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A temporada que o mundo foi azul e grená

O que dizer de um time que encantou o mundo alguns anos e foi dito que o fim da era tinha chegado para os catalães? Aquele time de Pep Guardiola, mentor, professor e compositor daquele artístico futebol, jogado por música do Barcelona. Como ficariam os remanescentes daquele time fantástico? A temporada 2014/2015 começou bem conturbada para o time catalão, com a saída de Tata Martino do comando, coube a Luís Henrique, armar, dar novo ânimo para o time que ganhou tudo e estava em decadência.

Més que un club.
NOVA ERA DE CRISE

O clube aproveitou-se no meio de 2014 da suspensão temporária da sanção da FIFA que o proibia de contratar, e logo foi atrás de reforços para a reformulação do elenco que estava refém das categorias de base. Foram oito contratações e mais de 150 milhões de euros gastos em uma postura agressiva no mercado que saiu da curva histórica do clube. Vale lembrar que um ano antes o Barcelona já havia gasto tubos de dinheiro em Neymar em uma transação até hoje com valores polêmicos que chegariam a 83,3 milhões de euros. Transação que polemicamente tiraram Sandro Rossel do posto catação.

O estopim da crise aconteceu na rodada inaugural do Campeonato Espanhol em 2015. Luís Enrique preteriu os dois craques. Deixou-os no banco de reservas e só lançou mão de ambos no segundo tempo, quando a Real Sociedad já vencia por 1 a 0, placar final da peleja. Luís Enrique decidiu castigar os jogadores que estenderam mais suas folgas de fim de ano, entre eles os dois astros. Assim, os colocou no banco. Uma imagem da TV Espanhola flagrou Neymar se direcionando para Messi e dizendo para ele se aquecer assim que o gol do time adversário foi anotado. Para a mídia espanhola, Luís Enrique já não era tão bem visto assim entre os jogadores.

O treinador foi forte, teve pulso, ficou no cargo, aguentou as críticas assim como Guardiola no início de sua chegada, deu uma nova cara ao time do Barcelona. Um time mortal em seus contra golpes, tão poderoso quanto o contra- ataque do Real Madrid com Cristiano Ronaldo, Higuaín, Benzema e Dí Maria. Aquele ataque era goleador, fatal até 30 de dezembro, quando o Barcelona acabou com essa escrita dos merengues, com impressionantes 180 gols na temporada. Enquanto o Barcelona vivia dias de luta, o rival era impecável, goleadas impressionantes, Cristiano Ronaldo sendo o goleador da competição e um time galáctico com forças em todo jogo que entrava.

REFORÇOS EM AÇÃO

Suárez demorou a jogar e, quando começou a entrar em campo, mostrou sinais da falta de ritmo, uma ferrugem que saiu com o passar das rodadas e terminou com gol na partida que deu a Tríplice Coroa aos catalães.

Rakitic, por sua vez, vinha de três bons anos no Sevilla, o último deles com direito a título da Liga Europa e prêmio de homem do jogo da decisão contra o Benfica. O Barcelona já tinha um meio-campo qualificado, mas via o ídolo Xavi em decadência pela idade e poucas opções seguras além de Iniesta, Busquets e Mascherano, titular como zagueiro.

A contratação do meio-campista croata era necessária para que o time tivesse ambições nesta temporada, pois um reforço de qualidade era necessário para no mínimo qualificar o elenco. O croata caiu como uma luva e, de quebra, introduziu um elemento ao jogo do Barcelona que não aparecia há anos.

Victor Valdés foi por anos o titular da meta do Barcelona, alternando bons e maus momentos, mas nunca deixando de ser passível de críticas. Com sua saída, o clube catalão foi obrigado a ir atrás de reforços, e o fez com excelência. Primeiro tirou o jovem Ter Stegen do Borussia Mönchengladbach, contratação desejada inclusive enquanto o time estava vetado de contratar.

Depois, apostou na experiência do chileno Claudio Bravo, veterano do futebol espanhol após anos na Real Sociedad. Luis Enrique mostrou confiança nos dois goleiros e promoveu um revezamento entre a dupla. Bravo foi o encarregado de defender a meta no Campeonato Espanhol, enquanto Ter Stegen foi titular na Liga dos Campeões.

SUPERAÇÃO

Um técnico que foi bastante criticado no início, contratações que muitos perguntaram se iriam render no Barcelona e muito dinheiro envolvido para um futuro incerto. Todas essas dúvidas e desconfianças, esta equipe, na qual ganhou quase tudo que poderia ter conquistado.

Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Liga dos Campeões, Supercopa da Europa e Mundial de Clubes. Cinco títulos colocaram por fim, resposta a todas as perguntas na introdução do texto. Ao final da temporada, os problemas que explodiram em janeiro pareciam estar há anos de distância. Má relação com Luis Enrique? Os abraços após cada título eram a prova de que tudo era passado. Time com problemas em campo? A defesa terminou a temporada voando, Rakitic e Iniesta jogavam em seu auge, Busquets encantava com sua inteligência, o tridente de ataque não sabia o que era entrar em campo e não fazer gols. O elenco vivia como se estivesse em uma era diferente daquela vivida no começo de 2015.

Um ano inesquecível escrito com tinta dourada no livro da história do clube. Doze meses que ensinam a confiar nos jogadores que vestem a camisa azul-grená. Não importa o tamanho da barreira, eles mostraram que podem superá-la e chegar ao topo. Foram muitos momentos lindos, que ficarão marcados na memória de cada torcedor. E mais bonito ainda é entrar em 2016 sabendo que o Barcelona está pronto para continuar fazendo história.

Saudações catalã - #ViscaElBarça - #MésQueUnClub - @_guigoluis