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O declínio bicolor

Torcida bicolor presente no jogo contra o Macaé. Foto: Eduardo Maya
31° rodada da Série B, final de jogo, o placar final era Paysandu 1x1 Macaé, o bicolor chegava a 49 pontos, e se mantinha na 5° posição na tabela do campeonato, para quem não vive o cotidiano do bicolor paraense, e não acompanhou este, e outros jogos a 5° posição na 31° rodada, e ainda na briga pelo acesso seria de bom tamanho para o que se esperava do bicolor no inicio do campeonato.

Entretanto, a realidade não é essa, estamos na briga pelo acesso sim, e poderíamos estar no G4 com uma bela vantagem de pontos perante os adversários diretos, como estão Vitória e Botafogo. Mas quem viu o jogo, e sabe das deficiências do elenco bicolor, começa a se desanimar, pois sabe que possui como fortes concorrentes, times bem organizados e com padrão de jogo bem definidos como Bahia, Sampaio Corrêa e América Mineiro, enquanto isso, o Paysandu a cada jogo tem de mudar seu padrão tático e estilo de jogo de acordo com a onzena que vai a campo, devido os inúmeros e recorrentes desfalques, perdendo assim o que teve de melhor no inicio e meio do campeonato, o padrão de jogo e a regularidade.

Padrão de jogo este, que era bem definido, um time jogando no 4-1-4-1, com Leandro cearense como referência no ataque, tendo Ricardo Capanema na proteção da defesa, Aylon flutuando pelo ataque e Johnnatan hora flutuando pelo meio de campo, hora protegendo as investidas de Yago Pikachu ao ataque, a defesa sempre bem postada, apesar de alguns erros, mas o meio de campo era o maior problema, mas a forte jogada aérea e as investidas pelas laterais funcionavam e o bicolor mesmo com dificuldades e sorte em certos momentos ganhava seus jogos e pontuava forte rumo o acesso.

Os jogos foram se passando, e o bicolor paraense continuava sempre na briga por uma vaga no G4, a reta final foi chegando e com ela vieram os desfalques mais graves como a perda capital de Ricardo Capanema de praticamente toda reta final do campeonato na Copa do Brasil, Leandro cearense que ficou de fora de 5 jogos, Wellington Junior fora a 6 jogos, e as inúmeras punições por cartões amarelos e vermelhos. Com isso, o técnico dado Cavalcanti se viu forçado a usar seu elenco, e começar a formatar seu time de acordo com esses desfalques, nesse momento, começou o problema, pois os reservas não possuem a mesma qualidade dos titulares, e o time acabou por perder sua identidade e enfraqueceu, o meio de campo que desde o inicio do campeonato já mostrava fragilidade, foi praticamente nulo na criação de jogadas no jogo contra o Macaé e vem sendo pouco criativo há rodadas, onde todas as jogadas de perigo, surtiram das laterais, a jogada aérea, outro ponto forte com Fahel e Gualberto, vem sendo anulada pela boa marcação dos adversários que estudam o time comandado por Dado, e até com facilidade, vem anulando bem as jogadas dos paraenses.

Misael arrancando com a bola. Foto: Fernando Torres
Jogadores que começam a sofrer com a pressão por parte da torcida ao ver um time apático em campo, que não consegue trabalhar bem a bola e criar jogadas de perigo a meta adversaria, e cobra os jogadores veementemente junto com o técnico bicolor que falha muito na hora de substituir o time em campo, como na falha crucial do jogo passado, onde tirou Misael, atacante de velocidade e colocou Everaldo, um atacante de área para fazer a função de ala que Misael vinha fazendo, tendo no banco a possibilidade de colocar o atacante Aylon que faria melhor a função de ala que Everaldo, que pouco fez atuando na posição, outra opção, era retirar Leandro Cearense que estava visivelmente cansado para entrada de Everaldo e não retirar o ala. Além de outras inúmeras falhas em substituição durante os jogos, onde ou colocou jogadores em posições diferentes como ocorreu, ou ao demorar para mexer no time.

                       Dado Cavalcanti irritado durante jogo contra o Macaé (Foto: Akira Onuma/O Liberal)
Outro ponto, vem sendo o cansaço que o time vem mostrando em campo, principalmente no segundo tempo, jogadores como Fahel, Roni, Johnnatan, Léo Melo e Leandro Cearense foram alguns, o último, vem voltando de lesão grave e ainda busca recuperar seu melhor condicionamento, enquanto os outros, vem jogando de forma continua e sempre mostrando este cansaço, impedindo que o Papão possa explorar uma forte arma que teve, o contra ataque em velocidade, levando o time a jogar de forma lenta tocando a bola sem objetividade. Se formos buscar algo que talvez justifique esta queda de rendimento e cansaço do Paysandu nesta reta final, seriam as longas viagens que o clube enfrenta no campeonato, quando viaja inúmeras vezes mais que outros times que estão próximos do eixo central do pais. Mas esse e um problema, que desde o acesso no jogo contra o tupi, sabíamos que enfrentaríamos e sempre enfrentaremos, então o cuidado com a condição física dos jogadores deveria ser redobrado.

Ademais, restam 7 jogos pela frente, 21 pontos em disputa, 2 vagas e 7 times na disputa, alguns jogos que temos, são confronto direto, como na próxima rodada contra o Sampaio Corrêa em São luís, América Mineiro e Luverdense na 35° e 36° rodada respectivamente, estes jogos não definirão se o time alviceleste ira subir ou não, mas poderão nos tirar de vez da briga, pois, agora é o pior momento para perder pontos para um adversário direto, por isso, o bicolor necessita mudar sua postura nos jogos, reorganizar o time para que possa roubar pontos destes adversários diretos na briga fora de casa e ganhar a Luverdense em Belém e também não tropeçar mais com os times da parte de baixo da tabela para que possa continuar na briga, e quem sabe conquistar o tão sonhado acesso a série A do ano que vem, e não será fácil, como nunca foi, mas agora só nos resta uma coisa: ACREDITAR ATÉ O FIM.

"O impossível é apenas um ponto de vista"

Eduardo Maya
@eduardomaya7

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