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Trágico presente

Lágrimas escorrem pelos meus olhos desde o apito final da partida de hoje. Sei que pode “incomodar”, mas preciso fazer alguns desabafos neste texto. Talvez seja meio impensável neste momento, só que eu lembrei um fato: há 10 anos, fizemos a nossa melhor campanha na Série A. Hoje, estamos aqui, aos prantos, sofrendo pela sexta vez consecutiva. Amargando mais uma frustração.

Amanhã, dia 18 de outubro, comemoramos 97 anos de existência. Infelizmente não podemos contar com o tão sonhado presente. Diferentemente dos anos anteriores, não vejo negligência de jogadores e menos ainda da diretoria. Montamos uma cúpula competente, uma equipe forte. Se não deu certo, resta apenas planejar a temporada 2016.

Elias desolado após o final da partida (Foto: Globo Esporte CE)
Não vejo que apontar culpados seja a nossa saída. Devemos retirar as lições, por mais que elas venham sendo repetitivas ao longo desses anos. Não conseguimos, mais uma vez, exercer uma pressão forte, e também não tivemos um aproveitamento nas finalizações, problema recorrente. Venceu o time mais competente. Parabéns aos torcedores e ao Brasil de Pelotas pelo acesso.

Temos tempo. Manter as peças importantes do elenco é primordial. Planejar para não passar dificuldade ano que vem. Quem sabe até buscar a Copa do Nordeste. É uma possibilidade, não devemos descartá-la. Eu confio nessa diretoria, pois demonstraram competência e transparência desde quando assumiram o clube.

Na trave (parte 1)

Começamos bem. Logo aos 7 minutos, Tinga fez boa jogada pela direita e bateu cruzado. Eduardo Martini espalmou e salvou o Xavante. Pouco tempo depois, Lúcio Maranhão recebeu pela direita e tentou finalizar. A bola desviou na defesa e acertou o travessão adversário.

Só o Fortaleza jogava. A prova disso era clara. Daniel Sobralense, após cobrança de escanteio, cabeceou para o gol, mas o goleiro rubro-negro espalmou novamente e evitou o gol. Lúcio Maranhão foi lançado pela esquerda e dividiu com Eduardo Martini. A bola ficou com o camisa 1 adversário.

Brasil de Pelotas só se defendia – e bem. Fortaleza insistia em jogada pelos lados do campo, mas não dava certo. O problema das finalizações voltaram a atrapalhar o desempenho do time. Além disso, o Leão não conseguia criar as jogadas pelo meio devido à ótima marcação da equipe visitante.

Na trave (parte 2)

Achei o segundo tempo muito semelhante ao jogo contra o Macaé, ano passado. Diversas chances perdidas. Goleiro fazendo milagre. A bola não querendo entrar. A chance passou por Maranhão e Auremir. O volante mandou por cima.

Daniel Sobralense, de novo ele, mandou a segunda bola na trave. Após cobrança de escanteio, cabeceou forte e acertou o poste de Eduardo Martini. Confesso que não apresentei reações. Sequer falei, por exemplo. Apenas esperei uma chance do time.

Pio, que demorou a entrar na partida, quase mudou a história do jogo. O jogador arriscou um belo chute aos 27 minutos, mas Eduardo Martini fez excelente intervenção e salvou o Xavante. O volante arriscou outra de fora da área. Na segunda, ela passou ao lado do gol.

Eu não tinha mais condições emocionais de gritar, gesticular ou incentivar o time. Pouco tempo depois, outro chute de Pio e mais uma defesa de Eduardo Martini. Sim, aconteceu o filme semelhante ao ano passado. A bola não entrava. Elias entrou e, na sua primeira chance, cabeceou bem, mas não adiantou.

A última chance do Leão foi com Elias. A bola sobrou para ele na meia-lua. O meio-campo chutou, mas não deu... Era o fim. No apito final, desabei em lágrimas. Fiquei sentado próximo à chuva de cadeiras promovida por vândalos. Quase fui atingido por algumas, mas era o que menos atormentava naquela hora.

Com o rosto coberto pela camisa, chorei. Sim, não nego. Meus prantos refletiam a tristeza e a frustração de cada tricolor. Sofre o torcedor de verdade. Promovem baderna aqueles que se aproveitam da torcida organizada para se infiltrar e fazer esse tipo de patifaria.

O que nos resta

Amanhã completaremos 97 anos de vida. Fortaleza é um grande e tradicional clube brasileiro. Para a instituição, deixo a seguinte mensagem:
“Seus verdadeiros torcedores jamais te deixarão, meu clube amado. Comecei a torcer em 2001, quando completei 5 anos de idade. Vivemos altos e baixos, sim, mas o amor supera isso. Acompanharei você em qualquer momento, situação ou divisão”.

Finalizando

“Não importa o que vão falar, eu jamais vou te abandonar porque eu te amo, eu te adoro, Tricolor!”.

#FechadoComOLeão

Rafael Alves - @rafaelalvessg_

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