O Leão estreou
no Campeonato Baiano de 2016 vencendo uma equipe frágil tecnicamente, mas com
uma boa organização tática. E o Visão Tática trás para os leitores detalhes
táticos do jogo escrito com linguagem técnica básica, focada no torcedor que se
diverte assistindo partidas de futebol e que acaba não enxergando tais
questões. E não deixamos também de mostrar um pós-jogo e deixar nosso pitaco na
famosa RESENHA.
SISTEMA TÁTICO DAS EQUIPES:
VITÓRIA – Está trabalhando sempre dentro de um 4-2-4, sistema que quando o time
tem a bola não sofre variações, mas em compensação na segunda linha de quatro
jogadores há uma troca de posições constantes entre os atletas. E os dois
volantes de forma alinhada Amaral e Farias ficam como opção de retorno de bola
para fazer a pelota circular em U.
JACUIPENSE – O
treinador do adversário entrou para atuar dentro de um 4-2-2-2 como na imagem
capturada. No entanto durante a partida, o time se postava também em um 4-2-4,
fruto da amplitude que o Vitória conseguia no seu também 4-2-4. Isso forçava os
atacantes do time da Jacuipense se espalhar em cada flanco enquanto os meias
avançavam para tentar barrar a saída de bola do Vitória pelos volantes.
ESTILO DE JOGO:
VITÓRIA – O Vitória de Mancini está sempre trabalhando em
bloco médio. Muito visível à concentração no segundo terço do campo (o central)
ocasionando um dos maiores defeitos do sistema no momento, pois ocorre tanto
sem a bola como quando tem a bola. A falta de pressão na marcação de saída de
bola e na parte ofensiva também é fruto dessa concentração. Abrindo precedentes
para o chamado estilo engessado no padrão de jogo, tornando previsível, sem o
fato novo do homem surpresa e infiltração. Esse estilo de jogo acaba impactando
em resumo na transição ofensiva e defensiva do time.
JACUIPENSE – A Jacuipense alternava entre bloco alto e baixo.
Quando o time cansou um pouco, por exemplo, tentou negar espaços dentro do seu
próprio primeiro terço do campo.
MARCAÇÃO:
VITÓRIA – Utilizou marcação zonal, pouca pressão, bloco médio
todo no segundo terço do campo, com pequenas perseguições dos extremos contra
os laterais do adversário.
JACUIPENSE – Utilizou marcação individual em alguns setores e
zonal em outros. O balanço defensivo era bem executado, sofreu pouco contra
ataques.
JOGO DE POSIÇÃO:
AMPLITUDE - Muito importante no jogo de posições, ele visa alargar a marcação do
oponente e criar espaços. Vejam duas imagens:
Esse lance
termina num chute perigoso de Marinho, mas notem que o portador da bola Amaral
fica sem mais opções porque Maicon não lê o jogo corretamente no último terço
do campo para fazer amplitude, gerando mais espaços para Vander fazer a
aproximação.
Essa jogada
com Maicon deslocado iria abrir um espaço a mais no centro, uma vez que o meia
extremo adversário que estava o acompanhando teria que continuar ou ele mesmo
poderia chegar na cara do goleiro. E Vander ao ver o buraco às costas dos
volantes iria se aproximar para receber o passe.
PROFUNDIDADE - dar profundidade ao ataque é tentar fazer com que o último defensor
adversário quebre a compactação defensiva, em linha por exemplo. Isso folga o
jogo para os companheiros efetuar a movimentação de chegar por trás.
Por fim, o
jogo posicional que também consiste nos números de sistema como 4-5-1, por
exemplo, que varia para 4-2-3-1, 4-1-3-2, 2-4-1-3, 4-3-3 etc... Tem na amplitude
e profundidade o objetivo de fazer movimentações para a criação de apoios
livres, a posição corporal de recepção da bola tem a intenção de acelerar a
circulação e da velocidade no passe.
NA PRANCHETA
Na prancheta
desenhamos uma forma que entendo que Mancini pode treinar para melhorar a
transição ofensiva e serve para a defensiva também do time, obtendo o chamado
padrão de jogo, já que ele concentra seu jogo no segundo terço do campo. É
criar superioridade numérica nos flancos e tentar triangulações sem os meias
atacantes, visando chamar a atenção da marcação adversária. Logo, os meias
atacantes podem e devem se tornar o fator surpresa sem a bola e dar mais
profundidade ao time, enquanto os atletas postado no outro flanco dão amplitude
para inversões de bola. Já que nossos volantes não chegam à área para finalizar
e nem tem bom arremate de longa distância e passam longe de criadores de
jogada, sobrecarregando os dois mais avançados, Real e Maia.
DO JOGO:
Primeiro Tempo
Fumaça se
deslocou bem na área e obrigou Fernando Miguel a fazer boa defesa aos 15
minutos.
Aos 29 minutos
Maia abriu o marcador em boa bola escorada por Marinho depois de um bom passe
de Vander.
Segundo Tempo
Aos 14
minutos, após receber passe de Tiago Real, Marinho finalizou por baixo do
goleiro rival.
Aos 23
minutos, o goleiro Fernando Miguel defendeu uma penalidade máxima cobrada por
Tiago Orobó.
Alípio fechou o
placar em jogada iniciada por William Henrique, o atleta marcou o terceiro do
Vitória aos 32 minutos.
A RESENHA
Em resumo foi
um jogo de poucas chances claras criadas pelas equipes, raras jogadas bem
tramadas e conclusões limpas e bem executadas. O time do Vitória parece que tem
se preocupado muito em cumprir a parte tática, ou melhor, aprender esse novo
formato, e esquece da parte de imposição de jogo. Os contra ataques não surtem
efeito pelo falta da transição ofensiva que é quem dita como será executada tal
ação após a retomada da bola. Na opinião desse colunista o mais eficiente no
time foi o goleiro Fernando Miguel, seguido de Arthur Maia e Marinho. Tenho
gostado da valentia de Vander com a bola e sua busca de melhorar o passe e o
jogo solidário. Para o Campeonato Baiano e o Campeonato dos Clássicos contra o
rival, precisamos de mais uma peça, o 9. Mas para que possamos fazer uma
competição nacional sem sustos e jogando para meio da tabela, o clube precisa
trazer três grandes jogadores além do citado acima. É um inicio de ano mais
consistente que o de 2014 e 2015, mas, bem abaixo ao do ano de 2013.
É isso ai
Galera!
Por: @AdsonPiedade
Foto: PórtalipiráFM
FICHA TÉCNICA
Campeonato Baiano – 1ª rodada
Vitória 3 x 0 Jacuipense
Local: Estádio Manoel Barradas – Barradão
Gols: Arthur Maia, Marinho e Alípio
Arbitragem: Luis de Almeida Santos, auxiliado por Carlos Eduardo Bregalda Gussen e
Dijalma Silva Ferreira Junior.
Vitória: Fernando Miguel; Maicon Silva, Ramon, Guilherme Mattis e Diego Renan;
Amaral (Marcelo), Willian Farias, Tiago Real e Arthur Maia (Alípio); Vander e
Marinho. Técnico – Vagner Mancini
Jacuipense: Rodolpho; Edson Pacujá, Uesles, Edson e Jeferson; Dalmar, Léo Maceió,
Muller, Marcel (Juninho Bahia) e Tiago Orobó; Jonatha Fumaça (Fagner). Técnico – Clebson Araújo.
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