Quem viu o
Flamengo trabalhando pesado durante o Carnaval até achou estranho. O clube, que
jogou apenas na quarta-feira passada, teve uma semana cheia e, sob o sol muito
forte e temperatura alta, treinou todos os dias, exceto domingo, na Gávea na
preparação para o campeonato, deixando as comemorações do feriado para outro
momento. O trabalho, que vem mostrando um novo rubro-negro, apresenta resultado
aos poucos, dando à torcida pelo menos uma ponta de esperança.
O primeiro
tempo rubro-negro foi animador. A equipe entrou se movimentando bem e indo para
cima da Portuguesa sem medo, mas novamente entramos no problema dos erros de
passe. O Flamengo avançou rapidamente diversas vezes, mas as oportunidades, que
agora saem tanto das laterais quanto do meio – coisa que não acontecia antes –,
seguem parando em um chute na direção errada.
Apesar dos
erros, o Mais Querido conseguiu boas oportunidades e, aos 11 minutos, um
pênalti – daqueles que se encaixam na polêmica da regra da bola na mão – foi
marcado, mas Emerson Sheik, que fez um jogo fraco, fez o favor de chutar para
cima. A falha não fez o time desanimar e o Flamengo seguiu mandando bolas na
área.
Aos 31
minutos, o Fla conseguiu uma falta próxima da área, Mancuello pegou a bola,
cobrou uma falta espetacular e colocou no lugar certinho pra Guerrero chegar de
cabeça e mandar para o fundo das redes. Pouco tempo depois, Emerson Sheik fez
passe no alto para William Arão, que fez um giro incrível e marcou o segundo.
Duas coisas
dessa primeira etapa devem ser observadas: a boa entrada de Mancuello, que se
movimentou bem, distribuiu boas jogadas e mostrou que o treinamento de bola
parada está bom; e a mobilidade que os jogadores têm que fica muito clara
quando os zagueiros chegam ao ataque e os laterais trocam de lugar com os
atacantes, como se nenhum tivesse posição definida.
No segundo
tempo, logo nos primeiros minutos o Flamengo teve um pênalti não marcado em
Guerrero, mas quem se exaltou foram os jogadores adversários. O desequilíbrio
emocional da Portuguesa era tão grande que três dos quatro cartões amarelos
foram só por reclamação exagerada em lances que não tinha do que reclamar.
Enfim, o rubro-negro seguiu no ritmo forte e Paulo Victor nem viu a cor da
bola.
A pressão deu
resultado aos 15’, quando William Arão, novamente, recebeu, bateu, a bola
desviou no goleiro e entrou direto apesar do zagueiro tentar tirar quando já
tinha passado da linha. Aos 24’ a Portuguesa ficou com um a menos depois de
falta dura de Alan Miguel em Gabriel e, dois minutos depois, Sheik entrou na
área e Márcio foi direto nas pernas do jogador. O juiz marcou pênalti, expulsou
o goleiro e o adversário teve que usar Fernando, zagueiro cria da base
rubro-negra. Dessa vez Emerson não desperdiçou e marcou.
A Portuguesa
ainda chegou uma vez no jogo e quase marcou depois de cabeçada de Rafael Paty,
mas Paulo Victor fez uma defesa sensacional e manteve o placar em 4x0. Para
fechar, o Flamengo ainda conseguiu fazer o quinto com Rodinei, que chutou bem e
tirou o goleiro improvisado da bola.
Agora vamos à
análise geral. O Flamengo tem melhorado em vários sentidos, o que mostra que a
grande quantidade de treino faz efeito. A entrada de Mancuello foi muito
positiva e tirou um pouco a necessidade de usar Arão, que novamente foi
decisivo, pelo meio. Marcelo Cirino fez mais um jogo bom e se movimentou bem
pelas laterais. Guerrero tem jogado bem e volta a chegar perto de marcar. A
zaga não preocupa tanto, mas é cedo para dizer até pelos adversários
enfrentados. Tudo está bom e ainda pode melhorar.
Mariana Sá || @imastargirl
0 Comentários