contra equipes que estão acima da nossa colocação na tabela e dois diante dos
que estão próximos ou no Z4. Como confiar numa equipe que oscila tanto e não
consegue se encontrar mais em campo? Essa é a pergunta que fica para os próximos
jogos.
Mariana Sá || @imastargirl
0 Comentários