O verdadeiro
desafio de um colunista é, de tanto em tanto tempo, colocar em palavras o que
muitos normalmente não conseguem. Pegamos euforia e decepção e temos que
encontrar a forma certa de dizer “sei que
você sente isso, pois me sinto assim também”. Pode parecer simples, mas é
uma tarefa que, muitas vezes, demanda uma série de coisas complexas.
Quando
começamos um novo ano, a expectativa de chegar a dezembro (ou próximo disso)
com o grito de “É Campeão” pronto
para sair da garganta são enormes. Será que dessa vez vai, nos perguntamos.
Muitas vezes a ambição não é tão grande, pensamos em disputar objetivos menos
concorridos. Cada um com sua ideia.
Então parei
para pensar em expectativas. Hoje, após mais um empate, dessa vez contra o
Santos fora de casa, vejo que todas elas acabaram cedo demais. Sem mais chances
de Libertadores, o Flamengo viu, novamente, aquela pontinha de esperança se
apagar por pura incompetência. Mais um ano de planejamentos, desejos, promessas
e... Expectativas.
Sim,
poderíamos estar hoje disputando ponto a ponto pelo lugar no G4. Poderíamos
estar mostrando que toda a reestruturação do clube e a política de austeridade
deram resultado antes do esperado. Mas faltou apenas uma coisa. Faltou “rubronegrismo” dentro do Flamengo.
Usemos nosso
ano para mostrar exatamente o que foi a partida contra o Santos, pois ela
define basicamente o que fizemos até aqui. Começamos o campeonato com uma
desconfiança tremenda graças à decepção no Carioca (no caso do jogo contra o
Orlando City). Só que aí aconteceu o que sempre é perigoso: o Flamengo reagiu –
ou fingiu reagir.
Começamos a
jogar bem, fizemos coisas boas aqui e ali, cumprimos nosso papel. Mas sempre
tentamos ignorar aquela pontinha errada – que, mais cedo ou mais tarde, consome
todo o resto. No jogo, as finalizações erradas. No ano, as escolhas erradas.
Então, depois de um feito extraordinário, vem aquele choque de realidade para
dizer “vocês ainda não estão prontos”.
E não estamos.
Teremos mais
três jogos pela frente e, possivelmente, nenhum será no Maracanã por venda de
mando de campo. A provável despedida de casa contra o Goiás – desconsiderando o
amistoso de aniversário – é exatamente o que o clube poderia ter sido dentro de
campo em 2015. Mesmo com limitações, um time que, unido, tenta.
Como
fechamento total do ano, teremos eleições dia 7 de dezembro, logo após o fim do
Brasileiro. Quanto a isso, torço para que seja feito o melhor pelo Flamengo, já
que nenhuma chapa é mais importante que o clube.
Nada do
Flamengo, tudo pelo Flamengo.
Mariana Sá || @imastargirl
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