2015 não foi
um ano qualquer, foi o ano do recomeço para o Botafogo. Afinal, o principal
objetivo da temporada era retornar à Série A do Campeonato Brasileiro, lugar de
onde o clube nunca deveria ter saído. A preparação foi iniciada bem cedo, já no
começo do ano, no deficitário Campeonato Carioca. Vale lembrar que, no fim de
2014, o cenário encontrado pela até então nova gestão era de terras arrasadas.
Com o clube afundado em dívidas e rebaixado para a Segunda Divisão, a perspectiva
era a pior possível.
Sem elenco
para encarar a temporada, a diretoria fez malabarismo para montar uma equipe
capaz de garantir o retorno do Glorioso à elite do futebol brasileiro. Sem
grana em caixa e adotando a política de austeridade, aos poucos os jogadores
foram sendo contratados. Peças importantes chegaram, a maioria composta por
atletas que já disputaram a Série B antes e se destacaram. E o primeiro teste,
como eu havia adiantado no começo dessa análise, foi o Carioca, sob o comando
de René Simões, técnico contratado para guiar o Alvinegro. De fato o Botafogo
não figurava entre os favoritos. Fla e Flu, com elencos mais caros, eram os
principais candidatos. O Glorioso não encontrou dificuldades e até foi campeão
da Taça Guanabara, para logo depois chegar à semifinal do torneio para encarar
o time das Laranjeiras. Em casa, em uma alucinante disputa de pênaltis, o
Botafogo eliminou o Tricolor e garantiu vaga para a decisão. O adversário era o
outro 'patinho feio', o Vasco da Gama, que havia acabado de retornar da
Segundona. O título não veio, mas só o fato de ter sido finalista já empolgou a
torcida, que pôde ver em campo, um time modesto, mas bastante competitivo e
comprometido.
Em maio, mais
precisamente no dia 9, começava o desafio do Botafogo: a temida Segunda
Divisão. No Mangueirão, em Belém, o Glorioso bateu o Paysandu por 1 a 0, com
gol de Rodrigo Pimpão e deu início a uma campanha sem sustos. Durante a disputa
do Brasileiro, alguns jogadores importantes deixaram o clube. Mas nada
atrapalhou o desempenho do Botafogo, que até passou por um breve período sem
vitórias, é verdade. Ao mesmo tempo em que dava atenção à Série B, o clube
disputou a amaldiçoada Copa do Brasil. E como era de se esperar, na terceira
fase, o Alvinegro foi eliminado em casa pelo Figueirense com um gol de letra
aos 49 minutos do segundo tempo. Detalhe: o empate em 0 a 0 classificaria o
Botafogo. A precoce eliminação custou o emprego do técnico René Simões. Além
disso, o clube deixou de ganhar R$ 100 mil.
Com a demissão
de René e focado exclusivamente no Campeonato Brasileiro, o Botafogo anunciou a
contratação de Ricardo Gomes, afastado do futebol desde que sofreu um AVC. A
expectativa em relação ao retorno de Ricardo ao futebol era grande. E com
méritos, o técnico cumpriu a meta que lhe foi dada: o Botafogo voltou à Série
A. Em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, após vencer o Luverdense por 1 a 0, com
gol de Ronaldo, a torcida pôde enfim comemorar o acesso, isso em 10 de
novembro.
Ronaldo, autor do gol do acesso
Com o desafio
cumprido, era hora do descanso. Descanso? Nada disso. O Botafogo tinha agora
como objetivo sagrar-se campeão da Série B. E o título veio dez dias depois,
diante do ABC. O triunfo por 2 a 1 garantiu a taça ao clube, que comemorou com
entusiasmo a conquista, afinal, elenco e dirigentes, mais do que ninguém,
sabiam como foi exaustiva a caminhada. Foram 72 pontos conquistados. 21
vitórias, 9 empates e 8 derrotas. 60 gols marcados e 30 sofridos. Um
aproveitamento de 63,2%.
Botafogo campeão da Série B levanta a taça
O Botafogo
agora se prepara para 2016. Na Série A, o desafio será ainda maior. A base do
time campeão da Segundona foi desfeita e o elenco será remodelado para a
disputa do Brasileirão. Até então, a torcida aguarda impaciente por
contratações, que pelo visto, só serão anunciadas após a virada do ano. Só nos
resta torcer pela montagem de um elenco competitivo que, ao menos, consiga
manter o clube na elite sem sustos. Por enquanto, fica a incógnita.
2 Comentários
Massa!!!
ResponderExcluirValeu, xará!
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