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88 anos de Clube Atlético Bragantino

O Bragantino completa mais um aniversário nesta sexta-feira. São 88 anos de muita história e nada mais justo que fazer uma pequena retrospectiva do clube de Bragança Paulista que se originou de um rival, o superou e por pouco não dominou o Brasil em 1991.


Como é comum na história do futebol brasileiro, o clube foi fundado através de membros de um time rival que contestavam a maneira de pensar dos dirigentes. Tratava-se do Bragança Futebol Clube, clube que não veio a ter o mesmo sucesso do Massa Bruta.

Não por acaso, os clubes criaram uma grande rivalidade que marcou a história amadora do clube até a década de 40. Freguês de carteirinha do Bragantino, o Bragança não seria suficiente para competir com o novato. Foi inclusive mais uma derrota, onde o time mais antigo chamou atletas da capital para o clássico e perdeu, o que originou o mascote do clube - o Leão.

Ao longo dos seus 88 anos, o clube trocou algumas vezes de escudo.
(Foto: Cacellain.com)
A partir de 1949 o Bragantino passou a disputar as competições profissionais, entrando na quarta divisão do campeonato paulista. Foi uma fase de instabilidade onde o clube conseguiu o acesso para a primeira divisão em 1965, mas caiu logo em seguida por falta de preparação. Foram vários anos de idas e vindas às divisões sem grande destaque, mas o melhor estava por vir.

Torcedores assistem ao Bragantino em 195. O estádio ainda se chamava Marcelo Stéfani.
O auge do time de Bragança, chamado no clube de "anos dourados" começou em 1988 quando o clube tinha o seu mais notável presidente eleito novamente: Nabi Abi Chedid - nome atual do estádio em forma de homenagem. No mesmo ano o Braga sagrou-se campeão da segunda divisão do Campeonato Paulista e voltou para a divisão especial - e desta vez para fazer história.

Comandado pelo então desconhecido Vanderlei Luxemburgo o Massa Bruta bateu o Novo Horizontino na grande final e conquistou o título de campeão paulista em 1990, época em que o estadual era um dos campeonatos mais disputados do ano. Luxemburgo teve seu primeiro de protagonismo que o levou a outros grandes times e suas diversas conquistas e times que sequer precisam ser recordadas.

O time montado por Luxa era muito forte e contava com jogadores de seleção brasileira como Mauro Silva e Gil Baiano. Não por acaso o clube de Bragança Paulista conseguiu a oitava colocação no primeiro Campeonato Brasileiro que disputou, após ter vencido a segundona em 1989.

O time-base dos "anos dourados" do Braga: título paulista e vice-campeão brasileiro.
(Foto: Imortais do Futebol)
Os anos seguintes confirmaram o bom trabalho realizado pela diretoria do Massa Bruta. Mantendo a base em um cenário que não tinha tantas trocas de clubes como nos dias atuais, o Bragantino chegou à final do campeonato brasileiro eliminando o Fluminense na semifinal - e com direito a vitória em pleno Maracanã, gol de Franklin.

Depois de segurar o Flu em Bragança, o time de Carlos Alberto Parreira, substituto de Luxa, por pouco não surpreendeu o forte São Paulo de Telê Santana. O time que viria a ser bicampeão da Libertadores e do Mundial nos anos seguintes sofreu muito para bater o time interiorano por 1x0 no jogo de ida e conseguiu segurar o 0x0 em Bragança. Por muito pouco o título escapou.

Nos anos seguintes as boas campanhas seguiram. Um ótimo desempenho no ano seguinte deixou a final escapar no último jogo, ficando um ponto atrás do Botafogo. O Brasil chegou a ficar pequeno: o Braga participou de duas Copa CONMEBOL, mas acabou sendo eliminado na primeira fase em ambas as edições.

Bragantino x São Paulo: faltou pouco para o Massa Bruta comemorar um título nacional.
(Foto: Placar)
O passo, porém, acabou sendo maior que a perna. Perdendo aos poucos os principais jogadores, o Braga não conseguiu remontar seu esquadrão. O final da década de 90 foi sofrível, com rebaixamento no Campeonato Paulista ainda em 1995. No brasileiro ainda conseguiu um sexto lugar antes dos anos seguintes sempre brigando contra o rebaixamento.

Em 1998, porém, o Braga não conseguiu mais evitar o pior e acaba rebaixado. A decadência continuou com campanhas ruins nos anos seguintes, inclusive caindo para a terceira divisão quatro anos depois. Sem o acesso no ano seguinte, o clube que chegou a tentar a conquista do continente acabou ficando sem nenhuma competição nacional.

Se parecia terra arrasada, o ano de 2005 trouxe Marcelo Veiga, treinador que seria fortemente identificado com o clube nos anos seguintes. No mesmo ano veio o acesso para primeira divisão estadual e, dois anos mais tarde, o título da terceira divisão nacional. 

Marcelo Veiga ajudou a resgatar o Braga depois de anos de rebaixamentos.
(Foto: Vavel)
O Braga estava de volta à segunda divisão, fazendo campanhas medianas em praticamente todos os anos. Em 2015, mesmo com uma péssima campanha no estadual o acesso bateu na trave.

Será que os anos dourados voltam a sorrir em 2016?

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