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Green Bay Packers: mais que uma franquia

  Terceira franquia mais antiga da NFL. Estádio sempre lotado desde 1960, mesmo diante de temperaturas que chegam a −26 °C. Mais de 300 mil associados. Quatro Super Bowls. Time do atual MVP da liga. Todas essas características já seriam notáveis e impressionantes vindas de qualquer equipe de qualquer campeonato do mundo. Adiciona-se tudo isso ao fato de que esse time tem sede na menor cidade e, consequentemente, menor mercado de toda a National Football League.

A cidade de Green Bay conta com pouco mais de 100 mil habitantes, por isso esse é um daqueles casos em que o próprio time é "maior" que sua cidade. Prova disso é a existência do brasão do Packers no selo oficial do lugar e o apelido de "Titletown", em alusão às conquistas da equipe. O estádio Lambeau Field, também conhecido como ''Frozen Tundra'', possui um enorme complexo e capacidade para 80 mil espectadores, o que o faz do principal ponto turístico da região.


   Muitos devem estar se perguntando: por qual motivo uma cidadezinha do interior do Winsconsin, com tradição rural (daí o apelido de Cheeseheads) sustenta uma equipe de tamanho porte? Por quê eles nunca se mudaram para outro grande centro, onde provavelmente obteriam muito mais lucro? Esse é o ponto, o Packers é a única franquia da NFL que não visa o lucro e não tem apenas um milionário dono, mas sim 360 mil. A equipe vende ações simbólicas desde o seu início para angariar fundos, e a quantidade enorme de acionistas torna impossível que a equipe seja comprada ou realocada, já que é um patrimônio dos cidadãos de Green Bay. Além dessa questão legal/financeira, a paixão dos torcedores e membros da entidade faz com que a mudança daquele pequeno município não seja nem mesmo uma opção.


   Realmente é um caso ímpar na história do esporte, mas que prova que não se trata de "apenas um jogo". Envolve famílias, cultura, tradição e paixão. Por essas e outras, apenas em Green Bay jogadores andam em bicicletas de fãs nos treinamentos, wide receivers e running backs literalmente pulam para a torcida ao fazerem touchdown e um estádio, que tem capacidade para 80% da população de toda a cidade, tem todos os ingressos vendidos há décadas, fazendo com que pais coloquem os nomes de seus filhos já recém-nascidos na fila de espera para conseguirem as entradas, tamanha a demora e demanda. Sem dúvidas, essa equipe formada com o apoio de uma empresa de empacotadores em 1919 é um exemplo para todos os esportes.


   O tão almejado Lombardi Trophy, dado ao campeão da NFL, recebe esse nome em homenagem ao lendário treinador do Packers, Vince Lombardi, vencedor dos dois primeiros Super Bowls em 1967 e 1968.

Após a dura derrota na final da NFC para o Seahawks na temporada passada, neste ano o único pensamento de Aaron Rodgers e seus companheiros é dar a volta por cima e trazer de volta o troféu para casa (o último título foi na temporada de 2010). Atualmente a equipe se encontra com uma campanha de 6 vitórias e 2 derrotas, na liderança da NFC North e, mesmo vindo de duas derrotas contra Panthers e Broncos, o time mantém o sonho vivo, contando com a ajuda de estrelas como Rodgers e Cobb no ataque, e Matthews e o calouro Damarious Randall na defesa.

Um elenco capacitado, onde 49 dos 53 jogadores só vestiram o uniforme de Green Bay, um técnico experiente, estrutura invejável e uma torcida apaixonada. Estes são pontos que ajudam o time na corrida pelo Lombardi Trophy, mas na NFL muitas vezes isso não basta.

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5 Comentários

  1. Pirei, não sabia da história e da relação com a cidade. Curti demais. O time ganhou um fã agora.

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  2. Massa, muito legal teu texto, José, gostei mesmo! Já pensei em fazer essa comparação Packers x Goiás... como os torcedores são tratados de forma tão diferente.

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  3. Valeu Elder! Realmente, o bom tratamento à torcida é um diferencial que nos esmeraldinos nao estamos acostumados

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