EAST
Não tem jeito: o New England
Patriots é soberano na AFC East. Pela 12ª vez nos últimos 13 anos, a franquia
pôde comemorar o título da divisão. Já na offseason, o Patriots foi, sem sombra
de dúvidas, o time mais comentado devido a polêmica do deflategate. A equipe já
começou a temporada com uma vitória nos tribunais, com a suspensão da punição a
Tom Brady. Extremamente motivado e com um excelente grupo de jogadores, o time
começou imbatível, derrotando seus rivais com grande facilidade.
Contudo, não foram poucos os
problemas dos Pats ao longo da temporada regular, principalmente se tratando de
lesões de atletas importantes. Ainda assim, a franquia conseguiu manter a
invencibilidade até a 12ª semana, quando os incontáveis desfalques começaram a
pesar.
Mesmo com 38 anos, sendo
muito pressionado em campo e sem vários de seus principais recebedores, Tom
Brady terminou a temporada regular como líder de passes para touchdown (36), 3º
em jardas, 4º no rating e 1º em TD/INT.
Por muito pouco, a equipe de
New England não conseguiu terminar a 17ª semana com a melhor campanha da AFC, já
que acabou vacilando nos últimos jogos contra dois de seus rivais de divisão.
Claramente tirando o pé do acelerador, temendo novas lesões, os comandados de
Belichick perderam suas duas últimas partidas e, apesar de garantiram a bye
week, acabaram entregando a seed #1 da conferência de bandeja para os Broncos.
A recaída das últimas semanas, no entanto, não deve ser uma preocupação para os
playoffs, já agora a equipe possui algumas semanas para se recuperar e, quando
voltar a campo, terá retornos importantíssimos, como é o caso de Julian Edelman.
Impossível não considerar os Patriots como favoritos em tudo que disputam,
resta saber se as lesões deixarão a equipe em paz a partir de agora, para que
possa repetir o feito da temporada passada.
O New York Jets é um caso à parte.
A franquia começou na temporada cheia de expectativas e os torcedores acreditaram
que neste ano conseguiriam acabar com a hegemonia dos Patriots na AFC East. Os
mais otimistas até já sonhavam com a chegada ao Super Bowl. A defesa continuou
sendo o principal trunfo do time, já que a dupla Darrelle Revis e Antonio
Cromartie prometia torná-la intransponível. No entanto, o problema seguia sendo
o ataque. O quarterback Geno Smith, lesionado após confusão no vestiário, deu
lugar ao já rodado Ryan Fitzpatrick, que acabou fazendo um trabalho muito bom,
carregando o ataque juntamente com o trio Marshall, Decker e Ivory, mas
amarelou na hora mais importante.
A equipe, que deste 2010 não
consegue chegar aos playoffs, finalmente fez uma temporada consistente e chegou
até a última semana dependendo apenas de si para avançar à pós-temporada. A
campanha foi realmente muito boa, principalmente se comparada à de anos
anteriores. Contudo, na derradeira rodada, os Jets voltaram a ser o que seus
apaixonados e sofridos torcedores estão acostumados a ver. A equipe enfrentou
seu ex-comandante Rex Ryan, hoje nos Bills, que saiu vitorioso e provou que a
lei do ex não perdoa nem na NFL. Fitzmagic virou Fitztragic, interceptado no
finalzinho, e, além da bola oval, entregou também a vaga do wild card.
Buffalo Bills (8-8)
No início da temporada, ao
assumir o comando dos Bills, o head coach Rex Ryan afirmou publicamente que seu
time iria aos playoffs. Decorridas as 17 semanas, a campanha com oito vitórias
e oito derrotas não levou a equipe a lugar algum e o técnico não conseguiu
cumprir a promessa. O time até figurou entre as equipes classificadas durante
alguns momentos. Entretanto, não conseguiu manter nenhuma regularidade.
A verdade é que, de fato, a
campanha mediana ficou de bom tamanho para a equipe de Buffalo. O time não está
entre os melhores da Liga, mas tampouco esteve entre os mais fracos. Como
analisou o técnico: “Acho que o nós temos aqui é ótimo. O problema foi que eu
falei demais. Acho que se chegasse aqui e falasse 'nós vamos competir', talvez
esse time não seria visto tão mal quanto agora”.
A franquia não conseguiu
todas as vitórias que esperava, termina a temporada com a 19ª escolha do Draft
e, por causa da grande expectativa que acabou sendo criada, ficou com um
gostinho amargo, que foi um pouco amenizado após a equipe derrotar seu rival,
Jets, na última rodada, tirando deles também o sonho da classificação. Como
dizia o poeta, morreram os dois abraçados.
Miami Dolphins (6-10)
A torcida do Miami Dolphins
era uma das mais ansiosas para o fim da temporada, já que a equipe logo deixou
de brigar por algo maior e o principal desafio da franquia agora é encontrar um
novo head coach. Assim como os demais times da divisão, o Dolphins era cotados
para chegar aos playoffs em 2015. Porém, semana após semana, o time foi
decepcionando e acabou tendo que se contentar com a 8ª posição no Draft.
A equipe conseguiu algumas
boas vitórias, como contra Redskins, Eagles e Titans fora de casa, além de
Texans, Ravens e, a grande vitória da temporada, contra o Patriots na última
rodada. Entretanto, as derrotas foram maioria e foram elas que marcaram a
temporada dos Golfinhos. Contra os rivais de divisão, o desempenho foi pífio:
cinco derrotas e apenas uma vitória. A franquia de Miami foi massacrada pelos
Bills, atropelada pelos Patriots no Gillette Stadium e não apresentou
resistência diante dos Jets.
Os problemas foram
constantes ao longo da season: o ataque terrestre não funcionou, a linha
ofensiva apresentou dificuldades, a defesa deixou que os adversários
conquistassem um caminhão de jardas, o time cedeu quatro safeties nessa
temporada (ficando a um do recorde da NFL) e o QB Ryan Tannehill não apareceu
em momentos decisivos. Resta saber se na próxima temporada os Dolphins seguirão
no marasmo ou terão um futuro mais próspero.
SOUTH
Houston Texans (9-7)
Após duas temporadas longe
dos playoffs, a equipe de Houston voltou a vencer a divisão – curiosamente com
uma campanha idêntica a do ano passado, quando a temporada acabou em dezembro.
Ou seja, mais que uma evolução significativa, a classificação veio em virtude
do baixo índice técnico da AFC South.
No entanto, há motivos para
comemorar e elogiar: A capacidade de reação da equipe após uma primeira metade
da temporada bastante ruim, a retomada da defesa comandada por JJ Watt – que
novamente foi um dos destaques defensivos da Liga, mesmo com um desempenho não
comparável ao de 2015 e alguns problemas físicos. Também houve a força do
ataque, que sobreviveu a desfalques importantes como Arian Foster e indefinição
do QB titular no início da campanha. A temporada explosiva do WR DeAndre
Hopkins, que quebrou inúmeros recordes da franquia, a consolidação de Brian
Hoyer, a campanha positiva dentro da divisão [5-3] e a consistência na hora de
garantir a vaga foram decisivas para superar o Colts.
A possibilidade de alcançar
o jogo divisional parece bem remota, mas a capacidade de surpreender e
conseguir uma reviravolta da equipe texana já foi comprovada neste ano.
Indianapolis Colts (8-8)
Não havia dúvidas entre os
analistas antes da temporada regular: O Colts não seria apenas o favorito a
vencer a AFC South novamente, como também deveria disputar o título da AFC e concorrer
ao Super Bowl. Apesar de ter lutado por vaga nos play-offs até a semana 17 –
dependendo de uma combinação esdrúxula de resultados –, a temporada foi
bastante abaixo da expectativa criada. Claro, muito em função das seguidas
contusões que afastaram não apenas o signal caller Andrew Luck, mas também seu
reserva imediato Matt Hassebelck.
A maré de azar foi tanta que
a equipe usou cinco QBs diferentes na temporada, um número tão improvável
quanto absurdo. Mesmo assim, era de se esperar uma campanha positiva – algo que
não ocorreu. O jogo corrido praticamente inexistiu e o ataque unidimensional
acabou se tornando presa fácil nos jogos decisivos. A defesa mostrou-se incapaz
de segurar os adversários, e as decisões de Chuck Pagano foram quase sempre
muito controversas – como o hilário fake punt contra o Patriots. Apesar disso o
HC não apenas sobreviveu ao “Black Monday”, como garantiu uma extensão de
contrato de mais quatro anos. Sem dúvidas uma decisão que causou mais espanto
que a campanha decepcionante da franquia em 2015.
Jacksonville Jaguars (5 -11)
Para um time que não alcança
a pós-temporada desde 2007 e vem de campanhas negativas a quatro temporadas
consecutivas, a análise da temporada regular de 2015 é mais que positiva, é até
animadora: O time conseguiu marcas expressivas, como a terceira equipe com mais
TDs ofensivos marcados (35, empatado com Carolina e Arizona) e a 10ª em jardas
de passe. Uma clara evolução no ataque capitaneado pelo segundo anista Blake
Bortles, pelo RB rookie T.J. Yeldon, pela dupla de Allen’s na recepção –
Robinson/Hurns – e pelo TE ex-Broncos Julius Thomas.
Se considerarmos a contusão
que fez Yeldon perder jogos importantes, o fato de ser a primeira temporada de
Thomas com o time e a inexperiência de Bortles em algumas tomadas de decisões –
que custaram 18 interceptações na temporada –, podemos concluir que o
desempenho ofensivo poderia ser ainda melhor.
Claro que, em uma liga tão competitiva como a NFL, só um bom ataque não
garante sucesso, e na balança do Jaguars ter a segunda pior defesa cedendo
pontos pesou muito. Somado aos turnovers e a pouca efetividade do time de especialistas,
a campanha empacou em um limite muito baixo, mesmo em uma divisão fraca como a
AFC South. Porém, as quatro vitórias em casa são um forte indicativo que a
equipe está trilhando um caminho positivo para um futuro próximo, desde que
ajustes na defesa sejam implantados imediatamente.
Tennessee Titans (3-13)
Um torcedor do Titans mais
otimista enxergaria a temporada de 2015 como uma evolução para a franquia: O
time acabou conquistando uma vitória a mais que no último ano. O pessimista
enxergaria como um retrocesso: Passou da segunda pior campanha geral para a
pior este ano.
O esperançoso vê o lado bom
de duas campanhas pífias: o Draft. Se em 2014 foi possível recrutar o promissor
QB Marcus Mariota – que teve uma temporada de estreia razoável, com erros
típicos de rookie e alguns momentos de exibição de talento latente –, em 2015
talvez seja a hora de reforçar a frágil OL e a defesa (sexta pior da liga em
pontos cedidos). O ataque esteve longe da eficiência que se precisa em uma liga
como a NFL, principalmente no jogo corrido, algo evidente quando o segundo
melhor corredor do time é justamente seu quarterback. Ainda assim há evolução:
Delanie Walker e Dorial Green-Beckham provaram que podem ser alvos confiáveis em
uma equipe mais equilibrada.
Claro que, para o torcedor
que viu apenas um triunfo em casa em cada uma das duas últimas temporadas, isso
parece pouco. Se levarmos em consideração os dois recordes de 1-5 dentro da
divisão, parece menos ainda. O fundo do poço está tão próximo que o único
caminho plausível agora parece ser a subida.
PLAYOFFS:
Bye-week:
Wild card:
Sábado, dia 09-01:
Divisional:
Sábado, 16-01:
A definir (time de maior seed do wild card) x New England Patriots, 19h35
Domingo, 17-01:
A definir (time de menor seed do wild card) x Denver Broncos, 19h40
Finais de conferência:
Domingo, 24-01:
AFC: 18h05
Janaína Wille (@jaanaw_) e Alex Rolim (@rolimpato)





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