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Retrospectiva NFC – Parte I


NORTH:

Minnesota Vikings (11-5)
As previsões eram animadoras para o Vikings em 2015, mas a temporada acabou sendo ainda melhor que o esperado. Poucos apontariam o time conquistando sua divisão após seis anos sem tal feito. Para chegar até aqui, o time contou com a afirmação do QB segundo anista Teddy Bridgewater no ataque, tendo boas e sólidas atuações, cuidando bem da bola e lançando apenas quando necessário. A volta do seu principal jogador, o RB Adrian Peterson, que liderou a liga em jardas corridas após a polêmica suspensão que durou toda a temporada passada, e a evolução da defesa com as aquisições do draft Trae Waynes e Erick Kendricks também foram de extrema importância.
O coach Mike Zimmer implantou um bom plano de jogo baseado no forte jogo terrestre e a fórmula funcionou, sendo coroado com a conquista da divisão após bater o rival Packers em pleno Lambeau Field na última semana. Independentemente do resultado dos playoffs, o Vikings deve estar satisfeito com a grande temporada e crescimento da equipe, sem dúvidas é um time para ficar de olho nos próximos anos.
Muitos não acreditam na equipe nos playoffs devido à falta de experiência, mas um time que tem Adrian Peterson e conseguiu 11 vitórias no ano jamais pode ser desprezado. A dura caminhada começa domingo, recebendo o temido atual vice-campeão Seattle Seahawks em seu estádio, na congelante Minnesota. Duas equipes parecidas, com defesas de respeito, excelentes running backs, corpo de recebedores que deixa a desejar e QBs móveis, em uma partida provavelmente com temperatura abaixo de 0 graus. Pode-se esperar um bom confronto terrestre, que vai definir o sonho de ambos no caminho para o Super Bowl 50.

Green Bay Packers (10-6)
2015 foi um ano estranho para o time de Green Bay. Após uma boa offseason, começar 6-0 na temporada e ser cotado como o favorito ao Super Bowl, a equipe despencou de rendimento após a semana de bye e a verdade é que, por incrível que pareça, a defesa segurou o time e o ataque foi o grande problema.
Até hoje não há certeza sobre a causa da queda brusca no rendimento ofensivo. Alguns dizem que é pela falta do principal WR Jordy Nelson, fora da temporada por lesão ainda nos jogos de pré-temporada. Outros afirmam que o problema eram as chamadas do coordenador ofensivo, lesões na OL e até a forma física do atual MVP Aaron Rodgers e do RB Eddie Lacy. A verdade é que o Packers pós bye de 2015 foi um time de muitas faltas, recebedores marcados, sacks no QB e turnovers. Não fossem boas atuações da defesa, incluindo o surpreendente bom ano de debutante dos calouros Randall e Rollins (1ª e 2ª rodada do draft de 2015), a equipe não teria chegado aos playoffs. Um ano de altos e baixos, com momentos de time vencedor. Como ao bater Seattle em casa na revanche, segurar o Chargers na redzone sem TD e a épica hail mary contra o Lions em Detroit, que talvez tenha sido o momento mais incrível de 2015 na NFL. Isso tudo alternado com apatia, surras levadas por Cardinals e Broncos e uma série de três derrotas em casa contra os rivais de divisão (algo que não ocorria desde 1991).
Questionavelmente, foi a pior temporada da parceria QB/Coach Rodgers e McCarthy. Entretanto, estão nos playoffs e, mesmo diante de todas as adversidades e desconfiança, o time ainda é o mesmo que quase alcançou o Super Bowl ano passado. Aaron e McCarthy já ganharam um Super Bowl juntos, curiosamente passando por situações semelhantes a este ano, como a campanha 10-6, classificação apertada por wild card, lesões e uma defesa forte. Para os supersticiosos, pode ser um bom sinal, mas só descobriremos a partir do próximo domingo às 19h25min, quando o Packers encara o Redskins em Washington nos playoffs. O desempenho do time nessa reta decisiva pode traçar os rumos que a franquia tomará na próxima offseason.

Detroit Lions (7-9)
Para o time de Detroit a temporada foi sim decepcionante. Cotado para disputar o título da divisão, o Lions começou o ano com uma série de derrotas e só no meio da temporada foi conseguindo se ajustar. No final das contas, foi um ano neutro e eles terão a 16ª escolha do draft em 2016.
A torcida sabe que o time era capaz de mais. Com um QB já acostumado com bons jogos na NFL, um RB calouro de segunda rodada que impressionou na pré-temporada e dois dos melhores recebedores da liga. Na prática, o QB Matt Stafford cometeu muitos turnovers e demorou a "entrar no jogo". O RB Abdullah não teve o êxito esperado e Calvin Johnson já não foi mais aquele recebedor que outrora era considerado o melhor da NFL. Já Golden Tate teve boas atuações, até melhores que o seu companheiro de posição. Na defesa, os desempenhos não foram dos mais convincentes, tendo o DL Ezekiel Ansah como seu único grande destaque.
O resultado da temporada, embora não satisfatório, não foi desesperador para os comandantes da franquia, que decidiram manter o coach Jim Caldwell no cargo após a classificação para os playoffs do ano passado na esperança de que o time tenha novamente temporadas como aquela. Entretanto, tudo passa pelas mãos do Franchise QB Matt Stafford, que tem todo o jogo da equipe montado basicamente à sua volta. Será necessário muito trabalho na offseason para acertar esse ataque, além de upgrades na defesa e o melhor desenvolvimento do jogo corrido com Abdullah e o corpo de running backs.

Chicago Bears (6-10)
O ano não foi como os torcedores do Bears esperavam, mas também não foi de todo ruim. A equipe terá a 11ª escolha do Draft em 2016 e já observou a evolução de seu jogo em alguns aspectos, especialmente na defesa e por parte do contestado quarterback Jay Cutler. A chegada do técnico John Fox de Denver sem dúvidas contribuiu para a evolução, mas a falta de peças qualificadas e seguidas lesões de importantes titulares impediram que a equipe alcançasse algo mais. Na defesa, Tracy Porter e Justin Houston tiveram seus bons momentos, no ataque Jeremy Langford se apresentou bem como substituto da estrela Matt Forte quando lesionado. Alshon Jeffery como sempre também deu certa segurança no grupo de recebedores e o time viu surgir uma nova e funcional peça no Tight End Zach Miller.
Este ano era considerado decisivo para a carreira de Jay Cutler em Chicago e o QB se saiu bem, conquistando belas vitórias contra o Packers e Chargers fora de casa, algo incomum nos últimos anos para o Bears. Sem contar que o mesmo não pôde ter o WR Kevin White, primeira escolha da equipe no Draft de 2015, que passou a temporada inteira fora por lesão. Com White machucado e Jeffery também sofrendo com eventuais lesões, a equipe sentiu muito a falta de seu ex-WR Brandon Marshall, que foi trocado a preço de banana para o Jets na última offseason e mostrou ainda ter muita gasolina no tanque.
Reconstruções bem planejadas são feitas a longo prazo, e é o que está ocorrendo com a franquia de Chicago com a chegada do novo e competente técnico. A torcida deve ter paciência para que o time evolua e John Fox consiga implementar sua filosofia de trabalho. Se Jay Cutler mantiver um bom aproveitamento e o time fizer as contratações adequadas para suprir as necessidades, os playoffs não serão mais algo distante para os fãs do Bears.


WEST:

Arizona Cardinals (13-3)
A franquia de Arizona conseguiu superar os erros do ano passado e fez uma campanha incrível nessa temporada. Além de campeão da divisão, a equipe ainda conseguiu a bye-week e ficou com a segunda melhor campanha da conferência.
Com um 11-5 na campanha passada e perdendo para o Panthers logo na rodada de wild card dos playoffs, o Cardinals sabia que precisaria fazer mais e fez: derrotou adversários difíceis, conseguiu boas vitórias, organizou seu ataque, melhorou a defesa e saiu na frente de todos os concorrentes da divisão. Apesar das derrotas para Rams, Steelers e Seahawks, a campanha de Arizona ainda mostra que o time tem capacidade para chegar longe.
Tudo isso só foi possível graças a um jogador em particular: Carson Palmer. O QB teve um 2014 difícil, quando acabou se lesionando em novembro e ficou fora do resto da temporada, vendo seu time sofrer quando perdeu o quarterback reserva, Drew Stanton, e terminou o ano com Ryan Lindley. Em 2015, Palmer não deu chance ao azar, quebrou recordes, destruiu defesas adversárias e é forte concorrente a MVP.

Seattle Seahawks (10-6)
Depois da patética derrota no Super Bowl, que ainda faz Russell Wilson ter pesadelos com lançamento na linha de uma jarda, o Seahawks até conseguiu chegar à pós-temporada, mas não é mais aquela franquia que colocava medo nos adversários como nos últimos dois anos.
O time de Seattle, que havia perdido apenas quatro jogos na temporada passada, acabou tendo dificuldades para se acertar até a semana 10, uma depois da folga. Naquele momento, a campanha era de 4-5 e a vaga para os playoffs chegou a ficar ameaçada. Russell Wilson ainda não é exatamente o QB que convence qualquer um e é inquestionável, apesar de ser óbvio que ele não será substituído. Marshawn Lynch, a maior arma de Wilson, foi a maior ausência de Seattle e, apesar do rookie Thomas Rawls ter cumprido bem sua função, certamente fez falta. Nos playoffs, a vida da franquia não será nada fácil, já que tem pela frente o embalado e campeão de divisão Minnesota Vikings.

St. Louis Rams (7-9)
O Rams, apesar de não ter conseguido nada na temporada, pode até comemorar o fato de ter vencido uma partida a mais do que no ano passado. A franquia de St. Louis conseguiu vencer todos os rivais de divisão, sendo o Seattle duas vezes, e perdeu apenas três jogos em casa, triunfando em cinco. É claro que ainda existem muitos problemas defensivos e ofensivos, coisa que precisa ser revista rapidamente se o objetivo for outro na próxima season.
A maior questão nessa offseason não será a movimentação para a próxima temporada, mas, assim como Raiders e Chargers, a votação de qual franquia se mudará para Los Angeles em breve. O resultado pode e irá alterar os planos, já que uma mudança movimentaria e muito o time.

San Francisco 49ers (5-11)
É impressionante como o 49ers piorou em apenas uma temporada. A franquia, que havia vencido oito jogos ano passado – o que ainda não é bom –, fracassou novamente e teve um desempenho horroroso. A chegada do WR Torrey Smith não foi suficiente para ajudar no ataque, já que o terrível Colin Kaepernick não foi nada eficiente.
O QB, inclusive, teve tantos números negativos que, depois do desastre contra o Rams na Week 8, o 49ers informou que ele havia se lesionado e perderia o resto da temporada, informação que não convenceu. Blaine Gabbert assumiu o posto e não pôde fazer muito pela equipe naquela altura.
Nota-se que a franquia já se movimenta na offseason, principalmente depois da demissão de Jim Tomsula, que foi promovido a head coach em 2015, mas acabou fazendo um estrago no time. Com a sétima posição no Draft, é preciso eleger prioridades para que a escolha seja bem feita.


PLAYOFFS:

Bye-week: Carolina Panthers (seed #1) e Arizona Cardinals (seed #2).

Wild card:
Domingo, dia 10:
Seattle Seahawks (seed #6) x Minessota Vikings (seed #3), 16h.
Green Bay Packers (seed #5) x Washington Redskins (seed #4), 19h40min.

Divisional:
Sábado, 16:
A definir (time de maior seed do wild card) @ Arizona Cardinals, 23h15
Domingo, 17:
A decidir (time de menor seed do wild card) @ Carolina Panthers, 16h05

Finais de conferência:
Domingo, 24-01:
NFC: 21h40

José de Castro e Mariana Sá (@imastargirl).

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