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Mais uma atração do Super Bowl 50: o possível adeus de uma lenda


Peyton William Manning, um republicano e cristão devoto, mas, além disso, um dos maiores jogadores da história do principal esporte americano. Seu pai, Archie Manning, já havia sido quarterback pelo New Orelans Saints na NFL e Ole Miss no college. Dois dos seus filhos seguiram os passos de QB na Liga, Eli e Peyton Manning. Eli jogou toda sua vida no New York Giants e ganhou dois Super Bowls (o que deve ser motivo de zoação entre os irmãos).

Porém, hoje e nesta semana, a atenção está voltada para seu irmão mais velho Peyton, pois, mesmo com apenas um SB, é inquestionável o legado desse jogador para a história do esporte. Seja pelos recordes de mais jardas de passe e lançamentos para TD na HISTÓRIA, seja por sua inteligência fora do normal ao construir jogadas, ler defesas e fazer ajustes ofensivos dentro de campo. Para muitos, o camisa 18 pode ser considerado o melhor quarterback que a liga já viu devido a seu legado e contribuição marcante para a posição. O modo como Manning joga é o modelo a ser seguido para todos os QBs, já que ele atua praticamente como um técnico dentro de campo, mas executando passes precisos. 

A família Manning.
Além dos recordes de mais jardas (71.940) e TDs (539 na história e um título, sendo o melhor jogador da final), Peyton tem quatorze indicações ao Pro Bowl e conquistou cinco vezes o prêmio de MVP, dado ao melhor jogador da temporada. Em outros números relevantes para a posição de quarterback, como jardas por jogo, passes completos, porcentagem de acerto e rating, Manning obtém marcas que estão entre as cinco melhores da história.

Sem dúvidas, considerando apenas a temporada regular, o quarterback do Broncos tem os melhores números da história. O que faz muitos questionarem a sua carreira como impecável e o "título" de maior QB de todos os tempos são os números nos playoffs, já que conquistou apenas um solitário troféu há 10 anos pelo Indianapolis Colts. Na pós-temporada são 24 vitórias e 11 derrotas, tendo sido vice em dois Super Bowls, contra o Saints (2009) e Seahawks (2014). São essas marcas que fazem muitos preferirem seu grande rival de posição Tom Brady, que tem números pouco menos expressivos na temporada regular, mas no playoffs cresce e já conquistou quatro anéis de campeão. Por sinal, na provável despedida da rivalidade entre os dois, deu Manning, com uma vitória sobre o Patriots há duas semanas na final da AFC.

Peyton Manning nasceu em New Orleans, no ano de 1976, jogou na Isidore Newman High School e defendeu o laranja de Tennesse na universidade. Por lá, estabeleceu diversos recordes em seus quatro anos e foi concorrente ao prêmio Heisman de melhor jogador universitário. Todo seu desempenho foi suficiente para ser considerado um dos mais promissores jogadores da história sem ao mesmo entrar na NFL.


Sua entrada na liga profissional ocorreu no ano de 1998, quando foi à primeira escolha geral do Draft, sendo selecionado pelo Indianapolis Colts. Em Indianapolis, Manning começou a pavimentar seu caminho para a glória e conseguiu se tornar o maior ídolo da franquia em todos os tempos. Já em seu segundo ano como titular, o lendário 18 foi convocado ao Pro Bowl e levou sua equipe, que era conhecido por fracas temporadas, aos playoffs. E de 1999 a 2010, seu time ficou fora da pós-temporada apenas em um ano (2001). Ele chegou a duas finais de conferência (2006 e 2009) e um título (2006), ganhando a honraria de MVP em 2003, 2004, 2008 e 2009, quando ainda atuava de azul.

Entretanto, a offseason entre as temporadas de 2010-2011 mudou o destino da carreira do já veterano jogador. Peyton foi diagnosticado com um problema na parte cervical de seu pescoço e necessitaria passar por uma cirurgia que o afastaria de campo por um ano todo. Resultado: o Indianapolis Colts teve a pífia campanha de uma vitória e quinze derrotas em 2011, demonstrando claramente o impacto de seu grande ídolo. Mas, como a equipe teve a pior campanha, teriam a primeira escolha do Draft, e optaram por draftar Andrew Luck, QB de Stanford que era apontado por muitos como o melhor prospecto desde o próprio Peyton Manning. Tal decisão foi motivada pelo grande salário de Manning, sua idade e a dúvida quanto à sua saúde após a cirurgia, então o time cortou Peyton de seu elenco.

A disponibilidade do QB na free agency tomou as manchetes durante aquele período, com muitos times se movimentando para adquiri-lo. Porém, foi o Denver Broncos que apresentou a melhor proposta e o melhor projeto para o jogador, prometendo montar um forte elenco ao redor dele, que lutaria fortemente pelo título durante o contrato do quarterback com a franquia.

Em 2012, em sua volta a campo agora vestindo a camisa de Denver, Manning mostrou que ainda jogava em altíssimo nível, sem danos pela cirurgia. No ano, foi premiado como melhor reviravolta de um jogador, indicado ao Pro Bowl e chegou novamente aos playoffs. Já em 2013, Peyton teve aquela que foi a melhor temporada regular da história de um QB, estabelecendo os recordes de jardas (5477) e TDs (55) em um único ano e ganhando novamente o prêmio de MVP. Infelizmente, a campanha dos sonhos teve um triste final, com a derrota de lavada para Seattle no Super Bowl 48.

Em 2015 houve um abrupto declínio do grande jogador, que chegou há ficar várias semanas no banco devido as lesões e sua forma física, tendo algumas partidas decepcionantes que em nada lembravam o velho camisa 18. No entanto, o forte elenco do Broncos foi capaz de chegar novamente aos playoffs mesmo com sua ausência e, na pós-temporada, o QB voltou já recuperado, fazendo boas atuações, mas longe daquelas no seu auge. Mesmo desgastado pelo tempo, Manning foi capaz de conquistar duas vitórias, sendo uma delas exatamente contra Tom Brady.

Peyton chegou ao Super Bowl 50 contra o quase imbatível Carolina Panthers. Embora sua aposentadoria não esteja oficialmente decretada, está claro que esta deve ser a última subida ao campo deste histórico jogador. Seu corpo não lhe permite seguir jogando como esperado, então a melhor opção é mesmo retirar-se em alto estilo, ao invés de seguir por mais temporadas fracas e arriscar sua saúde.


Para fechar com chave de ouro esta brilhante carreira, nada melhor do que um título. Seria simbólico e merecido, calaria os críticos e aumentaria ainda mais seu legado. Grande parte dos fãs de futebol americano devem estar torcendo para que isso ocorra no domingo, mas, do outro lado, há um jovem e talentoso QB sedento pelo seu primeiro e igualmente merecido troféu. Fácil não será, e a expectativa diante do último suspiro da carreira do velho Manning, sem dúvidas, é uma grande atração a mais para este já grandioso evento.

Com 39 anos e prestes a completar 40, Peyton entrará em campo como o QB mais velho a disputar uma final. Com a vitória, será também o mais velho a conquistar o troféu e aumentará ainda mais sua extensa lista de recordes e conquistas. Entretanto, uma derrota em nada afetaria sua irretocável carreira e legado, já que seu nome já está gravado para sempre na história do futebol americano.

Obrigado, Peyton Manning #18.

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