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No possível último Brady x Manning, Broncos avança ao Super Bowl


A expectativa pelo duelo era alta antes mesmo dele começar. De um lado, Peyton Manning, um dos maiores QBs da história que vive um momento difícil e pode se aposentar depois do Super Bowl. Do outro, Tom Brady, aquele que comanda uma das equipes mais poderosas da Liga. Denver Broncos e New England Patriots se enfrentaram pela decisão da conferência no que pode ser o último Manning x Brady na NFL.

Pré-jogo:

Em uma rivalidade à parte, talvez a maior entre QBs da história – comparável à Magic Johnson x Larry Bird, Messi x Cristiano Ronaldo, Muhhamedd Ali x Joe Frazier, etc –, Peyton Manning saiu vitorioso no 17º e, possivelmente, último duelo. Na história, foram onze vitórias de Tom Brady e seis de Manning, mas nos playoffs Peyton lidera por 3-2, vencendo os três últimos embates na pós-temporada.

Denver jogava em casa, com uma defesa forte e um ataque de respeito, mas enfrentava o sempre temido e organizado Patriots do técnico Bill Belichik. Era difícil apontar um favorito, pois, embora New England tivesse mais moral e momento melhor, jogava fora de seus domínios. Em 2014, também na final da AFC, já havia ganhado o mandante.


O jogo:

Enquanto muitos esperavam um duelo ofensivo de alto calibre pela presença dos lendários QBs, o jogo predominantemente defensivo e truncado surpreendeu. Foram as batalhas nas trincheiras que definiram. As falhas na OL do Patriots, aliadas à grande capacidade de pass rush da defesa do Broncos, permitiram que Tom Brady fosse atingido em grande parte dos lances, não oferecendo a tranquilidade necessária ao ataque. Os jogos terrestres também não funcionaram, sem nenhum dos dois times atingindo 100 jardas, chegando a um momento do jogo em que os QBs eram os principais "corredores" em números.

Com a pressão, New England converteu apenas 13% das terceiras descidas. Tom Brady lançou 56 bolas(!), fez um solitário TD e uma dupla de interceptações, totalizando o pífio rating de 56.4. Para piorar, o kicker Stephen Gostkowski errou um extra point (ele tinha acertado TODOS durante a temporada), o que viria a ser decisivo mais tarde. O maior destaque do Patriots foi o monstro Rob Gronkowski, com 144 jardas recebidas e um TD no fim do jogo, que poderia levar ao empate.

Durante toda a partida, o placar foi apertado e se resumia em passes incompletos, avanços curtos terrestres, defesas dominando e alguns turnovers. Peyton e seu ataque também não tiveram a mais brilhante atuação, mas cuidaram da bola. Owen Daniels recebeu os dois TDs quando preciso, Manning fez os ajustes necessários nos momentos corretos, o que foi suficiente para que a franquia saísse vitoriosa. Por outro lado, a defesa de Denver praticamente ganhou o jogo, o motivo pelo qual é top três da NFL. Foram quatro sacks e duas interceptações. Grande parte disso teve o dedo de Von Miller, com 2.5 deles e uma interceptação, fora a infernal pressão na OL adversária.

No último quarto, o Broncos abriu 20 a 12 e teve nas mãos diversas chances de pontuar ou gastar o relógio para matar a partida, mas falhou e deu uma última bola para Tom Brady se redimir. Saindo próximo da linha de 50 jardas e com pouco menos de dois minutos no relógio, tempo não seria mais o problema nesta última campanha do Patriots. Teve um lançamento de 40 jardas que converteu uma quarta descida com Gronkowski e depois, já na redzone, a equipe marcou o TD novamente na bacia das almas, com o mesmo Tight End e, de novo, na última descida.

Entretanto, por causa do erro do extra-point ainda no primeiro tempo (lembram?), New England tinha que ir para a conversão de dois pontos caso quisesse empatar o placar e levar a partida para a prorrogação. Nada feito. Tom Brady foi novamente pressionado, não teve tempo nem recebedores abertos e acabou lançando uma interceptação, que sacramentou a grande vitória dos mandantes e de Peyton Manning neste provável último duelo da rivalidade.


Rumo ao Super Bowl 50:

Excelente vitória de playoffs para o time de Denver, que ganha moral e impõe medo com a atuação impecável defensivamente. Agora a franquia terá duas semanas de descanso para recarregar as energias, estudar o adversário e se preparar para o grande dia – 7 de fevereiro em San Francisco. Para o Broncos, esse Super Bowl 50 será mais do que nunca decisivo. Desde que Peyton Manning chegou à franquia, em 2012, o time remodelou seu planejamento, mudou até de uniforme e montou todo um elenco de grandes craques para dar suporte ao veterano QB e chegar ao título. Em 2014 até chegaram perto, mas foram massacrados por Seattle na final. O investimento foi em curto prazo, e já se passaram quatro anos. Talvez este seja o último em que a equipe consiga ter tantas condições de alcançar o troféu por agora. No ano que vem o teto salarial já não suportará tantas estrelas, veteranos cairão de rendimento e o grande QB deve se aposentar. Para o Denver Broncos, agora é TUDO ou nada.

Já o Patriots pode se sentir orgulhoso da bela temporada, mas lesões atrapalharam muito o time no final, e fica um sentimento amargo, já que sabiam da plena capacidade do elenco em alcançar o segundo Super Bowl seguido. Com certeza Bill Belichik fará mais uma sensacional offseason, contratará boas peças e o time volta aos playoffs no próximo mês de janeiro. Tom Brady também não dá sinais de queda ou cansaço, ainda tem a empolgação de um menino e deve jogar melhores temporadas, mesmo já tendo 38 anos.

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