Um ano que
seria inesquecível. Uma temporada tão cheia de altos e baixos, com tantas
alegrias, mas também tantas tristezas. Uma retrospectiva para ficar na história
pelo nível que chegamos, pelas conquistas e, ao mesmo tempo, pela queda, o
fiasco de um campeonato inteiro.
O início de
tudo seria dado por uma eleição. A volta dele. Depois de seis anos longe do
poder, ele estaria de volta. Eurico Miranda havia sido escolhido e assumiria
novamente a presidência do Vasco. Segundo ele, o respeito voltaria e não cairíamos
mais. Deveríamos ter acreditado nele?
O ano começou
com a derrota vascaína no clássico contra o Flamengo no torneio amistoso do
Super Séries, mas o primeiro semestre não seria tão fácil para os adversários.
No Campeonato Carioca, estávamos nas cabeças. Vencendo clássicos, jogando bem.
Com Doriva à nossa disposição como treinador, ficamos invictos, fomos líderes,
tudo parecia correr muito bem. Algumas peças começavam a ser colocadas em campo,
Dagoberto estreava, Bernardo voltava, tudo se encaixava.
Chegamos à
final contra o Botafogo e ganhamos a primeira partida por 1 a 0 e na segunda
por 2 a 1. Após 12 anos, o Vasco voltou a levantar a taça. Campeão Carioca.
Seria esse o início de um no perfeito?
Leia Mais: Obrigado São Januário
Vasco - Campeão Carioca 2015 |
Não, não era,
e percebemos isso logo no início do Campeonato Brasileiro. As atuações
vascaínas não eram tão boas e, depois de oito rodadas sem ganhar, Doriva pediu
demissão. Começava aí o desespero vascaíno. Roth foi chamado e a primeira
vitória veio com ele. Brotava uma pequena esperança em cada vascaíno. Era o fim
do jejum, mas o início de um campeonato que seria marcado na história, mas não
de um jeito bom.
Dois dias após
o primeiro jogo de Roth, já iniciava julho e, com ele, as vitórias contra
Flamengo e Avaí deram um sopro fraco de esperança. Nas três rodadas seguintes,
derrotas sem, no mínimo, balançar as redes e chegava o medo da queda. Contra a
Chape, jogo totalmente sem rumo: 1x0 com gol de bicicleta de zagueiro. Em
Brasília, erros no ataque e azar na defesa, o Vasco era massacrado diante do
São Paulo por 4x0. No Sul, na derrota frente ao Grêmio, o Cruzmaltino amargava
a penúltima colocação, com nove pontos em 13 jogos.
Chegara o
clássico contra o Flu e não era só uma batalha campal, mas disputas externas
marcavam o ano contra o time elitista da Zona Sul. O lado direito adquirido
pelo clube de Laranjeiras, em 2013, que pertencia ao Vasco desde que Maraca é
Maraca, em 1950, foi uma das brigas de 2015. 90% ironia, 10% destino, o Gigante
completava 100% de invencibilidade nos clássicos. A conquista da vaga para as
oitavas de final da Copa do Brasil contra o time populista animava o torcedor,
mas duas goleadas, contra Palmeiras e Corinthians, deixaram a tensão no ar.
Agosto
começava com uma certeza: Roth não dá mais. E aí, em minha opinião, o maior
erro do Eurico em sua volta: a insistência com o treinador mesmo com derrotas e
em tempo de contratar outro técnico, uma vez que o campeonato parou por dez
dias. No Maraca, frustrações contra Joinville e Coritiba, na última rodada do
turno. Enfim era a gota d'água para Celso Roth. Contra o time paranaense, a
primeira vez do "já era, caiu", que se tornou repetido entre muitos.
No segundo
turno, Jorginho já começara a treinar o Cruzmaltino e, apesar do resultado não
vir, notava-se uma motivação que outrora não víamos. Se no Brasileiro o Vasco
declinava, na Copa do Brasil era diferente. Mais uma vez, o Gigante vencia o
seu maior freguês do ano.
Setembro e a
maior derrota do ano - Inter 6x0 - transformava o caos. Agora já era. Na volta
ao RJ, cobranças verbais e físicas ditaram o desembarque. No meio do jogo
contra o Atlético-MG, uma certeza: o Vasco ainda não morreu. Nenê, de pênalti,
fez o gol e a vibração de um menino no colo do pai deu tal certeza.
Quatro dias
depois a vitória em Campinas, começava ali a volta do torcedor. Nos quatros
últimos jogos do mês, mais três vitórias. Todas contra Rubros-Negros.
Atlético-PR, Sport e Flamengo. A quinta vitória de setembro não veio por causa
de erros do juiz diante do Cruzeiro.
Mesmo com a
eliminação na Copa do Brasil, o Vasco escolhia acreditar e foi assim nas
últimas quinze rodadas, com apenas uma derrota, logo contra o Flu, em novembro.
E, mais uma vez, o "já era, acabou".
De volta a São
Januário, o empate heroico, mas amargo, contra o Corinthians e a vitória diante
do Santos, era o retorno do Caldeirão pulsante e temido.
Na última
rodada, o Vasco dependia de resultados externos, mas, assim como nas duas
outras quedas, o Gigante não fez seu papel. Assim, decretava a ida para
Sibéria, ou, pior, para a Série B. Terceira vez em oito anos.
Ana Clara
Soares (@AnaClaraSoares1)
Matheus
Freitas (@_MFreitas9_)
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